sexta-feira , 21 fevereiro , 2025

Crítica | Os Crimes da Nossa Mãe – Mulher Vira Fanática Religiosa e Some com os Filhos em Docuseries da Netflix


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A figura da mãe na estrutura familiar é o pilar fundamental que mantém o equilíbrio dos parentes. Na maioria dos lares, a mãe é uma pessoa que se preocupa com os filhos, os cuida, os educa, se dedica a torná-los pessoas melhores, ainda que por vezes isso possa significar algum sacrifício em sua vida pessoal. Entretanto, ainda que isso ocorra na maioria dos casos, há sempre alguma exceção – e é da exceção que estamos falando aqui em ‘Os Crimes da Nossa Mãe’, série documental da Netflix que vem causando alvoroço entre os assinantes.

os crimes de nossa mae



Chandler, Arizona, interior dos Estados Unidos. Lori Vallow é uma jovem mulher que vive uma vida mediana com seus pais e irmãos. Nada lhe falta, mas nada lhe sobra. Desde pequena, Lori sempre demonstrou especial interesse por assuntos religiosos, mas é de adulta que ela passa a se apegar cada vez mais a esse tema, especialmente depois que se separa de seu primeiro marido e se casa com o segundo, que mostra ser um cara bacana, exercendo o papel de pai de verdade para Colby Ryan, filho mais velho de Lori, e Tylee, filha que Lori tem com ele. Tempos depois, os pais de Lori, Janis e Barrie Cox, decidem adotar um garoto, Joshua, que é diagnosticado com autismo e, para a segurança do jovenzinho, Lori decide cuidar do menino, completando a família com os três filhos. Mas Lori começa a se aprofundar ainda mais nos assuntos religiosos, beirando o discurso apocalíptico, e quando conhece o autor de livros Chad Daybell, em 2019, ela muda completamente, separando-se do atual marido para viver com seu novo amor, levando consigo seus dois filhos menores de idade. Com a chegada da pandemia e o distanciamento social, Lori e Chad passam a ficar incomunicáveis, ao ponto de Janis e Barrie ativarem um alerta na polícia à procura de seus netos, Tylee e Joshua, com quem ninguém consegue contato e cujas seguranças o resto da família passa a temer.

crimes da nossa mae

Dividido em apenas três episódios, ‘Os Crimes da Nossa Mãe’ é uma minissérie documental de certa forma previsível, uma vez que se as suspeitas do espectador não se cumprissem, a série sequer existiria, para início de conversa. Mesmo assim, não deixa de ser bizarra a história real desta mulher, Lori Vallow, que aos poucos se torna uma fanática religiosa cujo discurso obtuso admite apenas a perspectiva daqueles que compartilham sua visão de mundo, relegando automaticamente os discordantes à posição de “inimigos”. A forma como a diretora Skye Borgman constrói a narrativa obedece exatamente a fórmula de redação – apresentação, desenvolvimento, conclusão – sem desperdiçar tempo com depoimentos ou cenas que não fossem para construir a série.


Ainda que a história não mencione diretamente a pandemia – possivelmente uma escolha para não datar o programa a um período histórico – o espectador mais atento poderá entender que a demora na investigação, a dificuldade em travar contato com as crianças e até mesmo o fanatismo de Lori podem ter sido corroborados pela pandemia, que, como sabemos, piorou muito a convivência humana e potencializou paranoias que já estavam engatilhadas na cabeça de pessoas cujas saúdes mentais andavam desequilibradas.

Enquanto entretenimento, ‘Os Crimes da Nossa Mãe’ é uma minissérie redondinha, com pouco mais de duas horas de duração e aspectos investigativos que prendem a atenção do espectador. E mostra a importância de darmos a devida atenção à saúde mental – à nossa e à das pessoas com quem convivemos.

os crimes de nossa mae.1


IMPERDÍVEL! Você vai VICIAR nessa história de Vingança à moda antiga....

Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Chandler, Arizona, interior dos Estados Unidos. Lori Vallow é uma jovem mulher que vive uma vida mediana com seus pais e irmãos. Nada lhe falta, mas nada lhe sobra. Desde pequena, Lori sempre demonstrou especial interesse por assuntos religiosos, mas é de adulta que ela passa a se apegar cada vez mais a esse tema, especialmente depois que se separa de seu primeiro marido e se casa com o segundo, que mostra ser um cara bacana, exercendo o papel de pai de verdade para Colby Ryan, filho mais velho de Lori, e Tylee, filha que Lori tem com ele. Tempos depois, os pais de Lori, Janis e Barrie Cox, decidem adotar um garoto, Joshua, que é diagnosticado com autismo e, para a segurança do jovenzinho, Lori decide cuidar do menino, completando a família com os três filhos. Mas Lori começa a se aprofundar ainda mais nos assuntos religiosos, beirando o discurso apocalíptico, e quando conhece o autor de livros Chad Daybell, em 2019, ela muda completamente, separando-se do atual marido para viver com seu novo amor, levando consigo seus dois filhos menores de idade. Com a chegada da pandemia e o distanciamento social, Lori e Chad passam a ficar incomunicáveis, ao ponto de Janis e Barrie ativarem um alerta na polícia à procura de seus netos, Tylee e Joshua, com quem ninguém consegue contato e cujas seguranças o resto da família passa a temer.

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Dividido em apenas três episódios, ‘Os Crimes da Nossa Mãe’ é uma minissérie documental de certa forma previsível, uma vez que se as suspeitas do espectador não se cumprissem, a série sequer existiria, para início de conversa. Mesmo assim, não deixa de ser bizarra a história real desta mulher, Lori Vallow, que aos poucos se torna uma fanática religiosa cujo discurso obtuso admite apenas a perspectiva daqueles que compartilham sua visão de mundo, relegando automaticamente os discordantes à posição de “inimigos”. A forma como a diretora Skye Borgman constrói a narrativa obedece exatamente a fórmula de redação – apresentação, desenvolvimento, conclusão – sem desperdiçar tempo com depoimentos ou cenas que não fossem para construir a série.

Ainda que a história não mencione diretamente a pandemia – possivelmente uma escolha para não datar o programa a um período histórico – o espectador mais atento poderá entender que a demora na investigação, a dificuldade em travar contato com as crianças e até mesmo o fanatismo de Lori podem ter sido corroborados pela pandemia, que, como sabemos, piorou muito a convivência humana e potencializou paranoias que já estavam engatilhadas na cabeça de pessoas cujas saúdes mentais andavam desequilibradas.

Enquanto entretenimento, ‘Os Crimes da Nossa Mãe’ é uma minissérie redondinha, com pouco mais de duas horas de duração e aspectos investigativos que prendem a atenção do espectador. E mostra a importância de darmos a devida atenção à saúde mental – à nossa e à das pessoas com quem convivemos.

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