sexta-feira , 27 dezembro , 2024

Crítica | Pokémon O Filme: O Segredo da Selva – A versão Pokémon de Mogli e Pocahontas

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Não é segredo pra ninguém que Pokémon é uma das maiores franquias dos jogos eletrônicos, e quando falamos de transmídia não há nada que se equipare aos chamados monstros de bolso. Além dos games e seus spin-offs, que vendem instantaneamente milhões de cópias, a marca rapidamente ganhou um desenho animado que elevou ainda mais o seu alcance, sendo licenciada para incontáveis produtos das mais várias áreas. Depois de ter igualmente explodido na vertente dos jogos mobile, com Pokémon Go (2016), e receber um filme live action com custo de produção e distribuição de blockbuster, Detetive Pikachu (2019), a franquia meio que ficou sem margem real de avaliação financeira por tamanha relevância e poder dentro da cultura pop de maneira geral.

Porém, logo de início, após a série animada japonesa se tornar um hit global, a Pokémon Company tratou de encomendar um longa-metragem para os cinemas de maior orçamento que teve uma distribuição mundial, Pokémon – Mewtwo Contra-Ataca (2000). O filme também foi um sucesso e imediatamente ganhou uma continuação, que por assim ganhou outra sequência e isso virou tendência. Ao longo das suas mais de duas décadas foram lançados 22 filmes, com às vezes dois ou três por ano – excluindo, claro, o já citado Detetive Pikachu. Esses lançamentos saiam tanto para os cinemas, principalmente no Japão, quanto para home video, o que geralmente acontecia às obras que chegavam no ocidente. O que ocorre exatamente com Pokémon – O Segredo da Selva, que chegou, essa semana, na Netflix, depois de ter feito sucesso nos cinemas nipônicos.



O vigésimo terceiro filme de Pokémon é o primeiro da geração Sword e Shield (2019), jogos que saíram para o console Nintendo Switch e renderam como poucos da franquia. Tentando sair um pouco da zona de conforto, mas ainda apostando no básico, do ponto de vista narrativo e visual, no fim das contas, O Segredo da Selva mais parece uma versão de Mogli: O Menino Lobo (1967), animação clássica da Disney que trazia a história de um garoto órfão criado pelos animais da floresta, que acabou adquirindo os costumes dos bichos ao ponto que ficava mais velho. E essa nova empreitada Pokémon segue a mesma ideia estrutural, porém no mundo dos monstrinhos em questão.

Isso porque na trama acompanhamos a história de Zaza (Koko ou Coco no original), um garoto que vive nas profundezas da selva, na floresta de Okoya, um paraíso perdido que é proibido para estranhos por abrigar uma espécie de árvore da vida, capaz de recuperar as energias vitais de qualquer criatura viva. Zaza foi criado desde bebê por um Pokémon desconhecido, o macaco mítico Zarude, que o achou em Okoya ainda bebê e resolveu adota-lo. O menino cresceu achando que também era um Pokémon, sem nunca duvidar, mas, após um encontro inesperado com a dupla Ash e Pikachu, começa a pensar que é diferente por nunca ter aprendido um ataque, como os outros bichos, e ver em Ash seu primeiro amigo humano. Ao mesmo tempo, Zaza, Ash e Zarude precisam enfrentar uma corporação, ou melhor, um super vilão que quer destruir a árvore da vida e tomar o lugar com e seu poder de cura.

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Por essa descrição alguns já devem ter reparado também a enorme influência de outra animação da Disney, Pocahontas (1995), que tem a mesma plot por trazer uma figura humana externa para um lugar especial e depois esse humano atrair outros da espécie que querem destruir o tal santuário – o filme Avatar (2009) é outro que tomou isso pra si. Mas, apesar dessa ideia nada criativa, O Segredo da Selva funciona bem e deve agradar tanto os fãs de longa data quanto os mais curiosos e marinheiros de primeira viagem. Dessa vez o Ash não é o protagonista da história, tendo bem menos tempo de tela que o Zaza, que rapidamente conquista o público pela sua personalidade forte e caríssima. O fim da história e a decisão do moleque diz muito sobre isso. A participação de outro Pokémon mítico, o já conhecido Celebi, é um dos momentos mais bonitos da produção.

O Segredo da Selva tem alguns clipes musicais em meio as batalhas e transições auxiliando o dinamismo na passagem de tempo da história, que segue de maneira orgânica e divertida, ainda que nunca tente algo diferente ou mais ousado. Sendo exatamente aquilo que se espera do tipo de produção direcionada ao público infantil. Porém seria muito amargo dizer que o título é apenas para crianças, pois qualquer pessoa pode se divertir ou até se emocionar em alguns andamentos do longa, pois de fato os personagens são cativantes e algumas cenas são construídas para causar aquele sentimento de nostalgia. Além de todo aspecto visual bastante agradável que é ajudado pela atmosfera solar presente. Em suma, se você quer ver uma animação divertida e despretensiosa, essa nova aventura de Pokémon é a escolha certa.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Crítica | Pokémon O Filme: O Segredo da Selva – A versão Pokémon de Mogli e Pocahontas

Não é segredo pra ninguém que Pokémon é uma das maiores franquias dos jogos eletrônicos, e quando falamos de transmídia não há nada que se equipare aos chamados monstros de bolso. Além dos games e seus spin-offs, que vendem instantaneamente milhões de cópias, a marca rapidamente ganhou um desenho animado que elevou ainda mais o seu alcance, sendo licenciada para incontáveis produtos das mais várias áreas. Depois de ter igualmente explodido na vertente dos jogos mobile, com Pokémon Go (2016), e receber um filme live action com custo de produção e distribuição de blockbuster, Detetive Pikachu (2019), a franquia meio que ficou sem margem real de avaliação financeira por tamanha relevância e poder dentro da cultura pop de maneira geral.

Porém, logo de início, após a série animada japonesa se tornar um hit global, a Pokémon Company tratou de encomendar um longa-metragem para os cinemas de maior orçamento que teve uma distribuição mundial, Pokémon – Mewtwo Contra-Ataca (2000). O filme também foi um sucesso e imediatamente ganhou uma continuação, que por assim ganhou outra sequência e isso virou tendência. Ao longo das suas mais de duas décadas foram lançados 22 filmes, com às vezes dois ou três por ano – excluindo, claro, o já citado Detetive Pikachu. Esses lançamentos saiam tanto para os cinemas, principalmente no Japão, quanto para home video, o que geralmente acontecia às obras que chegavam no ocidente. O que ocorre exatamente com Pokémon – O Segredo da Selva, que chegou, essa semana, na Netflix, depois de ter feito sucesso nos cinemas nipônicos.

O vigésimo terceiro filme de Pokémon é o primeiro da geração Sword e Shield (2019), jogos que saíram para o console Nintendo Switch e renderam como poucos da franquia. Tentando sair um pouco da zona de conforto, mas ainda apostando no básico, do ponto de vista narrativo e visual, no fim das contas, O Segredo da Selva mais parece uma versão de Mogli: O Menino Lobo (1967), animação clássica da Disney que trazia a história de um garoto órfão criado pelos animais da floresta, que acabou adquirindo os costumes dos bichos ao ponto que ficava mais velho. E essa nova empreitada Pokémon segue a mesma ideia estrutural, porém no mundo dos monstrinhos em questão.

Isso porque na trama acompanhamos a história de Zaza (Koko ou Coco no original), um garoto que vive nas profundezas da selva, na floresta de Okoya, um paraíso perdido que é proibido para estranhos por abrigar uma espécie de árvore da vida, capaz de recuperar as energias vitais de qualquer criatura viva. Zaza foi criado desde bebê por um Pokémon desconhecido, o macaco mítico Zarude, que o achou em Okoya ainda bebê e resolveu adota-lo. O menino cresceu achando que também era um Pokémon, sem nunca duvidar, mas, após um encontro inesperado com a dupla Ash e Pikachu, começa a pensar que é diferente por nunca ter aprendido um ataque, como os outros bichos, e ver em Ash seu primeiro amigo humano. Ao mesmo tempo, Zaza, Ash e Zarude precisam enfrentar uma corporação, ou melhor, um super vilão que quer destruir a árvore da vida e tomar o lugar com e seu poder de cura.

Por essa descrição alguns já devem ter reparado também a enorme influência de outra animação da Disney, Pocahontas (1995), que tem a mesma plot por trazer uma figura humana externa para um lugar especial e depois esse humano atrair outros da espécie que querem destruir o tal santuário – o filme Avatar (2009) é outro que tomou isso pra si. Mas, apesar dessa ideia nada criativa, O Segredo da Selva funciona bem e deve agradar tanto os fãs de longa data quanto os mais curiosos e marinheiros de primeira viagem. Dessa vez o Ash não é o protagonista da história, tendo bem menos tempo de tela que o Zaza, que rapidamente conquista o público pela sua personalidade forte e caríssima. O fim da história e a decisão do moleque diz muito sobre isso. A participação de outro Pokémon mítico, o já conhecido Celebi, é um dos momentos mais bonitos da produção.

O Segredo da Selva tem alguns clipes musicais em meio as batalhas e transições auxiliando o dinamismo na passagem de tempo da história, que segue de maneira orgânica e divertida, ainda que nunca tente algo diferente ou mais ousado. Sendo exatamente aquilo que se espera do tipo de produção direcionada ao público infantil. Porém seria muito amargo dizer que o título é apenas para crianças, pois qualquer pessoa pode se divertir ou até se emocionar em alguns andamentos do longa, pois de fato os personagens são cativantes e algumas cenas são construídas para causar aquele sentimento de nostalgia. Além de todo aspecto visual bastante agradável que é ajudado pela atmosfera solar presente. Em suma, se você quer ver uma animação divertida e despretensiosa, essa nova aventura de Pokémon é a escolha certa.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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