Nem tudo é o que parece ser. Chegou no catálogo da Paramount Plus um seriado cheio de reviravoltas, idas e vindas por meio de diferentes pontos de vistas, que exploram as possibilidades da espionagem industrial através das ações de um protagonista desconfiado com tudo e todos, que tem uma empresa que resolve situações, cria vantagens, das mais diversas, para quem o contrata, mas se vê constantemente perdido pelas falhas de um enorme plano que envolve questões democráticas e que podem afetar o planeta das informações. Criada pela dupla Glenn Ficarra e John Requa, Rabbit Hole: Jogo de Mentiras, não entrega muito nessa primeira temporada, deixando as principais respostas para as próximas etapas.
Na trama, conhecemos John Weir (Kiefer Sutherland), um dos criadores de uma empresa de sucesso que resolve questões ligadas à espionagem para empresas e pessoas que os contrata. Em um novo e audacioso plano, a conclusão não sai como esperado e ele se vê envolvido em uma trama cheio de caminhos dentro da narrativa que tinha criado. Lutando contra seu complicado passado, memórias doloridas, e perdas no presente, ele precisará se juntar a um grupo de novas pessoas para enfim colocar o trem de volta aos trilhos e sair vencedor em uma batalha que gira em torno da informação.
O roteiro busca ser engenhoso, modifica peças de lugar frequentemente através das peculiaridades do seu confuso protagonista, usa do flashback para ampliar o entendimento na parte psicológica dos personagens. As perguntas começam aqui. Será que é tudo parte de um plano dele? Qual o plano? Será que está sendo enganado? Engana-se quem acha que encontrará respostas nessa primeira temporada, na verdade muitas perguntas são introduzidas pelas entrelinhas, inclusive.
Por falar do lado psicológico de John Weir, essa é a parte mais interessante para se seguir observando. A mente e suas complexidades viram elementos importantes nessa história, o começo do visualizar outros cenários, até o real entendimento dos traumas de um passado que não esquece, até mesmo suas aflições do que pode ser real ou não são ingredientes que tornam esse protagonista enigmático.
A subtrama policial, com o foco na detetive que os investiga, é o ponto fraco dessa primeira parte da história, parece distante adicionado apenas o óbvio dentro de um limitado ponto de vista de quem, assim como nós espectadores, não está entendendo os principais porquês que atravessam essa mirabolante história.
Pelas ruas de uma grande cidade norte-americana, ou mesmo escondidos em lugares remotos, vamos acompanhando os passos do novo grupo formado por Weir em busca de respostas, onde a busca pelo controle da informação é o início de um caminho com muitas motivações e possibilidades.