terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | Paddington 2 – Muito mais do que um filme bonitinho para crianças

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Um Sonho de Liberdade

Lembro como se fosse ontem da forma como fui arrebatado no final de 2014, ao comparecer numa exibição para a imprensa e conferir As Aventuras de Paddington. A surpresa veio ao saber que a campanha de marketing do filme (quem poderia esquecer o creepy Paddington) que andava dando tiros no pé e quase reverteu a imagem fofa e aconchegante do ursinho, não conseguiu manchar o filme. E melhor ainda, o longa de Paul King sobressaiu, se mostrando incrivelmente bom – daquele tipo de filme tão recomendado para os adultos quanto para as crianças. Caso queiram conferir, aqui estão meus pensamentos sobre o filme original.

E como é bom ser surpreendido por um filme do qual não esperamos nada. Quando se trata de uma produção mirada aos pequenos, melhor ainda. Então, volto aqui três anos depois e repito a dose. Paddington 2, continuação de As Aventuras de Paddington, é tão bom, ou ainda melhor, que seu antecessor.

Novamente escrito e dirigido por Paul King (em time que está ganhando não se mexe), a sequência inesperada – ninguém imaginou que veríamos uma nova aventura do ursinho (bem, talvez os produtores, já que o filme deu lucro) – se beneficia de ter seu universo já estabelecido e bem explorado. Novamente apostando no forte teor “inglês” do filme, Paddington não é como os filmes do gênero Hollywoodianos, e aí está sua força e verdadeira alma.

Os filmes de Paddington representam bem a educação, o sentimento de civilidade e os valores britânicos. Até mesmo o tipo de humor aqui é bem único. Realmente este que vos fala não esperava perceber como é gostoso revisitar o universo do ursinho amado pela vizinhança. Imagine o Mr. Bean em forma de um urso falante, adorável, porém, incrivelmente desastrado e inocente.

Atores como Hugh Bonneville e Sally Hawkins (que será indicada ao Oscar este ano por A Forma da Água) novamente são bem utilizados e recebem chance de protagonizar momentos curiosos e engraçados – o humor é simples, inocente, mas sofisticado, remetendo a clássicos comediantes do segmento, vide Charles Chaplin e Buster Keaton, que misturavam doçura e dramaticidade às suas comédias.

Um dos grandes destaques do segundo filme é o veterano Hugh Grant, substituindo Nicole Kidman como o vilão da vez, na pele do ator egocêntrico e em decadência Phoenix Buchanan. Grant está simplesmente impagável, e chegou até mesmo a ser indicado como ator coadjuvante no BAFTA, o Oscar britânico. Sim, não poderiam deixar de fora da premiação um produto tipicamente e incrivelmente inglês. Além de Grant, o longa foi indicado nas categorias de roteiro adaptado (Paul King), já que os filmes são baseados nos livros infantis da década de 1950, escritos por Michael Bond; e na categoria de melhor filme igualmente.

O que surpreende nesta sequência, fato que faz a indicação do filme nestas categorias citadas acima não serem um ultraje, é que Paddington 2 é um eficiente filme de prisão. Sim! Você leu certo! O filme do ursinho otimista e adorável é uma comédia infantil passado no lugar mais inusitado que se poderia imaginar. Depois de ser acusado de um crime que não cometeu – e você já deve imaginar quem o fez – Paddington (que segue com a voz de Ben Whishaw do original – mas que teve Danilo Gentilli substituído por Bruno Gagliasso em nosso país) é condenado e enviado a um presídio.

Do lado de fora, sua família faz de tudo para provar sua inocência e encontrar o verdadeiro culpado. Enquanto isso, encarcerado, Paddington usa suas qualidades amigáveis e puro carisma para cativar seus companheiros de cela, em especial o linha dura Knucles McGinty (Brendan Gleeson), o cozinheiro dos detentos, com quem forma uma parceria para criar altos pratos (em especial doces). E como todo filme de prisão, em determinado momento, uma fuga é planejada.

Com todos estes elogios, e um final verdadeiramente emocionante, visto em poucos filmes do gênero, ou até mesmo na maioria dos filmes adultos, Paddington 2 é a prova que os filmes mirados aos pequenos não precisam trata-los de forma depreciativa, entregando o mais baixo denominador comum e tripudiando de sua inteligência. Paddington 2, que não por menos é o filme mais bem avaliado deste início de ano no agregador Rotten Tomatoes, é simples, mas transborda de elementos edificantes, se tornando praticamente uma obrigação para os pais apresentarem aos pequenos. Longe de qualquer violência ou qualquer outra baboseira, o filme parece disposto apenas a criar seres humanos melhores – e quem não quer isso.

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E como é bom ser surpreendido por um filme do qual não esperamos nada. Quando se trata de uma produção mirada aos pequenos, melhor ainda. Então, volto aqui três anos depois e repito a dose. Paddington 2, continuação de As Aventuras de Paddington, é tão bom, ou ainda melhor, que seu antecessor.

Novamente escrito e dirigido por Paul King (em time que está ganhando não se mexe), a sequência inesperada – ninguém imaginou que veríamos uma nova aventura do ursinho (bem, talvez os produtores, já que o filme deu lucro) – se beneficia de ter seu universo já estabelecido e bem explorado. Novamente apostando no forte teor “inglês” do filme, Paddington não é como os filmes do gênero Hollywoodianos, e aí está sua força e verdadeira alma.

Os filmes de Paddington representam bem a educação, o sentimento de civilidade e os valores britânicos. Até mesmo o tipo de humor aqui é bem único. Realmente este que vos fala não esperava perceber como é gostoso revisitar o universo do ursinho amado pela vizinhança. Imagine o Mr. Bean em forma de um urso falante, adorável, porém, incrivelmente desastrado e inocente.

Atores como Hugh Bonneville e Sally Hawkins (que será indicada ao Oscar este ano por A Forma da Água) novamente são bem utilizados e recebem chance de protagonizar momentos curiosos e engraçados – o humor é simples, inocente, mas sofisticado, remetendo a clássicos comediantes do segmento, vide Charles Chaplin e Buster Keaton, que misturavam doçura e dramaticidade às suas comédias.

Um dos grandes destaques do segundo filme é o veterano Hugh Grant, substituindo Nicole Kidman como o vilão da vez, na pele do ator egocêntrico e em decadência Phoenix Buchanan. Grant está simplesmente impagável, e chegou até mesmo a ser indicado como ator coadjuvante no BAFTA, o Oscar britânico. Sim, não poderiam deixar de fora da premiação um produto tipicamente e incrivelmente inglês. Além de Grant, o longa foi indicado nas categorias de roteiro adaptado (Paul King), já que os filmes são baseados nos livros infantis da década de 1950, escritos por Michael Bond; e na categoria de melhor filme igualmente.

O que surpreende nesta sequência, fato que faz a indicação do filme nestas categorias citadas acima não serem um ultraje, é que Paddington 2 é um eficiente filme de prisão. Sim! Você leu certo! O filme do ursinho otimista e adorável é uma comédia infantil passado no lugar mais inusitado que se poderia imaginar. Depois de ser acusado de um crime que não cometeu – e você já deve imaginar quem o fez – Paddington (que segue com a voz de Ben Whishaw do original – mas que teve Danilo Gentilli substituído por Bruno Gagliasso em nosso país) é condenado e enviado a um presídio.

Do lado de fora, sua família faz de tudo para provar sua inocência e encontrar o verdadeiro culpado. Enquanto isso, encarcerado, Paddington usa suas qualidades amigáveis e puro carisma para cativar seus companheiros de cela, em especial o linha dura Knucles McGinty (Brendan Gleeson), o cozinheiro dos detentos, com quem forma uma parceria para criar altos pratos (em especial doces). E como todo filme de prisão, em determinado momento, uma fuga é planejada.

Com todos estes elogios, e um final verdadeiramente emocionante, visto em poucos filmes do gênero, ou até mesmo na maioria dos filmes adultos, Paddington 2 é a prova que os filmes mirados aos pequenos não precisam trata-los de forma depreciativa, entregando o mais baixo denominador comum e tripudiando de sua inteligência. Paddington 2, que não por menos é o filme mais bem avaliado deste início de ano no agregador Rotten Tomatoes, é simples, mas transborda de elementos edificantes, se tornando praticamente uma obrigação para os pais apresentarem aos pequenos. Longe de qualquer violência ou qualquer outra baboseira, o filme parece disposto apenas a criar seres humanos melhores – e quem não quer isso.

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