domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Primeiro episódio da 2ª temporada traz ‘Loki’ de volta em grande estilo

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu o primeiro episódio da segunda temporada de Loki, evite esta matéria, pois ela contém spoilers



Após mais de dois anos de espera, a segunda temporada de Loki enfim chegou ao Disney+ com indícios de que será muito superior a sua antecessora, caso mantenha o nível deste primeiro episódio, que é realmente muito bom. Ele parte do exato ponto em que a temporada anterior acabou, mostrando um Deus da Trapaça desesperado e, pela primeira vez em muito tempo, se importando com alguém mais do que ele mesmo. Por incrível que pareça, essa versão do Loki recém-saída dos eventos de Os Vingadores (2012) conseguiu atingir um nível empático que nem mesmo o anti-herói da “Linha do Tempo Sagrada” foi capaz de mostrar nos sete anos em que o acompanhamos no MCU.

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É muito interessante ver essa versão heroica do Deus da Trapaça, porque é nítido que ele compreendeu seu papel no Multiverso (praticamente nada) e ainda assim se põe à disposição para impedir uma ameaça que dará fim a todas as vidas em todas as realidades possíveis. E isso ser posto de forma tão nítida enfim dá a verdadeira dimensão da ameaça de Kang, que mesmo já tendo aparecido duas vezes, tendo efetivamente lutado em uma das produções do MCU, ainda não havia mostrado a que veio.

E o maior mérito desse episódio é justamente dar essa sensação de perigo iminente do vilão sem precisar mostrá-lo. É impressionante como o Kang conseguiu ser muito mais ameaçador com sua presença sendo apenas sugerida do que em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023), em que ele foi o vilão efetivo do longa. Como vocês repararam no episódio e vão ver nas imagens dessa matéria, há diversas menções do vilão e suas variantes geralmente inseridas em um contexto de perigo ou desespero do protagonista. E se for parar para lembrar, a construção elogiada do Thanos (Josh Brolin) no Universo Cinematográfico Marvel foi feita ao longo de quase uma década com pequenas menções ou promessas do antagonista de que iria chegar para acabar com tudo. E quando ele veio, cumpriu com o prometido.

Por outro lado, o Kang (Jonathan Majors) já pegou o bonde andando e sofreu com essa pressa da Marvel em colocá-lo como vilão do péssimo terceiro filme do Homem-Formiga. Sua atuação naquela trama tirou completamente o peso que sua imagem e as histórias a seu respeito passavam. Afinal, o cara foi derrotado por meia dúzia de formigas gigantes e suas ações sequer impactaram na linha do tempo conhecida. Então, ao sugerir essa presença constante de outra variante, uma mais misteriosa e presente, sempre inspirando medo no coração de um dos mais icônicos vilões do MCU, a segunda temporada de Loki começa a fazer uma redução de danos na imagem de Kang, que deve terminar a série em outro nível de maldade.

E tudo isso se deve a um trabalho fenomenal da construção desse universo da AVT, que voltou com seu jeitão de escritório da Vigilância Sanitária, cujos funcionários estão cada vez mais confusos. Esse caos interno trazido por Loki e seus amigos, que querem revelar aos agentes que são todos pessoas sequestradas de linhas do tempo destruídas por eles mesmos, reflete no ambiente, que vai deixando de ser organizado até entrar na completa desordem.

Um dos exemplos disso é o coitado do Casey, que era um pacato Office Boy, e agora toda sua participação é resumida a uma intensa desconfiança causada pela volta de Loki. Em sua primeira aparição na temporada, inclusive, ele está ouvindo um podcast que reflete justamente nesse caos. Isso porque é o mesmo podcast (e o mesmo episódio) que Steven Grant (Oscar Isaac) ouvia à noite para evitar dormir e dar espaço a sua outra personalidade, em Cavaleiro da Lua (2022).

Mas o grande destaque mesmo desse episódio é justamente o novo trio que deve encantar os fãs do MCU: Loki, Mobius e O.B., o nerdzinho da cadeira. Recém-premiado com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, Ke Huy Quan foi a adição perfeita para a série. Ele exala carisma e combina perfeitamente com a química entre Tom Hiddleston e Owen Wilson. Ele combina com o otimismo de Mobius e com o mistério de Loki, mas contrapõe o cinismo e o sarcasmo dos dois com um ar de inocência muito grande.

E por ser uma criatura capaz de consertar e criar armas que mexem diretamente com o fluxo de tempo e espaço, O.B. é certamente um dos personagens mais poderosos de todo o MCU, mesmo que seu jeitinho de moleque excluído passe essa sensação de fragilidade. É um personagem que promete muito na temporada.

Mais pro fim do episódio, inclusive, vemos Loki e Mobius confiando suas vidas ao plano bolado por O.B., que se desse errado, poderia apagar o Loki para sempre da existência, arrancar a pele de Mobius e fazê-lo envelhecer subitamente, e no pior dos casos, poderia apagar tudo no Multiverso. Pelo que o final dá a entender, o plano funciona e Loki para de viajar pelo tempo sem controle. Mas espero que isso não tenha dado tão certo assim e ele ainda fique nessa de ir e voltar aleatoriamente no tempo, porque tem um potencial absurdo. As cenas dele reescrevendo o passado para se ajudar, alterando o futuro na hora que ele precisa são incríveis.

Por fim, o episódio termina com Sylvie (Sophia Di Martino) reaparecendo e indo para a cidade de Broxton, em Oklahoma, no ano de 1982 de uma linha alternativa. Lá, ela comparece a um McDonald’s, enfim podendo experimentar o que é viver uma vida normal. Tem uma piada muito boa que envolve ela pedindo o cardápio inteiro, mas o que chama a atenção mesmo é a localização escolhida por ela. Se nos cinemas a Nova Asgard se estabeleceu na Noruega, a versão dos quadrinhos constrói a cidade justamente em Broxton. É difícil imaginar que a Sylvie fará o mesmo por lá, até porque a série é bem curtinha, então é bem provável que não passe de um easter egg.

Com uma história que preza pelo senso de urgência e consegue instigar a curiosidade para o que vem a seguir, o primeiro episódio da segunda temporada de Loki é ótimo. No entanto, vale a pena segurar um pouco as expectativas, porque os dois primeiros episódios da primeira temporada foram excepcionais e acabaram se perdendo depois com a irregularidade da série. No entanto, a saída do péssimo Michael Waldron da equipe de roteiro da série, atuando agora apenas como produtor executivo, traz esperanças de que a segunda temporada pode, sim, ser excelente.

Os novos episódios de Loki estreiam toda quinta no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Após mais de dois anos de espera, a segunda temporada de Loki enfim chegou ao Disney+ com indícios de que será muito superior a sua antecessora, caso mantenha o nível deste primeiro episódio, que é realmente muito bom. Ele parte do exato ponto em que a temporada anterior acabou, mostrando um Deus da Trapaça desesperado e, pela primeira vez em muito tempo, se importando com alguém mais do que ele mesmo. Por incrível que pareça, essa versão do Loki recém-saída dos eventos de Os Vingadores (2012) conseguiu atingir um nível empático que nem mesmo o anti-herói da “Linha do Tempo Sagrada” foi capaz de mostrar nos sete anos em que o acompanhamos no MCU.

É muito interessante ver essa versão heroica do Deus da Trapaça, porque é nítido que ele compreendeu seu papel no Multiverso (praticamente nada) e ainda assim se põe à disposição para impedir uma ameaça que dará fim a todas as vidas em todas as realidades possíveis. E isso ser posto de forma tão nítida enfim dá a verdadeira dimensão da ameaça de Kang, que mesmo já tendo aparecido duas vezes, tendo efetivamente lutado em uma das produções do MCU, ainda não havia mostrado a que veio.

E o maior mérito desse episódio é justamente dar essa sensação de perigo iminente do vilão sem precisar mostrá-lo. É impressionante como o Kang conseguiu ser muito mais ameaçador com sua presença sendo apenas sugerida do que em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023), em que ele foi o vilão efetivo do longa. Como vocês repararam no episódio e vão ver nas imagens dessa matéria, há diversas menções do vilão e suas variantes geralmente inseridas em um contexto de perigo ou desespero do protagonista. E se for parar para lembrar, a construção elogiada do Thanos (Josh Brolin) no Universo Cinematográfico Marvel foi feita ao longo de quase uma década com pequenas menções ou promessas do antagonista de que iria chegar para acabar com tudo. E quando ele veio, cumpriu com o prometido.

Por outro lado, o Kang (Jonathan Majors) já pegou o bonde andando e sofreu com essa pressa da Marvel em colocá-lo como vilão do péssimo terceiro filme do Homem-Formiga. Sua atuação naquela trama tirou completamente o peso que sua imagem e as histórias a seu respeito passavam. Afinal, o cara foi derrotado por meia dúzia de formigas gigantes e suas ações sequer impactaram na linha do tempo conhecida. Então, ao sugerir essa presença constante de outra variante, uma mais misteriosa e presente, sempre inspirando medo no coração de um dos mais icônicos vilões do MCU, a segunda temporada de Loki começa a fazer uma redução de danos na imagem de Kang, que deve terminar a série em outro nível de maldade.

E tudo isso se deve a um trabalho fenomenal da construção desse universo da AVT, que voltou com seu jeitão de escritório da Vigilância Sanitária, cujos funcionários estão cada vez mais confusos. Esse caos interno trazido por Loki e seus amigos, que querem revelar aos agentes que são todos pessoas sequestradas de linhas do tempo destruídas por eles mesmos, reflete no ambiente, que vai deixando de ser organizado até entrar na completa desordem.

Um dos exemplos disso é o coitado do Casey, que era um pacato Office Boy, e agora toda sua participação é resumida a uma intensa desconfiança causada pela volta de Loki. Em sua primeira aparição na temporada, inclusive, ele está ouvindo um podcast que reflete justamente nesse caos. Isso porque é o mesmo podcast (e o mesmo episódio) que Steven Grant (Oscar Isaac) ouvia à noite para evitar dormir e dar espaço a sua outra personalidade, em Cavaleiro da Lua (2022).

Mas o grande destaque mesmo desse episódio é justamente o novo trio que deve encantar os fãs do MCU: Loki, Mobius e O.B., o nerdzinho da cadeira. Recém-premiado com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, Ke Huy Quan foi a adição perfeita para a série. Ele exala carisma e combina perfeitamente com a química entre Tom Hiddleston e Owen Wilson. Ele combina com o otimismo de Mobius e com o mistério de Loki, mas contrapõe o cinismo e o sarcasmo dos dois com um ar de inocência muito grande.

E por ser uma criatura capaz de consertar e criar armas que mexem diretamente com o fluxo de tempo e espaço, O.B. é certamente um dos personagens mais poderosos de todo o MCU, mesmo que seu jeitinho de moleque excluído passe essa sensação de fragilidade. É um personagem que promete muito na temporada.

Mais pro fim do episódio, inclusive, vemos Loki e Mobius confiando suas vidas ao plano bolado por O.B., que se desse errado, poderia apagar o Loki para sempre da existência, arrancar a pele de Mobius e fazê-lo envelhecer subitamente, e no pior dos casos, poderia apagar tudo no Multiverso. Pelo que o final dá a entender, o plano funciona e Loki para de viajar pelo tempo sem controle. Mas espero que isso não tenha dado tão certo assim e ele ainda fique nessa de ir e voltar aleatoriamente no tempo, porque tem um potencial absurdo. As cenas dele reescrevendo o passado para se ajudar, alterando o futuro na hora que ele precisa são incríveis.

Por fim, o episódio termina com Sylvie (Sophia Di Martino) reaparecendo e indo para a cidade de Broxton, em Oklahoma, no ano de 1982 de uma linha alternativa. Lá, ela comparece a um McDonald’s, enfim podendo experimentar o que é viver uma vida normal. Tem uma piada muito boa que envolve ela pedindo o cardápio inteiro, mas o que chama a atenção mesmo é a localização escolhida por ela. Se nos cinemas a Nova Asgard se estabeleceu na Noruega, a versão dos quadrinhos constrói a cidade justamente em Broxton. É difícil imaginar que a Sylvie fará o mesmo por lá, até porque a série é bem curtinha, então é bem provável que não passe de um easter egg.

Com uma história que preza pelo senso de urgência e consegue instigar a curiosidade para o que vem a seguir, o primeiro episódio da segunda temporada de Loki é ótimo. No entanto, vale a pena segurar um pouco as expectativas, porque os dois primeiros episódios da primeira temporada foram excepcionais e acabaram se perdendo depois com a irregularidade da série. No entanto, a saída do péssimo Michael Waldron da equipe de roteiro da série, atuando agora apenas como produtor executivo, traz esperanças de que a segunda temporada pode, sim, ser excelente.

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