domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Os Inocentes – Série sobrenatural é a mudança que a Netflix precisava

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Incontestavelmente, podemos dizer que a Netflix assumiu o patamar de maior empresa de streaming, com mais de 150 produções originais sendo disponibilizadas por ano, o tamanho do seu alcance cresceu exorbitantemente e, como consequência, também surgiu a necessidade de se produzir mais enquanto está em alta, afinal, tudo no audiovisual se torna passageiro com o passar dos anos, sem contar que a concorrência também começa a beber da mesma fonte, ou seja, tantos projetos sendo realizados e comprados ao mesmo tempo podem resultar na perda de qualidade. E é exatamente desse mal que a Netflix está sofrendo, porém, sua maior aposta do ano, Os Inocentes, pode vir a ser aquele raio de sol no meio da tempestade, ou nesse caso, a mudança necessária.

O seriado inglês Os Inocentes aposta na formula que tem dado certo dentro das produções originais da empresa, como Dark e The OA, o suspense com toques sobrenaturais, confusos, porém intrigantes. Nesse caso, o romance adolescente é a força principal que move a trama para frente, que acompanha June (Sorcha Groundsell), uma jovem inglesa que mora com seu pai e irmão, mas, que no fundo sabe que algo dentro de si é diferente dos demais. Apaixonada por Harry (Percelle Ascott), o casal parte para Londres para recomeçar a vida, quando um incidente no caminho transforma tudo para sempre e June descobre que possui a habilidade única de transferir sua consciência para outros corpos, se transformando neles.



Essa premissa interessante evolui quando o casal finalmente chega na cidade grande, algo que surpreende de imediato, June amadurece muito rápido em um período curto de tempo e a série passa de um simples drama adolescente para algo um pouco mais cativante, envolvendo sexo, drogas e muita rebeldia, assuntos muito bem utilizados em séries inglesas e que aqui funcionam como um mudança de ar ousada. No outro núcleo da trama, está o excêntrico Halvorson (Guy Pearce), que busca encontrar June prometendo uma “cura” para sua condição e iniciando uma caça à jovem.

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O trabalho da trilha sonora é assombroso, cada episódio apresenta uma canção na vibe indie/folk que insere emoção aos detalhes, perfeitamente conduzindo o espectador à se envolver nos sentimentos proporcionados, assim como a belíssima direção de fotografia, que vai do azul e frio de Londres ao laranja e acolhedor dos campos no interior. Tudo arquitetado com maestria pelos trabalhos de direção, ótimos em todos os oito episódios que, aliás, continua sendo o formato mais interessante para se maratonar, já que a pouca quantidade de episódios não cansa e flui com mais naturalidade. Ou pelo menos era para ser dessa forma.

O roteiro, que tem sido o grande vilão dos projetos da Netflix, é desenvolvido em cima de uma premissa simples, visivelmente a história foi sendo construída conforme os episódios foram sendo produzidos, com isso, há uma grande barriga entre o meio da série, momento em que nada de importante acontece. Esse é o grande problema, a ação é mal distribuída e o drama assume o controle muito mais do que o esperado, fazendo com que o ritmo se torne cansativo, algo que, definitivamente, vai afastar alguns assinantes sedentos para ver mistérios e ação, já que o ar intrigante, que vendeu o seriado nos trailers, fica de lado muitas vezes, fazendo com que o primeiro e o último episódio sejam o melhores e mais bem ritmados.

O elenco é talentoso, em especial os jovens que interpretam June e Harry, o romance convence e com certeza emocionará os mais sensíveis, assim como a inspiração em X-Men que vai conquistar aqueles que gostam do debate proporcionado pelos heróis da Marvel, como a exclusão social por ser diferente dos demais e a interminável luta pela aceitação, mesmo temendo machucar quem ama. Como todo bom drama, a série deixa mais perguntas que respostas, nos fazendo esperar para compreender em uma possível nova temporada.

Sendo assim, Os Inocentes aposta em múltiplos gêneros para tirar a Netflix da zona obscura da falta de conteúdo e, mesmo que o roteiro ainda não alcance a perfeição como em The OA e Stranger Things, há aqui a essência pela qual a Netflix ficou tão grande: qualidade técnica e visual superando a quantidade. Mas será que a lição vai ser aprendida?

Os oito episódios de Os Inocentes chegam a Netflix em 24 de agosto.

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Thiago Munizhttp://cinepop.com.br/
Carioca, 26 anos, apaixonado por Cinema. Venho estudando e vivendo todas as partes da sétima arte à procura de conhecimento da área. Graduando no curso de Cinema e influenciador cinematográfico no Instagram.

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O seriado inglês Os Inocentes aposta na formula que tem dado certo dentro das produções originais da empresa, como Dark e The OA, o suspense com toques sobrenaturais, confusos, porém intrigantes. Nesse caso, o romance adolescente é a força principal que move a trama para frente, que acompanha June (Sorcha Groundsell), uma jovem inglesa que mora com seu pai e irmão, mas, que no fundo sabe que algo dentro de si é diferente dos demais. Apaixonada por Harry (Percelle Ascott), o casal parte para Londres para recomeçar a vida, quando um incidente no caminho transforma tudo para sempre e June descobre que possui a habilidade única de transferir sua consciência para outros corpos, se transformando neles.

Essa premissa interessante evolui quando o casal finalmente chega na cidade grande, algo que surpreende de imediato, June amadurece muito rápido em um período curto de tempo e a série passa de um simples drama adolescente para algo um pouco mais cativante, envolvendo sexo, drogas e muita rebeldia, assuntos muito bem utilizados em séries inglesas e que aqui funcionam como um mudança de ar ousada. No outro núcleo da trama, está o excêntrico Halvorson (Guy Pearce), que busca encontrar June prometendo uma “cura” para sua condição e iniciando uma caça à jovem.

O trabalho da trilha sonora é assombroso, cada episódio apresenta uma canção na vibe indie/folk que insere emoção aos detalhes, perfeitamente conduzindo o espectador à se envolver nos sentimentos proporcionados, assim como a belíssima direção de fotografia, que vai do azul e frio de Londres ao laranja e acolhedor dos campos no interior. Tudo arquitetado com maestria pelos trabalhos de direção, ótimos em todos os oito episódios que, aliás, continua sendo o formato mais interessante para se maratonar, já que a pouca quantidade de episódios não cansa e flui com mais naturalidade. Ou pelo menos era para ser dessa forma.

O roteiro, que tem sido o grande vilão dos projetos da Netflix, é desenvolvido em cima de uma premissa simples, visivelmente a história foi sendo construída conforme os episódios foram sendo produzidos, com isso, há uma grande barriga entre o meio da série, momento em que nada de importante acontece. Esse é o grande problema, a ação é mal distribuída e o drama assume o controle muito mais do que o esperado, fazendo com que o ritmo se torne cansativo, algo que, definitivamente, vai afastar alguns assinantes sedentos para ver mistérios e ação, já que o ar intrigante, que vendeu o seriado nos trailers, fica de lado muitas vezes, fazendo com que o primeiro e o último episódio sejam o melhores e mais bem ritmados.

O elenco é talentoso, em especial os jovens que interpretam June e Harry, o romance convence e com certeza emocionará os mais sensíveis, assim como a inspiração em X-Men que vai conquistar aqueles que gostam do debate proporcionado pelos heróis da Marvel, como a exclusão social por ser diferente dos demais e a interminável luta pela aceitação, mesmo temendo machucar quem ama. Como todo bom drama, a série deixa mais perguntas que respostas, nos fazendo esperar para compreender em uma possível nova temporada.

Sendo assim, Os Inocentes aposta em múltiplos gêneros para tirar a Netflix da zona obscura da falta de conteúdo e, mesmo que o roteiro ainda não alcance a perfeição como em The OA e Stranger Things, há aqui a essência pela qual a Netflix ficou tão grande: qualidade técnica e visual superando a quantidade. Mas será que a lição vai ser aprendida?

Os oito episódios de Os Inocentes chegam a Netflix em 24 de agosto.

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Thiago Munizhttp://cinepop.com.br/
Carioca, 26 anos, apaixonado por Cinema. Venho estudando e vivendo todas as partes da sétima arte à procura de conhecimento da área. Graduando no curso de Cinema e influenciador cinematográfico no Instagram.

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