sexta-feira , 27 dezembro , 2024

Crítica | Prisoners of Ghostland: Nicolas Cage estrela insano e divertido thriller

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Filme assistido durante o Festival de Sundance 2021

Famigerado, tanto para o bem, como para o mal, Nicolas Cage se consagrou como um ator performático que divide opiniões. Seu talento (ou a falta dele) lhe rendeu um Oscar, uma coletânea de filmes de ação, um clássico romance (Cidade dos Anjos) e hoje, no auge dos seus 57 anos, ele mais do que nunca parece ter se encontrando em um novo nicho. Partindo para uma versão ainda mais caricata de si mesmo, Cage encontra no peculiar e bizarro Prisoners of The Ghostland um subgênero que honra suas atuações exageradas e conquista a audiência com um cinema tão pitoresco, que é difícil tirar os olhos dele.



Nick Cassavetes and Nic Cage appears in Prisoners of the Ghostland by Sion Sono, an official selection of the Premieres section at the 2021 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute.
All photos are copyrighted and may be used by press only for the purpose of news or editorial coverage of Sundance Institute programs. Photos must be accompanied by a credit to the photographer and/or ‘Courtesy of Sundance Institute.’ Unauthorized use, alteration, reproduction or sale of logos and/or photos is strictly prohibited.

Sion Sono é um cineasta e poeta de qualidade absolutamente autoral e faz de seus filmes seus pequenos grandiosos experimentos, onde ele testa os seus limites narrativos e cruza as fronteiras entre os mais diversos gêneros sem timidez e sem seguir padrões. E em Prisoners of The Ghostland, ele faz exatamente isso. Unindo mistério, thriller, ação e drama, em meio a uma estética repleta de samurais, o longa brinca com a nossa percepção de normalidade, nos faz questionar o comum e rapidamente nos leva a comprar a ideia de um Nicolas Cage mais heroico do que jamais vimos antes.

Dando vida a um homem com um passado sombrio e de semblante pesado e triste, Cage é um habilidoso criminoso em uma espécie de jornada de redenção. Responsável por quebrar uma maldição maligna, ele terá que resgatar uma jovem (Sofia Boutella) a tempo de poder também salvar a sua própria vida, que está em jogo. Sua missão se cruzará com a vida dos renegados de Ghostland, uma terra sem vida – à la Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão e Mad Max: Estrada da Fúria -, que espera pelo dia de sua completa libertação.

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E Prisoners of The Ghostland é uma experiência cinematográfica profundamente inusitada. Sob um design de produção que mescla o Japão antigo, com aspectos exageradamente coloridos e extravagantes, que vagamente nos remetem ao Harajuku, a produção é única em toda a sua construção estética e conta com um roteiro que desafia a audiência a suspender a sua realidade padrão. Entregando um humor irreverente e irrevogável, em meio a uma seriedade exagerada entre os próprios personagens, Prisoners of The Ghostland é caricato, nos leva ao riso frouxo, e mostra que, desde a estreia do aclamado Mandy, Nicolas Cage mais do que nunca parece consolidar o seu próprio subgênero de filmes cult.

Com Sofia Boutella no elenco, brilhando em uma estranha dinâmica relacional com Cage, o cômico thriller/mistério é cheio de referências ao cinema oriental e não se obriga a se levar tão a sério. Com Sono trazendo sua direção autoral, o longa é ousado em todos os sentidos e perfeito para o Festival de Sundance. Divertido e pitoresco, Prisoner of The Ghostland ainda consegue ser uma prazerosa descarga de adrenalina e faz dos seus clichês narrativos um elemento extra na sua estranheza, garantindo um humor ácido necessário, em meio a uma trama cheia de elementos que só fazem sentido mesmo nessa incrível e maravilhosa união entre Sion Sono e Nicolas Cage.

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Nick Cassavetes and Nic Cage appears in Prisoners of the Ghostland by Sion Sono, an official selection of the Premieres section at the 2021 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute.
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Sion Sono é um cineasta e poeta de qualidade absolutamente autoral e faz de seus filmes seus pequenos grandiosos experimentos, onde ele testa os seus limites narrativos e cruza as fronteiras entre os mais diversos gêneros sem timidez e sem seguir padrões. E em Prisoners of The Ghostland, ele faz exatamente isso. Unindo mistério, thriller, ação e drama, em meio a uma estética repleta de samurais, o longa brinca com a nossa percepção de normalidade, nos faz questionar o comum e rapidamente nos leva a comprar a ideia de um Nicolas Cage mais heroico do que jamais vimos antes.

Dando vida a um homem com um passado sombrio e de semblante pesado e triste, Cage é um habilidoso criminoso em uma espécie de jornada de redenção. Responsável por quebrar uma maldição maligna, ele terá que resgatar uma jovem (Sofia Boutella) a tempo de poder também salvar a sua própria vida, que está em jogo. Sua missão se cruzará com a vida dos renegados de Ghostland, uma terra sem vida – à la Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão e Mad Max: Estrada da Fúria -, que espera pelo dia de sua completa libertação.

E Prisoners of The Ghostland é uma experiência cinematográfica profundamente inusitada. Sob um design de produção que mescla o Japão antigo, com aspectos exageradamente coloridos e extravagantes, que vagamente nos remetem ao Harajuku, a produção é única em toda a sua construção estética e conta com um roteiro que desafia a audiência a suspender a sua realidade padrão. Entregando um humor irreverente e irrevogável, em meio a uma seriedade exagerada entre os próprios personagens, Prisoners of The Ghostland é caricato, nos leva ao riso frouxo, e mostra que, desde a estreia do aclamado Mandy, Nicolas Cage mais do que nunca parece consolidar o seu próprio subgênero de filmes cult.

Com Sofia Boutella no elenco, brilhando em uma estranha dinâmica relacional com Cage, o cômico thriller/mistério é cheio de referências ao cinema oriental e não se obriga a se levar tão a sério. Com Sono trazendo sua direção autoral, o longa é ousado em todos os sentidos e perfeito para o Festival de Sundance. Divertido e pitoresco, Prisoner of The Ghostland ainda consegue ser uma prazerosa descarga de adrenalina e faz dos seus clichês narrativos um elemento extra na sua estranheza, garantindo um humor ácido necessário, em meio a uma trama cheia de elementos que só fazem sentido mesmo nessa incrível e maravilhosa união entre Sion Sono e Nicolas Cage.

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