domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Ricos de Amor 2 – Sequência da Netflix Aprofunda o Romance e traz Pauta Indígena

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Uma história de amor é um constante aprendizado. Entre erros e acertos, o casal vai entendendo aos poucos mais sobre o outro e também sobre si mesmo. O caminho nem sempre é fácil. Muitos casais acabam encontrando dificuldades para evoluir individualmente e em dupla, o que eventualmente causa ruídos na convivência a longo prazo. Esta é a fagulha que dá início à ‘Ricos de Amor 2’, sequência do sucesso homônimo que estreou em 2020 na plataforma da Netflix e ficou um bom tempo figurando na lista dos mais vistos, e cuja segunda parte chega no início de junho aos assinantes apaixonados, em busca do público para o Dia dos Namorados.



Após diversas tentativas de empreender o próprio negócio, Teto (Danilo Mesquita) e seus sócios Igor (Jaffar Bambirra) e Monique (Lellê) finalmente conseguiram construir uma cooperativa de tomates orgânicos, os quais eles plantam e revendem. Mesmo que as contas ainda não estejam fechando, a coisa está andando para frente. Porém, Teto fica descompensado com a partida de sua namorada Paula (Giovanna Lancellotti) para o Amazonas, onde ficará uma temporada trabalhando com comunidades indígenas e, portanto, longe dele. Sem saber como lidar com a distância e a falta de atenção que Paula dá ao relacionamento, Teto decide ir para Manaus para surpreendê-la, com a desculpa de abrir um ponto de venda dos seus tomates na cidade. O problema é que tudo o que ele faz é em função desse relacionamento, e Paula começa a se sentir sufocada. Talvez esta seja a oportunidade ideal para que Teto consiga passar um tempo consigo mesmo e descobrir o que realmente quer de sua vida.

Em uma hora e meia de duração ‘Ricos de Amor 2’ oferece um bocado dos clichês de comédia romântica, que tanto fazem sucesso nas seções da tarde: um casal extremo oposto, uma mocinha centrada na própria carreira, um cenário paradisíaco e uma série de situações que, através do humor, oferecem reflexão ao espectador.

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O diferencial nesta sequência é que aqui temos uma pauta social importante como pano de fundo da trama: o avanço do garimpo ilegal nas terras indígenas. Esse é o grande mérito do roteiro de Bruno Garotti e Sylvio Gonçalves, que joga luz sobre esta causa de extrema relevância para o Brasil, mostrando as consequências dessa prática para as comunidades e, acima de tudo, mostrando a desenvoltura das comunidades indígenas para se autogerir. Tal preocupação vai além do argumento, quando o diretor Bruno Garotti traz para o roteiro a contribuição da roteirista Jama Wapichana, que traz, de sua vivência, um olhar para a ficção sobre a recepção do povo indígena a Teto, o homem branco cheio de imposições e urgências. O filme tem ainda a música inédita de Alok com o povo Huni Kunin e música de Jão nos créditos.

Giovanna Lancellotti e Danilo Mesquita amadurecem nesta sequência junto com seus personagens. Entretanto, quem se destaca mesmo é a atriz Kay Sara, com seu semblante sério e suas falas certeiras que arrancam o riso em momentos cruciais do aprendizado do protagonista. O ator Adanilo Reis ganha espaço nesta produção, mostrando que sua trajetória no cinema está só começando.

Ricos de Amor 2’ é uma comédia romântica suave que, para além do entretenimento, propõe reflexão social, cumprindo, assim, o papel fundamental do cinema.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Após diversas tentativas de empreender o próprio negócio, Teto (Danilo Mesquita) e seus sócios Igor (Jaffar Bambirra) e Monique (Lellê) finalmente conseguiram construir uma cooperativa de tomates orgânicos, os quais eles plantam e revendem. Mesmo que as contas ainda não estejam fechando, a coisa está andando para frente. Porém, Teto fica descompensado com a partida de sua namorada Paula (Giovanna Lancellotti) para o Amazonas, onde ficará uma temporada trabalhando com comunidades indígenas e, portanto, longe dele. Sem saber como lidar com a distância e a falta de atenção que Paula dá ao relacionamento, Teto decide ir para Manaus para surpreendê-la, com a desculpa de abrir um ponto de venda dos seus tomates na cidade. O problema é que tudo o que ele faz é em função desse relacionamento, e Paula começa a se sentir sufocada. Talvez esta seja a oportunidade ideal para que Teto consiga passar um tempo consigo mesmo e descobrir o que realmente quer de sua vida.

Em uma hora e meia de duração ‘Ricos de Amor 2’ oferece um bocado dos clichês de comédia romântica, que tanto fazem sucesso nas seções da tarde: um casal extremo oposto, uma mocinha centrada na própria carreira, um cenário paradisíaco e uma série de situações que, através do humor, oferecem reflexão ao espectador.

O diferencial nesta sequência é que aqui temos uma pauta social importante como pano de fundo da trama: o avanço do garimpo ilegal nas terras indígenas. Esse é o grande mérito do roteiro de Bruno Garotti e Sylvio Gonçalves, que joga luz sobre esta causa de extrema relevância para o Brasil, mostrando as consequências dessa prática para as comunidades e, acima de tudo, mostrando a desenvoltura das comunidades indígenas para se autogerir. Tal preocupação vai além do argumento, quando o diretor Bruno Garotti traz para o roteiro a contribuição da roteirista Jama Wapichana, que traz, de sua vivência, um olhar para a ficção sobre a recepção do povo indígena a Teto, o homem branco cheio de imposições e urgências. O filme tem ainda a música inédita de Alok com o povo Huni Kunin e música de Jão nos créditos.

Giovanna Lancellotti e Danilo Mesquita amadurecem nesta sequência junto com seus personagens. Entretanto, quem se destaca mesmo é a atriz Kay Sara, com seu semblante sério e suas falas certeiras que arrancam o riso em momentos cruciais do aprendizado do protagonista. O ator Adanilo Reis ganha espaço nesta produção, mostrando que sua trajetória no cinema está só começando.

Ricos de Amor 2’ é uma comédia romântica suave que, para além do entretenimento, propõe reflexão social, cumprindo, assim, o papel fundamental do cinema.

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