domingo , 24 novembro , 2024

Crítica | ‘Percy Jackson e os Olimpianos’ volta aos eixos com um sólido e aventuresco 5° episódio

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Depois de uma semana um tanto quanto atribulada, Percy Jackson e os Olimpianos’ retornou nesta última terça-feira (09) com um dos melhores episódios da temporada até agora. Enquanto o capítulo anterior soou mais como um filler apenas para fornecer algumas informações básicas sobre a jornada do personagem titular e de seus companheiros em busca do Raio-Mestre de Zeus, a iteração inédita, intitulada “Um Deus Compra Cheeseburgers para Nós”, coloca a produção de volta nos eixos com uma clássica aventura à la Joseph Campbell e que se consagra como uma mistura perfeita de suspense, drama e comédia.

Após enfrentar Equidna e a Quimera, Percy (Walker Scobell) é salvo pelas forças sobrenaturais de seu pai, Poseidon, e se reencontra com Annabeth (Leah Sava Jeffries) e Grover (Aryan Simhadri). Ele, então, revela que o trio precisa marchar em direção a Santa Monica se quiserem ter a chance de encontrar o Raio-Mestre e por um fim em falsas acusações que apontam o semideus protagonista como o verdadeiro ladrão. Esquivando-se da ação incisiva da polícia e percebendo que, agora, eles estão sendo procurados a nível federal pelas autoridades responsáveis, Percy, Annabeth e Grover são auxiliados pela presença inesperada e autoritária de ninguém menos que Ares (Adam Copeland), o deus grego da guerra.



Ares, que também está procurando uma das armas mais poderosas de todo o universo, lhes oferece transporte e mantimentos para que viajem até Las Vegas, a fim de encontrar Hermes (Lin-Manuel Miranda) e uma passagem até o Olimpo. Em troca, Percy e Annabeth devem reaver o escudo de Ares em um parque de diversões construído por ninguém menos que Hefesto (Timtohy Omundson), o ferreiro dos deuses; entretanto, o que eles não imaginavam é que, no caminho, teriam de enfrentar escolhas muito difíceis e descobrir que as próprias deidades não estão livres de cometer erros condenáveis – colocando-os frente a frente com os próprios valores e crenças.

Se o episódio da semana passada era permeado por diálogos autoexplicativos e redundantes (além de uma cópia descarada da magnitude narrativa do capítulo focado em Medusa), este emerge como um oposto complementar: é a partir daqui que Percy e Annabeth passam pelo primeiro processo de amadurecimento, deixando desavenças pessoais de lado para compreenderem que, agora, são amigos e guardiões um do outro – mesmo que isso signifique ter a força necessária para realizar sacrifícios dolorosos. O arco de ambos os personagens é envolto em uma preciosidade invejável e bem calculada de ótimas falas, uma atuação impecável e uma compreensão sobre a vida que beira um niilismo existencial à medida que os arremessa em um coming-of-age compulsório.

Não posso deixar de comentar a respeito da química espetacular entre Simhadri e Copeland: o intérprete de Grover, pouco a pouco, se revela como a força-motriz que garante a sobrevivência do grupo, através de uma lábia convincente que consegue fazê-lo arrancar segredos e detalhes de suma importância até mesmo de um deus; Copeland, por sua vez, fornece uma veia cômica a Ares, desconstruindo seu status mitológico e intocável sem abandonar as características bélicas e coercitivas que acompanham o personagem há muito tempo. Ora, ele mesmo cai na armadilha de Grover por ser movido por uma mentalidade imediatista e confrontativa, percebendo que não está lidando com meras crianças.

A direção de Jet Wilkinson também é um dos pontos fortes da iteração, afastando-se dos convencionalismos promovidos por Anders Engström na semana anterior e buscando outras inspirações que transformem essa familiar aventura em algo mais profundo do que poderíamos imaginar – permitindo que a humanização seja um dos aspectos de maior força sem tirar o teor épico das investidas artísticas. É claro que o jogo de campo-contracampo permanece vivo para amarrar a estrutura identitária da série, mas há certos respiros de originalidade que permeiam as telinhas à medida que navegamos com Percy, Annabeth e Grover pelas complexas engrenagens que regem sua realidade.

Percy Jackson e os Olimpianos’ voltou aos eixos esta semana com um de seus melhores episódios, aumentando as expectativas para um iminente finale que pode consagrá-la como uma das melhores entradas do Disney+ até hoje. Marcado por uma combinação exímia de inúmeras incursões narrativas, não conseguimos desviar o olhar um só momento do que a plataforma de streaming e o icônico autor Rick Riordan alcançaram com a adaptação.

Lembrando que o próximo episódio será exibido em 16 de janeiro.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Após enfrentar Equidna e a Quimera, Percy (Walker Scobell) é salvo pelas forças sobrenaturais de seu pai, Poseidon, e se reencontra com Annabeth (Leah Sava Jeffries) e Grover (Aryan Simhadri). Ele, então, revela que o trio precisa marchar em direção a Santa Monica se quiserem ter a chance de encontrar o Raio-Mestre e por um fim em falsas acusações que apontam o semideus protagonista como o verdadeiro ladrão. Esquivando-se da ação incisiva da polícia e percebendo que, agora, eles estão sendo procurados a nível federal pelas autoridades responsáveis, Percy, Annabeth e Grover são auxiliados pela presença inesperada e autoritária de ninguém menos que Ares (Adam Copeland), o deus grego da guerra.

Ares, que também está procurando uma das armas mais poderosas de todo o universo, lhes oferece transporte e mantimentos para que viajem até Las Vegas, a fim de encontrar Hermes (Lin-Manuel Miranda) e uma passagem até o Olimpo. Em troca, Percy e Annabeth devem reaver o escudo de Ares em um parque de diversões construído por ninguém menos que Hefesto (Timtohy Omundson), o ferreiro dos deuses; entretanto, o que eles não imaginavam é que, no caminho, teriam de enfrentar escolhas muito difíceis e descobrir que as próprias deidades não estão livres de cometer erros condenáveis – colocando-os frente a frente com os próprios valores e crenças.

Se o episódio da semana passada era permeado por diálogos autoexplicativos e redundantes (além de uma cópia descarada da magnitude narrativa do capítulo focado em Medusa), este emerge como um oposto complementar: é a partir daqui que Percy e Annabeth passam pelo primeiro processo de amadurecimento, deixando desavenças pessoais de lado para compreenderem que, agora, são amigos e guardiões um do outro – mesmo que isso signifique ter a força necessária para realizar sacrifícios dolorosos. O arco de ambos os personagens é envolto em uma preciosidade invejável e bem calculada de ótimas falas, uma atuação impecável e uma compreensão sobre a vida que beira um niilismo existencial à medida que os arremessa em um coming-of-age compulsório.

Não posso deixar de comentar a respeito da química espetacular entre Simhadri e Copeland: o intérprete de Grover, pouco a pouco, se revela como a força-motriz que garante a sobrevivência do grupo, através de uma lábia convincente que consegue fazê-lo arrancar segredos e detalhes de suma importância até mesmo de um deus; Copeland, por sua vez, fornece uma veia cômica a Ares, desconstruindo seu status mitológico e intocável sem abandonar as características bélicas e coercitivas que acompanham o personagem há muito tempo. Ora, ele mesmo cai na armadilha de Grover por ser movido por uma mentalidade imediatista e confrontativa, percebendo que não está lidando com meras crianças.

A direção de Jet Wilkinson também é um dos pontos fortes da iteração, afastando-se dos convencionalismos promovidos por Anders Engström na semana anterior e buscando outras inspirações que transformem essa familiar aventura em algo mais profundo do que poderíamos imaginar – permitindo que a humanização seja um dos aspectos de maior força sem tirar o teor épico das investidas artísticas. É claro que o jogo de campo-contracampo permanece vivo para amarrar a estrutura identitária da série, mas há certos respiros de originalidade que permeiam as telinhas à medida que navegamos com Percy, Annabeth e Grover pelas complexas engrenagens que regem sua realidade.

Percy Jackson e os Olimpianos’ voltou aos eixos esta semana com um de seus melhores episódios, aumentando as expectativas para um iminente finale que pode consagrá-la como uma das melhores entradas do Disney+ até hoje. Marcado por uma combinação exímia de inúmeras incursões narrativas, não conseguimos desviar o olhar um só momento do que a plataforma de streaming e o icônico autor Rick Riordan alcançaram com a adaptação.

Lembrando que o próximo episódio será exibido em 16 de janeiro.

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