As décadas de 80 e 90 foram marcadas pelos filmes de família que se tornaram clássicos de nossa infância, protagonizados pelos fantásticos Chevy Chase e Steve Martin. Com uma fórmula simples, porém eficiente, essas comédias mostravam o valor da família através das adversidades da vida – vide ‘O Pai da Noiva‘ e ‘Férias Frustradas‘.
Com a mudança na chamada família tradicional, o cinema agora se adapta para realizar novas comédias mostrando as “famílias disfuncionais”, e ‘Pai em Dose Dupla‘ acerta cheio em atualizar esse conceito.
A história acompanha Brad (Will Ferrell), um pacífico executivo de rádio que não pode ter filhos, mas tem como maior sonho ser pai. Ele se esforça para se tornar o melhor padrasto para os dois filhos de sua esposa. As complicações começam quando Dusty (Mark Wahlberg), o descontraído e aproveitador pai verdadeiro, aparece, forçando-o a competir pela afeição das crianças.
O maior acerto da produção está na escolha de seu elenco: a química entre Will Ferrell e Mark Wahlberg, que já haviam trabalhado juntos em ‘Os Outros Caras‘, rendem momentos hilários.
Apesar do esforço de Wahlberg, quem rouba todas as cenas é Ferrell, com uma atuação menos caricata que ele está acostumado a entregar. As cenas em que os dois astros disputam o amor das crianças rendem ótimas risadas, além de momentos extremamente embaraçosos que também ganham risos involuntários da plateia.
O elenco de apoio tem grandes nomes e uma surpresa: além dos ótimos Linda Cardellini (‘Scooby-Doo’) e Thomas Haden Church (‘Homem-Aranha 3’), temos uma divertida participação especial da modelo brasileira Alessandra Ambrósio.
Após entregar os fracos ‘Quero Matar Meu Chefe 2’ e ‘Este é o Meu Garoto’, o diretor Sean Anders finalmente acerta a mão em uma direção competente, que aproveita o carisma dos protagonistas.
‘Pai em Dose Dupla‘ é uma grande homenagem aos clássicos filmes da Sessão da Tarde, que marcaram a infância de quem está na casa dos 30 anos. Com um roteiro redondo e uma bela mensagem no final da produção, a comédia promete agradar em cheio a família inteira – seja ela tradicional ou disfuncional.