Crítica | Priscilla – Sofia Coppola Retrata o Abandono Afetivo Vivido por Esposa de Elvis Presley

Elvis Presley é um assunto inesgotável. Não bastam os incessantes comentários de que Elvis não morreu, que há décadas se propagam pelo boca a boca: vira e mexe o audiovisual volta a fazer alguma coisa a respeito de sua vida – um documentário, uma série, uma ficção. Os Estados Unidos simplesmente não deixam o cantor do Mississipi de lado. Após a última produção, ‘Elvis’, vencedora de alguns Oscars, que contou a vida do Coronel, o produtor e agente do cantor, chega em breve aos cinemas brasileiros o longa ‘Priscilla’, que conta a vida desta que mais tarde se tornaria a esposa de Elvis.

Priscilla Beaulieu (Cailee Spaeny) é uma jovem adolescente que ainda vai pra escola e vive sobre rígidas regras de seus pais. Certo dia ela é casualmente abordada por um oficial da marinha que a convida para uma festa na casa do famoso cantor Elvis Presley (Jacob Elordi). Intrigada com o convite, porém receosa, Priscilla insiste para que seus pais a deixem ir à festa, e, uma vez lá, imediatamente a jovem chama a atenção do cantor mais cobiçado do momento. De lá para cá os dois passam a se ver com cada vez mais frequência, para a preocupação da família da menina. Quando Elvis precisa retornar aos Estados Unidos, o casal decide manter a relação à distância, e, assim, tem início a história de amor que manteve a sanidade do cantor nos altos e baixos de sua carreira.

Como co-roteirista do filme, Priscilla Presley tem a oportunidade de contar a sua perspectiva dos fatos e, de certa forma, desconstruir a áurea de sujeito perfeito erigida pela mídia ao redor de Elvis, sem, entretanto, macular a memória do ídolo. Conjuntamente com Sofia Coppola e Sandra Harmon, Priscila mostra um lado pouco conhecido – ou melhor, pouco midiaticamente mostrado – do cantor, um lado mais sombrio, mais violento, mais infiel e que eventualmente o levou à ruína de sua própria alma nos últimos anos de sua vida. Trazer um Elvis menos perfeito e menos inocente de todas as outras produções anteriormente já feitas é o maior acerto deste filme, que se destaca também pela direção de arte, cabelo e maquiagem e figurino.

Sofia Coppola opta por um casal protagonista menos conhecido do grande público – ela tendo participado do último ‘Jovens Bruxas’ e ele sendo um dos gatinhos que disputava o coração da mocinha em ‘A Barraca do Beijo’ – para dar vida a dois rostinhos bem conhecidos do grande público. Se por um lado isso ajuda a não trazer uma carga viciada de outros trabalhos ao projeto, por outro falta força e maturidade para encarar o desafio de viver dois personagens tão controversos. Mesmo assim, Cailee Spaeny surpreende pelo crescimento de sua personagem ao longo do filme, deixando visível o seu fim do tempo adolescente, sua entrada no mundo adulto e como, aos poucos, ela também foi se tornando um produto esteticamente manipulado para atender aos desejos me as vontades do marido Elvis.

Priscilla’ traz o olhar solitário da mulher nos bastidores frenéticos na vida de um pop star, mostrando o sofrimento silencioso e o abandono afetivo sistemático que a esposa de Elvis viveu ao longo dos anos ao lado do cantor. Um filme que coloca mais uma peça no infindável quebra-cabeças da vida do icônico cantor.

 

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