[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS]
Se você ainda não assistiu o quarto episódio de Invasão Secreta, evite esta matéria, pois ela contém spoilers
Faltando agora dois episódios para o fim da série, Invasão Secreta lançou, nesta quarta (12), seu episódio mais curto até agora, mas também o mais impactante deles. Depois das provocações feitas na semana passada, eles precisavam manter o alto nível e decidiram fazê-lo em uma trama mais reduzida, porém extremamente eficaz. Nos dois primeiros capítulos, sempre houve um momento de maior peso que acabou marcando o episódio na memória. Só que neste quarto episódio, são diversos momentos que te pegam de surpresa.
Logo de cara, eles resolvem uma situação que todos já esperavam que fosse ser revertida mesmo. A suposta morte de Gi’Ah (Emilia Clarke) causou um estranhamento porque ela se transformou em Skrull no segundo exato em que foi alvejada, enquanto os outros de sua espécie demoram um tempo para revelar sua verdadeira aparência na hora da morte. No entanto, a teoria principal era de que ela apenas havia fingido a morte ao perceber que não era um tiro fatal. Neste episódio, deu para ver que ela só se salvou por ter se submetido ao aprimoramento genético que a transformou na segunda Super Skrull, e isso sim foi surpreendente. E dados os eventos que se sucedem, é bem provável que ela enfim conquiste o protagonismo esperado nesta reta final.
Mas novamente o maior destaque mesmo foram os diálogos. Quando a trama é cheia de reviravoltas e não se sabe ao certo em quem confiar, a melhor forma de explorar essa tensão é aproximando os personagens. E o episódio desta semana foi certeiro ao colocar Nick Fury (Samuel L. Jackson) confrontando sua esposa, Priscilla (Charlayne Woodard). A forma como optaram por resolver a situação em uma conversa franca entre marido e esposa – com a exceção de ambos estarem armados, é claro, fazendo com que eles refletissem brevemente sobre esse relacionamento complicado, relembrando do início da história deles, foi fantástico. Enquanto eles se abriam um para o outro, havia a tensão de qualquer um deles desistir e só atirar no outro. Afinal, eram vidas em jogo naquela ‘DR’.
Da mesma forma, Fury ruma a outro confronto “olho no olho”, mas agora com o Coronel James Rhodes (Don Cheadle), que já havia praticamente se confirmado como Skrull no episódio anterior. Se ainda havia alguma dúvida, o capítulo da semana confirmou de vez o que todos já sabiam: Rhodes é um Skrull infiltrado. E a forma como Fury decidiu usá-lo no próprio jogo foi excelente. Além disso, seguem as grandes dúvidas: onde está o verdadeiro Rhodes? Quando ele foi substituído? Porque o episódio em questão leva a crer que alguns dos principais eventos do Universo Cinematográfico Marvel tiveram influência Skrull. Será que os novos casos também foram influenciados por eles? Lembrando, por exemplo, que Rhodes tentou impedir Sam Wilson (Anthony Mackie) de abrir mão do escudo e manto de Capitão América. Na série, parecia ser mais uma conversa sobre o racismo nos EUA, mas caso ele já fosse um Skrull, poderia muito bem ser uma tentativa de manter um conhecido sem poderes no principal símbolo dos EUA.
Precisamos destacar também um diálogo entre Gi’Ah e seu pai, Talos (Ben Mendelsohn). Venho elogiando a atuação de Ben desde o primeiro episódio. O ator vem se desdobrando em um papel mais diplomático e construiu um dos personagens mais interessantes dessa nova leva do MCU. Nessa conversa entre pai e filha, a Super Skrull pede ao pai para que ele revele seu plano para conseguir um novo planeta para sua raça. Contrariando as expectativas da garota, Talos revela uma proposta pacífica que acredita fundamentalmente na bondade humana e no caráter dos Skrulls. Ele quer ajudar e tem plena convicção de que esses atos de benevolência serão o bastante para superar fatores como o preconceito e a violência. É fantástico ver novamente um alienígena que consegue enxergar e ostentar a humanidade com mais boa-vontade que muitos personagens legitimamente humanos. E estamos falando de um ex-líder de guerra. Ele foi forjado em meio ao conflito e ainda assim conseguiu crescer e compreender que foi justamente o conflito que levou seu povo ao fim. Ele é um exilado, um “apátrida”, capaz de olhar para as diferentes sociedades terráqueas com esperança e otimismo. É impossível não gostar de Talos. Ainda assim, essa visão quase inocente do Skrull não agrada Gi’Ah, que deixa a conversa nitidamente preocupada com o futuro de sua espécie.
Então, o episódio se conduz ao fim. Para quem não viu a duração quando apertou play no Disney+, provavelmente se surpreendeu com o corte tão surpreendente. Gravik (Kingsley Ben-Adir) seguiu com o plano de instaurar uma guerra entre EUA e Rússia, simulando um atentado russo ao presidente dos Estados Unidos. Entretanto, Fury e Talos correm para a estrada, ajudando a reverter os ataques aliens. É também a primeira vez que vemos Gravik usar seus poderes, como o braço que estica, vindo do DNA do Groot. O confronto parecia ganhar novos contornos, até que chega a notícia que ninguém queria dar. Talos é alvejado pelos soldados de sua própria espécie e começa a morrer. Neste processo, ele vai revelando sua verdadeira forma, até que um soldado dos EUA tenta ajudá-lo enquanto Fury leva o presidente dos EUA para seu carro blindado. O momento em que o soldado revela ser o Gravik e termina de executar o Talos foi cruel. Aquele antigo líder, responsável por segurar a barra de seu povo órfão de um lar por três décadas, que tinha uma ideologia pautada na bondade, é assassinado a sangue frio por um dos Skrulls que ele mesmo trouxe para o planeta e ajudou a ser acolhido. Brutal.
E com essa reação de Nick Fury, partimos rumo aos dois últimos episódios, que prometem trazer mais ação. Ainda com muitas perguntas a responder, a série agora deve entrar num ritmo mais frenético. Ansiosos?
Os novos episódios de Invasão Secreta estreiam toda quarta no Disney+.