quarta-feira , 22 janeiro , 2025

Crítica | Promessas de Guerra

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Sem dúvida, ‘Promessas de Guerra‘ é um filme atraente. Durante a projeção não senti muita vontade de virar o rosto, embora alguns pequenos momentos tenham me causado esta sensação, nem tão pouco a obra seja uma grande experiência. Trata-se de um filme que tende ao mediano (no pior sentido da palavra), mas que é um bom começo para o estreante (na direção) Russell Crowe, já que este demonstra certa sensibilidade ao longo do filme e que, me pareceu, tem potencial para realizar algo muito bom.

Empregando personagens já manjados, como o pai amargurado (personagem típico de Crowe), a namorada do herói e a criança por quem o herói se afeiçoa, o filme narra à jornada de um pai que busca os ossos dos filhos para que possa enterrá-los em casa. A obra encontra como seu grande pilar as atuações, que vão dos excelentes Yılmaz Erdoğan e Olga Kurylenko ao ótimo Ryan Corr, e o sempre sólido como pedra Crowe. As grandes falhas do filme se concentram, basicamente, no roteiro. Dessa forma, é impressionante notar como os roteiristas se utilizam de artifícios que qualquer um que está começando a escrever roteiros sabe que não deve usar constantemente em seus trabalhos.

thewaterdiviner

E não só uma vez, mas durante toda a obra o roteiro se baseia em um Deus ex machina atrás do outro, para dar continuidade a narrativa. Vemos Joshua Connor (Crowe) adivinhando, por meio de visões, onde os seus filhos estão enterrados, bem como a constante visão do pai da batalha final dos filhos, na qual ele não estava presente. São empregados, também, personagens que mudam de personalidade em segundos de acordo com a comodidade dos roteiristas. Em um momento, o Major Hasan (Erdogan) resolve ajudar o protagonista, mesmo havendo dito, há alguns instantes, que não iria mais ajudá-lo. Em outra ocasião, o tenente Cyril (Jai Courtney) resolve permitir, de uma hora para outra, que Joshua fique em um acampamento proibido para civis, mesmo tendo manifestado, anteriormente, que não o queria ali.

Se em alguns momentos Crowe toma decisões eficientes e originais, em outros, apela ao drama excessivo e aos clichês. Os momentos de drama forçados são constantes durante o filme e são ressaltados pela trilha sonora igualmente forçada, que em alguns momentos, com música excessiva e montagem rápida, beira o videoclipe.

O diretor insiste, também, em uma palheta dessaturada que se tornou o lugar comum para filmes de guerra, bem como uma palheta amarela para algumas das cenas na Turquia, algo que é minimamente interessante mas genérico por retratar o país como um lugar exótico e repleto de condimentos.

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Em outras instancias, porém, Crowe demonstra sensibilidade, e por isso afirmo que é um diretor com potencial para fazer algo muito melhor, lhe falta apenas um pouco de bagagem. Alguns dos diálogos relacionados à primeira guerra mundial, bem como o mérito de não cair no lugar comum de endeusar os aliados e demonizar a aliança revelam honestidade do diretor bem como coragem em apresentar uma visão realista da guerra, como um conflito no qual não há vencedores.

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Sem dúvida, ‘Promessas de Guerra‘ é um filme atraente. Durante a projeção não senti muita vontade de virar o rosto, embora alguns pequenos momentos tenham me causado esta sensação, nem tão pouco a obra seja uma grande experiência. Trata-se de um filme que tende ao mediano (no pior sentido da palavra), mas que é um bom começo para o estreante (na direção) Russell Crowe, já que este demonstra certa sensibilidade ao longo do filme e que, me pareceu, tem potencial para realizar algo muito bom.

Empregando personagens já manjados, como o pai amargurado (personagem típico de Crowe), a namorada do herói e a criança por quem o herói se afeiçoa, o filme narra à jornada de um pai que busca os ossos dos filhos para que possa enterrá-los em casa. A obra encontra como seu grande pilar as atuações, que vão dos excelentes Yılmaz Erdoğan e Olga Kurylenko ao ótimo Ryan Corr, e o sempre sólido como pedra Crowe. As grandes falhas do filme se concentram, basicamente, no roteiro. Dessa forma, é impressionante notar como os roteiristas se utilizam de artifícios que qualquer um que está começando a escrever roteiros sabe que não deve usar constantemente em seus trabalhos.

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E não só uma vez, mas durante toda a obra o roteiro se baseia em um Deus ex machina atrás do outro, para dar continuidade a narrativa. Vemos Joshua Connor (Crowe) adivinhando, por meio de visões, onde os seus filhos estão enterrados, bem como a constante visão do pai da batalha final dos filhos, na qual ele não estava presente. São empregados, também, personagens que mudam de personalidade em segundos de acordo com a comodidade dos roteiristas. Em um momento, o Major Hasan (Erdogan) resolve ajudar o protagonista, mesmo havendo dito, há alguns instantes, que não iria mais ajudá-lo. Em outra ocasião, o tenente Cyril (Jai Courtney) resolve permitir, de uma hora para outra, que Joshua fique em um acampamento proibido para civis, mesmo tendo manifestado, anteriormente, que não o queria ali.

Se em alguns momentos Crowe toma decisões eficientes e originais, em outros, apela ao drama excessivo e aos clichês. Os momentos de drama forçados são constantes durante o filme e são ressaltados pela trilha sonora igualmente forçada, que em alguns momentos, com música excessiva e montagem rápida, beira o videoclipe.

O diretor insiste, também, em uma palheta dessaturada que se tornou o lugar comum para filmes de guerra, bem como uma palheta amarela para algumas das cenas na Turquia, algo que é minimamente interessante mas genérico por retratar o país como um lugar exótico e repleto de condimentos.

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Em outras instancias, porém, Crowe demonstra sensibilidade, e por isso afirmo que é um diretor com potencial para fazer algo muito melhor, lhe falta apenas um pouco de bagagem. Alguns dos diálogos relacionados à primeira guerra mundial, bem como o mérito de não cair no lugar comum de endeusar os aliados e demonizar a aliança revelam honestidade do diretor bem como coragem em apresentar uma visão realista da guerra, como um conflito no qual não há vencedores.

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