domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Rogue One: Uma História Star Wars

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O Adormecer da Força

Com uma trilogia que remodelou para sempre a forma de fazer cinema, e com outra trilogia que… bem, mudou a forma como víamos George Lucas, a franquia Star Wars é a mais rentável e cultuada da história da sétima arte, rendendo livros, quadrinhos, desenhos animados e todo tipo de merchandising que faz a alegria de crianças e de adultos que voltam a ser crianças.

Depois da compra da LucasFilm pela Disney, o estúdio do Mickey não iria deixar sua nova propriedade na prateleira pegando poeira, e botou seu bem adquirido para render mais alguns rios de dinheiro, e por que não? O Despertar da Força (2015) rendeu mais do que um filme, renovando a esperança do público e trazendo novamente o brilho para a saga espacial adorada. A nostalgia foi grande, mas não foi apenas isso, o longa comandado pelo talentosíssimo J.J. Abrams tem seus méritos próprios ao dar continuidade para a narrativa da família Skywalker, mais de trinta anos após O Retorno de Jedi (1983).



Rogue One, comandado por Gareth Edwards, não faz parte da cronologia oficial e não fala sobre a família Skywalker – apesar do cameo de Anakin ‘Lord Vader’, em sua primeira “missão” após A Vingança dos Sith (2005). Trata-se de um derivado, que se encaixa justamente entre os episódios III e IV. Para atestar o fato, não temos a famosa abertura com as letras amarelas em scroll na tela, seguida da trilha imponente do maestro John Williams. Ao invés, o derivado (que não é o primeiro da franquia, afinal quem poderia esquecer Caravana da Coragem – Uma Aventura Ewok, de 1984, e sua sequência, A Batalha de Endor, de 1985) utiliza créditos de abertura mais modestos, sem a grandiloquência costumeira – o que casa bem com todo o resto.

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Rogue One é uma boa aventura, longe da excelência esperada da franquia, que resulta num longa nada memorável. Na trama, Galen Erso (Mads Mikkelsen) é um renomado cientista. Ele é o responsável pela construção da temível Estrela da Morte, a nave/arma do tamanho de uma pequena lua, capaz de aniquilar planetas inteiros. O sujeito adquire crise de consciência e abandona o trabalho. Acontece que Orson Krennic (Ben Mendelsohn), um ambicioso militar de patente alta do Império, não está disposto a deixar tal deserção barata e sequestra Erso para que ele termine o serviço, no meio tempo matando sua esposa e deixando sua filha, Jyn, perdida.

Muitos anos depois, Jyn assume as formas da indicada ao Oscar Felicity Jones, que viveu para se tornar uma jovem problemática, entrando e saindo de prisões. A Aliança Rebelde a encontra e a resgata do cárcere para que os ajude a encontrar o paradeiro de Saw Gerrera (Forest Whitaker), antigo membro da Aliança, que se tornou hardcore demais para os padrões dos revolucionários. A família de Jyn era próxima do famoso renegado, e ele ajudou em sua criação.

Rogue One é um filme de guerra, de revolução. Dada às devidas proporções, apresenta o mesmo conteúdo de Uma Nova Esperança (1977), sem a mesma graça, emoção ou novidade de um dos primeiros blockbusters da história. Outro fator aqui é que Rogue One depende muito de referências, do que sabemos sobre a mitologia, sendo incapaz de se sustentar como seu próprio filme. É muito legal ver personagens clássicos da trilogia original remasterizados através de fantásticos efeitos de computador, que trazem de volta à vida atores já falecidos e rejuvenescem outros, de forma sem precedentes na história. Ponto para o derivado.

Como peça de encaixe na franquia, Rogue One faz um trabalho honesto, garantindo a euforia dos mais aficionados (e quem não é?, não minta ou se faça de difícil). O terceiro ato promete fazer muita gente gritar, jogando na telona o maior vilão de todos os tempos, como há muito não víamos – pena que é tão pouquinho. Todos os elos com o passado são incrivelmente satisfatórios. E bem, Rogue One é apenas isso. Os novos personagens introduzidos aqui não são carismáticos o suficiente, eles até tentam com a dupla Chirrut (Donnie Yen), um “discípulo” da Força cego, e Baze (Wen Jiang), mas quem se sai melhor no quesito rouba cenas é o androide K-2SO (Alan Tudyk).

A mocinha de Felicity Jones é sem graça, seu drama não é envolvente, e existe pouca química com o pretenso Han Solo, Cassian Andor (Diego Luna). O vilão de Mendelsohn é um burocrata aborrecido, que não odiamos o suficiente ou sequer tememos. A parte técnica é boa, mas carente de um grande momento, ou uma grande cena que marque o filme definitivamente em nossas mentes, como O Despertar da Força fez. Em resumo, Rogue One fará a felicidade dos fãs (e quem vai deixar de ver?), mas falta alegria e certo valor de entretenimento, talvez pairando acima somente da trilogia nova (se isso).  Nunca havia me dado conta, mas uma batalha de sabre de luz pode fazer falta.

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Com uma trilogia que remodelou para sempre a forma de fazer cinema, e com outra trilogia que… bem, mudou a forma como víamos George Lucas, a franquia Star Wars é a mais rentável e cultuada da história da sétima arte, rendendo livros, quadrinhos, desenhos animados e todo tipo de merchandising que faz a alegria de crianças e de adultos que voltam a ser crianças.

Depois da compra da LucasFilm pela Disney, o estúdio do Mickey não iria deixar sua nova propriedade na prateleira pegando poeira, e botou seu bem adquirido para render mais alguns rios de dinheiro, e por que não? O Despertar da Força (2015) rendeu mais do que um filme, renovando a esperança do público e trazendo novamente o brilho para a saga espacial adorada. A nostalgia foi grande, mas não foi apenas isso, o longa comandado pelo talentosíssimo J.J. Abrams tem seus méritos próprios ao dar continuidade para a narrativa da família Skywalker, mais de trinta anos após O Retorno de Jedi (1983).

Rogue One, comandado por Gareth Edwards, não faz parte da cronologia oficial e não fala sobre a família Skywalker – apesar do cameo de Anakin ‘Lord Vader’, em sua primeira “missão” após A Vingança dos Sith (2005). Trata-se de um derivado, que se encaixa justamente entre os episódios III e IV. Para atestar o fato, não temos a famosa abertura com as letras amarelas em scroll na tela, seguida da trilha imponente do maestro John Williams. Ao invés, o derivado (que não é o primeiro da franquia, afinal quem poderia esquecer Caravana da Coragem – Uma Aventura Ewok, de 1984, e sua sequência, A Batalha de Endor, de 1985) utiliza créditos de abertura mais modestos, sem a grandiloquência costumeira – o que casa bem com todo o resto.

Rogue One é uma boa aventura, longe da excelência esperada da franquia, que resulta num longa nada memorável. Na trama, Galen Erso (Mads Mikkelsen) é um renomado cientista. Ele é o responsável pela construção da temível Estrela da Morte, a nave/arma do tamanho de uma pequena lua, capaz de aniquilar planetas inteiros. O sujeito adquire crise de consciência e abandona o trabalho. Acontece que Orson Krennic (Ben Mendelsohn), um ambicioso militar de patente alta do Império, não está disposto a deixar tal deserção barata e sequestra Erso para que ele termine o serviço, no meio tempo matando sua esposa e deixando sua filha, Jyn, perdida.

Muitos anos depois, Jyn assume as formas da indicada ao Oscar Felicity Jones, que viveu para se tornar uma jovem problemática, entrando e saindo de prisões. A Aliança Rebelde a encontra e a resgata do cárcere para que os ajude a encontrar o paradeiro de Saw Gerrera (Forest Whitaker), antigo membro da Aliança, que se tornou hardcore demais para os padrões dos revolucionários. A família de Jyn era próxima do famoso renegado, e ele ajudou em sua criação.

Rogue One é um filme de guerra, de revolução. Dada às devidas proporções, apresenta o mesmo conteúdo de Uma Nova Esperança (1977), sem a mesma graça, emoção ou novidade de um dos primeiros blockbusters da história. Outro fator aqui é que Rogue One depende muito de referências, do que sabemos sobre a mitologia, sendo incapaz de se sustentar como seu próprio filme. É muito legal ver personagens clássicos da trilogia original remasterizados através de fantásticos efeitos de computador, que trazem de volta à vida atores já falecidos e rejuvenescem outros, de forma sem precedentes na história. Ponto para o derivado.

Como peça de encaixe na franquia, Rogue One faz um trabalho honesto, garantindo a euforia dos mais aficionados (e quem não é?, não minta ou se faça de difícil). O terceiro ato promete fazer muita gente gritar, jogando na telona o maior vilão de todos os tempos, como há muito não víamos – pena que é tão pouquinho. Todos os elos com o passado são incrivelmente satisfatórios. E bem, Rogue One é apenas isso. Os novos personagens introduzidos aqui não são carismáticos o suficiente, eles até tentam com a dupla Chirrut (Donnie Yen), um “discípulo” da Força cego, e Baze (Wen Jiang), mas quem se sai melhor no quesito rouba cenas é o androide K-2SO (Alan Tudyk).

A mocinha de Felicity Jones é sem graça, seu drama não é envolvente, e existe pouca química com o pretenso Han Solo, Cassian Andor (Diego Luna). O vilão de Mendelsohn é um burocrata aborrecido, que não odiamos o suficiente ou sequer tememos. A parte técnica é boa, mas carente de um grande momento, ou uma grande cena que marque o filme definitivamente em nossas mentes, como O Despertar da Força fez. Em resumo, Rogue One fará a felicidade dos fãs (e quem vai deixar de ver?), mas falta alegria e certo valor de entretenimento, talvez pairando acima somente da trilogia nova (se isso).  Nunca havia me dado conta, mas uma batalha de sabre de luz pode fazer falta.

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