domingo , 17 novembro , 2024

Crítica | Reacher: 1ª Temporada – Mais ação e menos investigação nas novas aventuras de Jack Reacher

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Estrelado por Tom Cruise, ‘Jack Reacher – O Último Tiro’ (2012) pegou muita gente de surpresa por trazer uma atmosfera que deu orgulho a Tom Clancy, muito por seguir uma linha investigativa e jamais perder o fôlego no que se refere às cenas de ação. Dirigido por Christopher McQuarrie, o filme consegue empolgar pela plasticidade nos andamentos de confronto e manter uma elegância narrativa do início ao fim. Rendendo assim uma boa grana nas bilheterias e sendo elogiado pelos veículos especializados. Algo que garantiu a McQuarrie o posto de diretor fixo da excelente cinessérie ‘Missão: Impossível’, a galinha dos ovos de ouro de Cruise, da qual, além de protagonista, também atua como produtor.

Já a sequência Jack Reacher: Sem Retorno’ (2016) não teve, nem de longe, a mesma repercussão do original, alcançando metade do faturamento e sendo massacrada pela crítica – ainda com Tom Cruise, mas sem Christopher McQuarrie. Ambos os filmes foram baseados nos livros homônimos de Lee Child, que têm uma pegada bem diferente das produções em questão.

Os contos de Child são muito mais focados em aventuras que apresentam tramas pra lá de simplórias e traziam confrontos mais diretos e menos estratégicos. Quase como eram as antigas revistas pulp, estas que, em sua maioria, traziam histórias “descartáveis” e possuíam o propósito escapista de apenas entreter o leitor, momentaneamente, enquanto estivesse ali numa fila de banco ou esperando no ponto de ônibus. Por isso elas também eram conhecidas como “revistas de rodoviária”, onde o consumidor lia rapidamente e as abandonava nos bancos das praças para que outras pessoas também pudessem conferir.



Seis anos depois, surpreendentemente, chega a Amazon Prime Video uma nova tentativa de resgate da franquia de Lee Child, agora em formato seriado e com o título também simplificado para ‘Reacher’. E, de maneira igualmente inesperada, a série deve seguir um caminho oposto das adaptações cinematográficas, buscando adaptar aquela linha dos livros que já comentamos. Aliás, a série vai além e transforma essa pegava aventuresca numa espécie de filme B de ação. Sim, aquelas produções bem qualquer nota que saem direto para home video devido ao seu baixo orçamento e elenco “desconhecido”.

O perfil do ator que vive Jack Reacher, Alan Ritchson (‘As Tartarugas Ninjas’), diz logo de cara o que teremos pela frente, isso por se tratar de um sujeito gigantesco, sisudo e caladão – o exato oposto de Tom Cruise. Ou seja, se a ideia dos criadores era fazer o público esquecer os filmes anteriores, o êxito foi concluído, pois em nada essa série remete àquelas produções de cinema. Por sinal, as cenas iniciais do episódio piloto, ‘Welcome to Margrave’, funcionam como um eficiente cartão de visitas, pois é exatamente aquilo que acompanharemos daqui em diante. Pancadaria, frases de efeitos e encaradas de bang-bang.

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Então quer dizer que o show comando por Nick Santora (‘Prision Break’) é um completo desastre? Não, necessariamente, pois a série acaba sendo um prato cheio para o público mais velho que curte um filme de ação descompromissado, onde a porrada come solta e é acompanhada de romances genéricos. Ainda que Alan Ritchson tenha carisma suficiente para conquistar o espectador desavisado que foi ver a série esperando algo parecido com os títulos protagonizados por Cruise. Aliás, como é habitual do baixinho cientologista, Ritchson está ótimo nas cenas de luta, executando movimentos que dão a impressão de impacto e faz valer a persona badass que carrega.

Já o elenco de apoio é formado, basicamente, por Malcolm Goodwin (‘O Gangster’) e Willa Fitzgerald (‘Little Women’), que servem como figuras funcionais para a trama. Somente a participação especial de Kristin Kreuk (‘O Peso da Verdade’) traz um certo frescor aos mais saudosistas da antiga série do Superboy, pois, pra quem não lembra, a atriz viveu a Lana em ‘Smallville’ durante oito anos. Por fim, ‘Reacher’ é o tipo da produção que não fará muito sucesso com a grande maioria do público do serviço de streaming da Amazon, mas agradará aqueles que curtem um filme de ação divertido, eficiente e absolutamente simples. Garanto que a grande maioria das set pieces do show são bem inspiradas e empolgante

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Já a sequência Jack Reacher: Sem Retorno’ (2016) não teve, nem de longe, a mesma repercussão do original, alcançando metade do faturamento e sendo massacrada pela crítica – ainda com Tom Cruise, mas sem Christopher McQuarrie. Ambos os filmes foram baseados nos livros homônimos de Lee Child, que têm uma pegada bem diferente das produções em questão.

Os contos de Child são muito mais focados em aventuras que apresentam tramas pra lá de simplórias e traziam confrontos mais diretos e menos estratégicos. Quase como eram as antigas revistas pulp, estas que, em sua maioria, traziam histórias “descartáveis” e possuíam o propósito escapista de apenas entreter o leitor, momentaneamente, enquanto estivesse ali numa fila de banco ou esperando no ponto de ônibus. Por isso elas também eram conhecidas como “revistas de rodoviária”, onde o consumidor lia rapidamente e as abandonava nos bancos das praças para que outras pessoas também pudessem conferir.

Seis anos depois, surpreendentemente, chega a Amazon Prime Video uma nova tentativa de resgate da franquia de Lee Child, agora em formato seriado e com o título também simplificado para ‘Reacher’. E, de maneira igualmente inesperada, a série deve seguir um caminho oposto das adaptações cinematográficas, buscando adaptar aquela linha dos livros que já comentamos. Aliás, a série vai além e transforma essa pegava aventuresca numa espécie de filme B de ação. Sim, aquelas produções bem qualquer nota que saem direto para home video devido ao seu baixo orçamento e elenco “desconhecido”.

O perfil do ator que vive Jack Reacher, Alan Ritchson (‘As Tartarugas Ninjas’), diz logo de cara o que teremos pela frente, isso por se tratar de um sujeito gigantesco, sisudo e caladão – o exato oposto de Tom Cruise. Ou seja, se a ideia dos criadores era fazer o público esquecer os filmes anteriores, o êxito foi concluído, pois em nada essa série remete àquelas produções de cinema. Por sinal, as cenas iniciais do episódio piloto, ‘Welcome to Margrave’, funcionam como um eficiente cartão de visitas, pois é exatamente aquilo que acompanharemos daqui em diante. Pancadaria, frases de efeitos e encaradas de bang-bang.

Então quer dizer que o show comando por Nick Santora (‘Prision Break’) é um completo desastre? Não, necessariamente, pois a série acaba sendo um prato cheio para o público mais velho que curte um filme de ação descompromissado, onde a porrada come solta e é acompanhada de romances genéricos. Ainda que Alan Ritchson tenha carisma suficiente para conquistar o espectador desavisado que foi ver a série esperando algo parecido com os títulos protagonizados por Cruise. Aliás, como é habitual do baixinho cientologista, Ritchson está ótimo nas cenas de luta, executando movimentos que dão a impressão de impacto e faz valer a persona badass que carrega.

Já o elenco de apoio é formado, basicamente, por Malcolm Goodwin (‘O Gangster’) e Willa Fitzgerald (‘Little Women’), que servem como figuras funcionais para a trama. Somente a participação especial de Kristin Kreuk (‘O Peso da Verdade’) traz um certo frescor aos mais saudosistas da antiga série do Superboy, pois, pra quem não lembra, a atriz viveu a Lana em ‘Smallville’ durante oito anos. Por fim, ‘Reacher’ é o tipo da produção que não fará muito sucesso com a grande maioria do público do serviço de streaming da Amazon, mas agradará aqueles que curtem um filme de ação divertido, eficiente e absolutamente simples. Garanto que a grande maioria das set pieces do show são bem inspiradas e empolgante

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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