domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Quando as Luzes se Apagam

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Dirty Diana

A Morte do Demônio, Mama e O Espelho. O que esses três filmes de terror possuem em comum? Todos foram criados originalmente como curtas-metragens antes de virarem produções cinematográficas estendidas e serem exibidos nos cinemas mundiais. Em tal quesito também se encaixa este Quando as Luzes se Apagam (Lights Out, no original), que chega aos cinemas brasileiros este fim de semana.

Criado por David F. Sandberg, o curta Lights Out foi lançado em 2013 com uma ideia simples, mas eficiente: a de uma mulher entidade que se materializa apenas quando as luzes estão apagadas. Com menos de três minutos de duração, o curta é direto e assustador, prometendo tirar o sono dos mais impressionáveis. O curta foi inscrito numa competição, não venceu, mas ganhou algo ainda melhor, a atenção do papa do terror atual James Wan, que topou produzir um longa baseado na ideia de Sandberg, assim impulsionando bastante a obra.



Quando as Luzes se Apagam - CinePOP 2

Com um estúdio colossal na distribuição (a Warner), Sandberg não poderia ter seu nome mais escrito nas estrelas, porém, o desafio apenas começava. O próprio Wan, em parte, era incrédulo sobre o êxito de pegar uma ideia que funciona bem em três minutos e alongá-la para os oitenta e um minutos do longa-metragem. A solução encontrada pelo roteiro de Eric Heisserer (que não possui o melhor dos históricos de currículo, tendo os textos dos remakes de A Hora do Pesadelo e O Enigma de Outro Mundo na bagagem) foi o caminho certo a seguir – desenvolver a história traumática da família de protagonistas, criar um backstory para a maldição e caprichar nas situações visuais, nas quais pudesse ser explorado o tema “criatura que só aparece no escuro”.

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Na trama, conhecemos a típica família disfuncional e traumatizada norte-americana. Sophie (Maria Bello) é a matriarca desequilibrada psicologicamente. Ela acabou de perder o marido (Billy Burke) e o fato está afetando o pequeno Martin (Gabriel Bateman), filho do casal. O garoto tem medo de dormir à noite, e durante o dia, na escola, paga pelo cansaço. Mas o motivo não têm nada a ver com sonhos / pesadelos ou Freddy Krueger, e sim com o apagar das luzes. Entra em cena Rebecca, papel da protagonista Teresa Palmer (A Escolha), irmã do menino por parte de mãe, que precisará segurar as rédeas da situação.

Quando as Luzes se Apagam - CinePOP 4

Aos poucos Rebecca vai lembrando do passado, e do fato de que também era atormentada na infância pela entidade sombria e maligna, autointitulada Diana. A jovem começa sua investigação particular e no processo desvenda a estranha conexão de sua mãe com a macabra figura feminina.

Como dito, a ideia por trás de Quando as Luzes se Apagam é simples, no entanto, as soluções encontradas pelo roteiro são louváveis. O êxito se encontra justamente em conseguir transformar um truque em um filme, mesmo que básico. Os personagens são caricaturas, temos, por exemplo, a jovem rebelde (Palmer), a criança perturbada (Bateman), o namorado alternativo (Alexander DiPersia) e a figura materna insana (Bello), todos explorados minimamente para fazer a coisa andar sem comprometer o todo. Embora não sejam exemplos de desenvolvimento de personagem, são clichês confeccionados de forma a não prejudicar a narrativa.

Quando as Luzes se Apagam - CinePOP 5

O backstory da criatura (carinhosamente apelidada por mim de “Dirty Diana”, sim, como na música do ídolo Michael Jackson) é curioso e assustador, intrigante ao ponto de não solucionar todo o mistério, mastigando tudo ao público. Com certeza, como no melhor do gênero, o passado de Diana deixará muitas perguntas sem resposta para os espectadores. Em sua forma física, Diana é uma mistura de Samara (O Chamado) e Mama (2013), sem grandes novidades aqui também.

Os louros ficam por conta do que é confeccionado para as cenas visualmente. Em sequência, o roteiro cria situações nas quais a ideia principal pode ser aplicada, usando, por exemplo, luzes de celulares, faróis de automóveis, lanterna dos mais variados tipos, o fato da criatura não desaparecer na luz negra e, inclusive, um momento bem legal com tiros de pistola. O fato é que talvez tais pontos positivos sejam pouco para a aprovação do filme. De qualquer forma, os aficionados pelo gênero encontrarão a maioria dos elementos dos quais estão acostumados, no lugar direitinho, incluindo sustos de montão, além de uma estética chamativa. Para os mais minuciosos, que gostam de ler além nas entrelinhas, Diana poderá transparecer como a primeira vilã sobrenatural lésbica da história, com desejos de uma família moderna, sem a presença masculina.

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A Morte do Demônio, Mama e O Espelho. O que esses três filmes de terror possuem em comum? Todos foram criados originalmente como curtas-metragens antes de virarem produções cinematográficas estendidas e serem exibidos nos cinemas mundiais. Em tal quesito também se encaixa este Quando as Luzes se Apagam (Lights Out, no original), que chega aos cinemas brasileiros este fim de semana.

Criado por David F. Sandberg, o curta Lights Out foi lançado em 2013 com uma ideia simples, mas eficiente: a de uma mulher entidade que se materializa apenas quando as luzes estão apagadas. Com menos de três minutos de duração, o curta é direto e assustador, prometendo tirar o sono dos mais impressionáveis. O curta foi inscrito numa competição, não venceu, mas ganhou algo ainda melhor, a atenção do papa do terror atual James Wan, que topou produzir um longa baseado na ideia de Sandberg, assim impulsionando bastante a obra.

Quando as Luzes se Apagam - CinePOP 2

Com um estúdio colossal na distribuição (a Warner), Sandberg não poderia ter seu nome mais escrito nas estrelas, porém, o desafio apenas começava. O próprio Wan, em parte, era incrédulo sobre o êxito de pegar uma ideia que funciona bem em três minutos e alongá-la para os oitenta e um minutos do longa-metragem. A solução encontrada pelo roteiro de Eric Heisserer (que não possui o melhor dos históricos de currículo, tendo os textos dos remakes de A Hora do Pesadelo e O Enigma de Outro Mundo na bagagem) foi o caminho certo a seguir – desenvolver a história traumática da família de protagonistas, criar um backstory para a maldição e caprichar nas situações visuais, nas quais pudesse ser explorado o tema “criatura que só aparece no escuro”.

Na trama, conhecemos a típica família disfuncional e traumatizada norte-americana. Sophie (Maria Bello) é a matriarca desequilibrada psicologicamente. Ela acabou de perder o marido (Billy Burke) e o fato está afetando o pequeno Martin (Gabriel Bateman), filho do casal. O garoto tem medo de dormir à noite, e durante o dia, na escola, paga pelo cansaço. Mas o motivo não têm nada a ver com sonhos / pesadelos ou Freddy Krueger, e sim com o apagar das luzes. Entra em cena Rebecca, papel da protagonista Teresa Palmer (A Escolha), irmã do menino por parte de mãe, que precisará segurar as rédeas da situação.

Quando as Luzes se Apagam - CinePOP 4

Aos poucos Rebecca vai lembrando do passado, e do fato de que também era atormentada na infância pela entidade sombria e maligna, autointitulada Diana. A jovem começa sua investigação particular e no processo desvenda a estranha conexão de sua mãe com a macabra figura feminina.

Como dito, a ideia por trás de Quando as Luzes se Apagam é simples, no entanto, as soluções encontradas pelo roteiro são louváveis. O êxito se encontra justamente em conseguir transformar um truque em um filme, mesmo que básico. Os personagens são caricaturas, temos, por exemplo, a jovem rebelde (Palmer), a criança perturbada (Bateman), o namorado alternativo (Alexander DiPersia) e a figura materna insana (Bello), todos explorados minimamente para fazer a coisa andar sem comprometer o todo. Embora não sejam exemplos de desenvolvimento de personagem, são clichês confeccionados de forma a não prejudicar a narrativa.

Quando as Luzes se Apagam - CinePOP 5

O backstory da criatura (carinhosamente apelidada por mim de “Dirty Diana”, sim, como na música do ídolo Michael Jackson) é curioso e assustador, intrigante ao ponto de não solucionar todo o mistério, mastigando tudo ao público. Com certeza, como no melhor do gênero, o passado de Diana deixará muitas perguntas sem resposta para os espectadores. Em sua forma física, Diana é uma mistura de Samara (O Chamado) e Mama (2013), sem grandes novidades aqui também.

Os louros ficam por conta do que é confeccionado para as cenas visualmente. Em sequência, o roteiro cria situações nas quais a ideia principal pode ser aplicada, usando, por exemplo, luzes de celulares, faróis de automóveis, lanterna dos mais variados tipos, o fato da criatura não desaparecer na luz negra e, inclusive, um momento bem legal com tiros de pistola. O fato é que talvez tais pontos positivos sejam pouco para a aprovação do filme. De qualquer forma, os aficionados pelo gênero encontrarão a maioria dos elementos dos quais estão acostumados, no lugar direitinho, incluindo sustos de montão, além de uma estética chamativa. Para os mais minuciosos, que gostam de ler além nas entrelinhas, Diana poderá transparecer como a primeira vilã sobrenatural lésbica da história, com desejos de uma família moderna, sem a presença masculina.

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