sábado , 16 novembro , 2024

Crítica | Permanência

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Hibrido do curta-metragem Décimo Segundo (2007), também protagonizado pela dupla Irandhir Santos e Rita Carelli, Permanência, primeiro longa-metragem de Leonardo Lacca, fala sobre o ir e voltar, da não estabilidade emocional e do banal, colocados numa situação que geralmente deixa cicatrizes.

É assim o personagem Ivo (Santos), um fotógrafo pernambucano que vai a São Paulo para realizar sua primeira exposição solo, lá se hospeda na casa Rita (Carelli), uma ex-namorada que agora está casada. No primeiro encontro do casal percebemos o desconcerto com alguns sorrisos amarelos e closes analíticos. Com o tempo o clima vai se tornando cada vez mais delicado e ambos parecem novamente apaixonados, afetando, dessa maneira, o casamento de Rita e dando rumos diferentes as ideias profissionais de Ivo.

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Ainda que sem grandes diálogos, sempre apostando em gags cômicas que pouco funciona, o filme fala muito por meio de gestos e olhares, Lacca consegue imprimir a angustia e solidão interna de seus personagens através de câmeras estáticas e frios tons fotográficos. A narrativa tem um ritmo lento e caminha junto à passagem do protagonista pela nova cidade, um tanto difusa e improdutiva.

Apesar de acompanharmos Ivo durante toda sua jornada, pouco sabemos dele, menos ainda das demais figuras que o rodeiam, podendo dessa forma excluir o processo de identificação e não captar alguns espectadores. No entanto, entende-se que essa proposta se dar pela intenção de Lacca em querer apenas tratar daquele momento prosaico vivido por muitos, quando alguém chega e se vai, o conceito da impermanência, onde tudo é inalterável.

Tanto Irandhir, quanto Carelli desempenham bem suas funções e conferem atuações críveis, sendo fundamentais para que o troço funcione. A fita também lembra alguns trabalhos do cineasta paulista Beto Brant, pela atmosfera gélida e ambiguidade latente. Em suma, Permanência não é uma obra esplendida, mas transmite de maneira universal suas ideias.

Texto originalmente publicado na cobertura do VII Janela Internacional de Cinema do Recife.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Ainda que sem grandes diálogos, sempre apostando em gags cômicas que pouco funciona, o filme fala muito por meio de gestos e olhares, Lacca consegue imprimir a angustia e solidão interna de seus personagens através de câmeras estáticas e frios tons fotográficos. A narrativa tem um ritmo lento e caminha junto à passagem do protagonista pela nova cidade, um tanto difusa e improdutiva.

Apesar de acompanharmos Ivo durante toda sua jornada, pouco sabemos dele, menos ainda das demais figuras que o rodeiam, podendo dessa forma excluir o processo de identificação e não captar alguns espectadores. No entanto, entende-se que essa proposta se dar pela intenção de Lacca em querer apenas tratar daquele momento prosaico vivido por muitos, quando alguém chega e se vai, o conceito da impermanência, onde tudo é inalterável.

Tanto Irandhir, quanto Carelli desempenham bem suas funções e conferem atuações críveis, sendo fundamentais para que o troço funcione. A fita também lembra alguns trabalhos do cineasta paulista Beto Brant, pela atmosfera gélida e ambiguidade latente. Em suma, Permanência não é uma obra esplendida, mas transmite de maneira universal suas ideias.

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