domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Os Pequenos Vestígios: Denzel Washington e Jared Leto brilham em suspense criminal previsível

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Em meio a uma atmosfera neo noir, onde as sombras e a luz baixa dominam as cenas, dois policiais no extremo de suas profissões – um em sua ascensão e o outro em sua “queda” – pairam diante de uma sucessão de feminicídios em série, ainda sem solução. O tempo já não é mais um aliado e sob a pressão de encontrar uma resolução, Denzel Washington e Rami Malek navegam pela Los Angeles dos anos 90, à procura de um homem capaz de cometer tamanhas atrocidades. Entre dúvidas e um suposto comportamento suspeito, Jared Leto emerge como aquele que carrega um alvo em si, sob a premissa de talvez ser o responsável pelos crimes. Os Pequenos Vestígios é um thriller mais sobre questionamentos do que respostas, permeado por uma previsibilidade que pode até lhe tirar parte do seu sabor, mas ainda preserva um pouco do seu brilho.



E aqui, parece mesmo que estamos nos anos 90. O cineasta John Lee Hancock (‘Um Sonho Possível‘) nos entrega um roteiro que inevitavelmente nos remete ao gênero criminal do período em questão. Brincando sempre com a dúvida de seus personagens, ele busca fazer uma reflexão sobre percepções e como sua inexatidão pode se tornar um problema de proporções extravagantes. Aqui, seguimos por duas horas de filme nos passos dos nossos protagonistas, à medida que eles seguem os passos do possível serial killer Albert Sparma (Leto). Com todas as características que, teoricamente, lhe tornariam culpado, o longa nos leva por essa jornada cheia de preconceitos e conceitos pré-estabelecidos, tentando construir o seu mistério na batida proposta de “será que ele é culpado ou não?”.

Mas ainda que o roteiro não inove em absolutamente nada e possa até mesmo frustrar os anseios de muitos cinéfilos, Os Pequenos Vestígios não chega nem perto de ser uma experiência cinematográfica perdida. Totalmente rendido nas atuações, o longa se constrói de forma mais efetiva e convincente em seus protagonistas. Aqui, a complexidade psicológica presente nas caracterizações de Washington, Malek e Leto fazem o seu tempo valer a pena. A densidade de suas performances e a afeição pelos conflitos apresentados na trama os tornam – facilmente – o melhor do filme. E naturalmente, o que poderia ser uma experiência fracassada nas mãos do elenco errado, se torna uma oportunidade até valiosa de reflexões pessoais.

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A fraqueza de Os Pequenos Vestígios está em sua falta de ousadia. Inicialmente nos levando a crer que estaríamos diante de uma narrativa construída aos moldes de Festim Diabólico, o filme logo se esquiva disso e segue por uma rota comum demais. Mas ainda assim, se você estiver realmente disposto a se permitir levar pela trama, o filme pode trazer pequenas surpresas e embalá-lo em uma atmosfera de constante interrogação – o que te manterá bastante ocupado e focado no enredo. Mas quando um filme reside demais no empenho de sua audiência para ser bom, é aí que mora o problema. E é desse mal que faz com que este thriller – tão cheio de potencial – se perca em si mesmo. Sem muito esforço, o longa eventualmente se tornará inesquecível, ainda que o seu final resgate uma angustiante e deliciosa surpresa para os amantes de filmes inquietos e que não deixam soluções óbvias como resposta.

Patinando em sua primeira metade sob um ritmo lento, o suspense criminal poderia ter sido resolvido em menos tempo e pode incomodar os mais impacientes. Com um encerramento que deixará a audiência ou muito intrigada ou muito indignada, Os Pequenos Vestígios não é um filme para qualquer um, mas não deixa também de ser uma valiosa oportunidade de conferir três brilhantes vencedores do Oscar em uma dinâmica tão prazerosa, que até fará com que o seu precioso tempo não tenha sido gasto em vão.

 

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E aqui, parece mesmo que estamos nos anos 90. O cineasta John Lee Hancock (‘Um Sonho Possível‘) nos entrega um roteiro que inevitavelmente nos remete ao gênero criminal do período em questão. Brincando sempre com a dúvida de seus personagens, ele busca fazer uma reflexão sobre percepções e como sua inexatidão pode se tornar um problema de proporções extravagantes. Aqui, seguimos por duas horas de filme nos passos dos nossos protagonistas, à medida que eles seguem os passos do possível serial killer Albert Sparma (Leto). Com todas as características que, teoricamente, lhe tornariam culpado, o longa nos leva por essa jornada cheia de preconceitos e conceitos pré-estabelecidos, tentando construir o seu mistério na batida proposta de “será que ele é culpado ou não?”.

Mas ainda que o roteiro não inove em absolutamente nada e possa até mesmo frustrar os anseios de muitos cinéfilos, Os Pequenos Vestígios não chega nem perto de ser uma experiência cinematográfica perdida. Totalmente rendido nas atuações, o longa se constrói de forma mais efetiva e convincente em seus protagonistas. Aqui, a complexidade psicológica presente nas caracterizações de Washington, Malek e Leto fazem o seu tempo valer a pena. A densidade de suas performances e a afeição pelos conflitos apresentados na trama os tornam – facilmente – o melhor do filme. E naturalmente, o que poderia ser uma experiência fracassada nas mãos do elenco errado, se torna uma oportunidade até valiosa de reflexões pessoais.

A fraqueza de Os Pequenos Vestígios está em sua falta de ousadia. Inicialmente nos levando a crer que estaríamos diante de uma narrativa construída aos moldes de Festim Diabólico, o filme logo se esquiva disso e segue por uma rota comum demais. Mas ainda assim, se você estiver realmente disposto a se permitir levar pela trama, o filme pode trazer pequenas surpresas e embalá-lo em uma atmosfera de constante interrogação – o que te manterá bastante ocupado e focado no enredo. Mas quando um filme reside demais no empenho de sua audiência para ser bom, é aí que mora o problema. E é desse mal que faz com que este thriller – tão cheio de potencial – se perca em si mesmo. Sem muito esforço, o longa eventualmente se tornará inesquecível, ainda que o seu final resgate uma angustiante e deliciosa surpresa para os amantes de filmes inquietos e que não deixam soluções óbvias como resposta.

Patinando em sua primeira metade sob um ritmo lento, o suspense criminal poderia ter sido resolvido em menos tempo e pode incomodar os mais impacientes. Com um encerramento que deixará a audiência ou muito intrigada ou muito indignada, Os Pequenos Vestígios não é um filme para qualquer um, mas não deixa também de ser uma valiosa oportunidade de conferir três brilhantes vencedores do Oscar em uma dinâmica tão prazerosa, que até fará com que o seu precioso tempo não tenha sido gasto em vão.

 

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