quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Renascida do Inferno

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Olivia Wilde é Carrie, Jean Grey e Lucy nesse terror B

O terror era o meu gênero preferido na infância e adolescência. O fato não é um caso raro. Ao contrário de qualquer outro gênero cinematográfico, o terror é onde o público consegue um maior imediatismo de sensações. O que conta é o momento e não tanto o que ressoa, ou o que levamos conosco. Por isso, o terror permanece como o gênero mais jovem do cinema, cujo público tem como base os adolescentes. Não os culpo, justamente porque já fui um.

A inquietude típica da fase nos volta para a ação e a adrenalina. Se não estiver acontecendo correria e gritos na tela, a atenção é perdida. Justamente por isso, não se pode perder tempo com muitos diálogos, mesmo que sejam justificados para explicar a trama. O que conta mais são os sustos e por vezes, o sangue. Com a idade, muitos avaliadores, como o que vos fala, continua sua paixão pelo gênero – ainda não me tornei esnobe o suficiente para desprezá-lo por completo. No entanto, começamos a prezar justamente o que “nossos eu” do passado achariam chatos. Os filmes de terror mais voltados para o psicológico, para o desenvolvimento de personagens, diálogos expositivos e não tanto a matança desenfreada.



CinePop 2

Pensando por este aspecto, chega para os brasileiros neste fim de semana, Renascida do Inferno (The Lazarus Effect), filme de terror encabeçado por um bom elenco, fazendo uso de uma trama interessante e a promessa de referências legais. Veja essa história: cientistas trabalham em um laboratório subterrâneo desenvolvendo um experimento que trará os mortos de volta à vida. Calma, tem mais. Após um acidente, o experimento precisa ser usado numa das cientistas. O problema é que ela não volta “pura”. Com uma premissa dessas, tudo desde Re-Animator: A Hora dos Mortos Vivos, Hellraiser – Renascido do Inferno, A Volta dos Mortos Vivos 3 e Linha Mortal vem à mente do ávido cinéfilo, louco por um bom terror nas telonas.

O segredo está na diversão e na criatividade. Tais elementos parecem cada vez mais raros. Mas a explicação está no próprio público, sempre querendo mais do mesmo. Qualquer coisa que fuja dos moldes do que já deu certo não é aceito. O resultado é uma safra de filmes de terror genéricos, todos padronizados, dos quais é difícil diferenciá-los ou sequer lembrá-los. E infelizmente é onde se encaixa este Renascida do Inferno, um filme promissor que se deixa guiar pelos clichês do subgênero. Além disso, o filme nunca consegue quebrar o molde, ficando preso em conceitos antigos e pouco inspirados.

-52b09bda27cccf3c

O elenco, como dito, é bom, e tem nomes como Olivia Wilde e Mark Duplass, atores proeminentes do cinema independente norte-americano – fato que somou na curiosidade em relação ao filme. Estreia na direção de ficção do cineasta de documentários David Gelb, o filme foi escrito pela dupla Luke Dawson (Imagens do Além) e Jeremy Slater (do novo Quarteto Fantástico). Wilde e Duplass interpretam um casal de cientistas criadores do tal soro da ressurreição. É espantoso, por exemplo, como o roteiro trata o personagem de Duplass, que entra para o hall dos homens da ciência mais estúpidos do cinema. O personagem toma uma decisão equivocada atrás da outra, começando por levar um cachorro ressurgido da morte para casa, e terminando por… bem, veja o filme.

O que mais incomoda em Renascida do Inferno é o filme não ser nada além de um slasher, mesmo que um sobrenatural. A estrutura tem um vilão, ou no caso deste, uma vilã, que sai matando um a um, todos os membros da equipe. Muitos podem dizer que existem fatores interessantes, como um elemento que assemelha o filme ao acelerado Lucy (com Scarlett Johnasson), mas tais pequenos detalhes simplesmente não são o suficiente para redimir uma produção que nos faz passar por (mesmo que apenas) 83 minutos de material muito reciclado.

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O terror era o meu gênero preferido na infância e adolescência. O fato não é um caso raro. Ao contrário de qualquer outro gênero cinematográfico, o terror é onde o público consegue um maior imediatismo de sensações. O que conta é o momento e não tanto o que ressoa, ou o que levamos conosco. Por isso, o terror permanece como o gênero mais jovem do cinema, cujo público tem como base os adolescentes. Não os culpo, justamente porque já fui um.

A inquietude típica da fase nos volta para a ação e a adrenalina. Se não estiver acontecendo correria e gritos na tela, a atenção é perdida. Justamente por isso, não se pode perder tempo com muitos diálogos, mesmo que sejam justificados para explicar a trama. O que conta mais são os sustos e por vezes, o sangue. Com a idade, muitos avaliadores, como o que vos fala, continua sua paixão pelo gênero – ainda não me tornei esnobe o suficiente para desprezá-lo por completo. No entanto, começamos a prezar justamente o que “nossos eu” do passado achariam chatos. Os filmes de terror mais voltados para o psicológico, para o desenvolvimento de personagens, diálogos expositivos e não tanto a matança desenfreada.

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Pensando por este aspecto, chega para os brasileiros neste fim de semana, Renascida do Inferno (The Lazarus Effect), filme de terror encabeçado por um bom elenco, fazendo uso de uma trama interessante e a promessa de referências legais. Veja essa história: cientistas trabalham em um laboratório subterrâneo desenvolvendo um experimento que trará os mortos de volta à vida. Calma, tem mais. Após um acidente, o experimento precisa ser usado numa das cientistas. O problema é que ela não volta “pura”. Com uma premissa dessas, tudo desde Re-Animator: A Hora dos Mortos Vivos, Hellraiser – Renascido do Inferno, A Volta dos Mortos Vivos 3 e Linha Mortal vem à mente do ávido cinéfilo, louco por um bom terror nas telonas.

O segredo está na diversão e na criatividade. Tais elementos parecem cada vez mais raros. Mas a explicação está no próprio público, sempre querendo mais do mesmo. Qualquer coisa que fuja dos moldes do que já deu certo não é aceito. O resultado é uma safra de filmes de terror genéricos, todos padronizados, dos quais é difícil diferenciá-los ou sequer lembrá-los. E infelizmente é onde se encaixa este Renascida do Inferno, um filme promissor que se deixa guiar pelos clichês do subgênero. Além disso, o filme nunca consegue quebrar o molde, ficando preso em conceitos antigos e pouco inspirados.

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O elenco, como dito, é bom, e tem nomes como Olivia Wilde e Mark Duplass, atores proeminentes do cinema independente norte-americano – fato que somou na curiosidade em relação ao filme. Estreia na direção de ficção do cineasta de documentários David Gelb, o filme foi escrito pela dupla Luke Dawson (Imagens do Além) e Jeremy Slater (do novo Quarteto Fantástico). Wilde e Duplass interpretam um casal de cientistas criadores do tal soro da ressurreição. É espantoso, por exemplo, como o roteiro trata o personagem de Duplass, que entra para o hall dos homens da ciência mais estúpidos do cinema. O personagem toma uma decisão equivocada atrás da outra, começando por levar um cachorro ressurgido da morte para casa, e terminando por… bem, veja o filme.

O que mais incomoda em Renascida do Inferno é o filme não ser nada além de um slasher, mesmo que um sobrenatural. A estrutura tem um vilão, ou no caso deste, uma vilã, que sai matando um a um, todos os membros da equipe. Muitos podem dizer que existem fatores interessantes, como um elemento que assemelha o filme ao acelerado Lucy (com Scarlett Johnasson), mas tais pequenos detalhes simplesmente não são o suficiente para redimir uma produção que nos faz passar por (mesmo que apenas) 83 minutos de material muito reciclado.

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