domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Palm Springs é um incrível fôlego de vida em meio a tantas comédias românticas genéricas

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Garoto encontra garota. Garota e garoto ficam presos em um loop temporal, sujeitos a repetir o mesmo dia pelo resto de suas existências. Palm Springs é uma comédia romântica completamente às avessas, que toma o gênero para si de forma leve e divertida, abrindo mão dos amados clichês para entregar uma experiência pura e completamente original. O longa dirigido por Max Barbakow e roteirizado por Andy Siara quebra a formato aos moldes de Feitiço do Tempo, ao praticamente criar um multiverso antes mesmo disso se tornar tão mainstream nos cinemas, graças a Homem-Aranha 3 e Doutor Estranho 2.



E aqui, Nyles (Andy Samberg) e Sarah (Cristin Milioti) se conhecem em um casamento e as coisas complicam após ambos ficarem presos em um inexplicável loop, onde são forçados a reviver o mesmo maldito dia sem qualquer solução aparente. E cercados por crises existenciais de proporções bíblicas, confrontos e reflexões começam a conduzir a inusitada dupla – que rapidamente descobrirá o pior e o melhor de uma vida sem propósito marcada por erros insistentemente repetitivos. E construindo sua trama sob uma abordagem niilista – de que nada possui sentido -, Siara explora a necessidade de conexão e faz da famosa citação “felicidade só é real quando compartilhada” o supra sumo de um filme que, tão profundamente existencial como é, ainda é capaz de nos fazer rir com gosto a cada cena.

Fazendo uma mistura entre a comédia absurda e outros gêneros como o sci-fi, o suspense e até mesmo o terror psicológico, Palm Springs é como uma fenda no tempo, um deserto particular onde a linha temporal não existe e a imensidão seca de uma região bastante árida e às vezes pouco convidativa se torna palco de uma história de amor que transcende a obviedade do “quando”. Aqui, o “onde” é mais importante e ainda que o tempo – ou o excesso dele – pareça ser um problema para os personagens, é o fato de tudo acontecer em Palm Springs que faz com que a trama funcione tão bem.

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Talvez você não perceba tanto isso, mas a cidade californiana é tão presente quanto Nyles e Sarah. E como um personagem crucial da história, a desértica cidade resort se transforma em uma alegoria ao vazio existencial de duas figuras que, marcadas por escolhas ruins, já viviam ciclos doentios e repetitivos antes mesmo de serem sugados para um loop temporal. E Andy Samberg e Cristin Milioti funcionam perfeitamente como um casal inusitado, que descobre a possibilidade do amor sem qualquer intenção. Como duas pessoas que se descobrem a cada dia repetido, eles eventualmente encontram um no outro o significado daquilo que tanto lhes faltava: propósito.

E em meio a cenas cuidadosamente planejadas para vincular a audiência a esse inesperado romance, o diretor Barbakow entrega um presente para audiência, um refrigério necessário e apaixonante em meio a tantos filmes rasos que compilam sucessões de momentos piegas e pouco naturais. Com uma dupla protagonista que funciona tanto por sua peculiaridade, bem como por seu carisma, Palm Springs é uma aventura hipnotizante. Nos levando a refletir sobre a nossa existência sem sequer notarmos, a produção não tem medo da estranheza do seu humor quase mórbido, na certeza de que toda história realmente boa precisa desafiar a audiência de alguma forma.

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E aqui, Nyles (Andy Samberg) e Sarah (Cristin Milioti) se conhecem em um casamento e as coisas complicam após ambos ficarem presos em um inexplicável loop, onde são forçados a reviver o mesmo maldito dia sem qualquer solução aparente. E cercados por crises existenciais de proporções bíblicas, confrontos e reflexões começam a conduzir a inusitada dupla – que rapidamente descobrirá o pior e o melhor de uma vida sem propósito marcada por erros insistentemente repetitivos. E construindo sua trama sob uma abordagem niilista – de que nada possui sentido -, Siara explora a necessidade de conexão e faz da famosa citação “felicidade só é real quando compartilhada” o supra sumo de um filme que, tão profundamente existencial como é, ainda é capaz de nos fazer rir com gosto a cada cena.

Fazendo uma mistura entre a comédia absurda e outros gêneros como o sci-fi, o suspense e até mesmo o terror psicológico, Palm Springs é como uma fenda no tempo, um deserto particular onde a linha temporal não existe e a imensidão seca de uma região bastante árida e às vezes pouco convidativa se torna palco de uma história de amor que transcende a obviedade do “quando”. Aqui, o “onde” é mais importante e ainda que o tempo – ou o excesso dele – pareça ser um problema para os personagens, é o fato de tudo acontecer em Palm Springs que faz com que a trama funcione tão bem.

Talvez você não perceba tanto isso, mas a cidade californiana é tão presente quanto Nyles e Sarah. E como um personagem crucial da história, a desértica cidade resort se transforma em uma alegoria ao vazio existencial de duas figuras que, marcadas por escolhas ruins, já viviam ciclos doentios e repetitivos antes mesmo de serem sugados para um loop temporal. E Andy Samberg e Cristin Milioti funcionam perfeitamente como um casal inusitado, que descobre a possibilidade do amor sem qualquer intenção. Como duas pessoas que se descobrem a cada dia repetido, eles eventualmente encontram um no outro o significado daquilo que tanto lhes faltava: propósito.

E em meio a cenas cuidadosamente planejadas para vincular a audiência a esse inesperado romance, o diretor Barbakow entrega um presente para audiência, um refrigério necessário e apaixonante em meio a tantos filmes rasos que compilam sucessões de momentos piegas e pouco naturais. Com uma dupla protagonista que funciona tanto por sua peculiaridade, bem como por seu carisma, Palm Springs é uma aventura hipnotizante. Nos levando a refletir sobre a nossa existência sem sequer notarmos, a produção não tem medo da estranheza do seu humor quase mórbido, na certeza de que toda história realmente boa precisa desafiar a audiência de alguma forma.

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