segunda-feira , 9 dezembro , 2024

Crítica | RRR: Revolta, Rebelião, Revolução – Você NUNCA Viu um Filme como ESTE!

Esqueçam absolutamente tudo que vocês já viram até hoje na vida: vocês nunca viram nada como ‘RRR: Revolta, Rebelião, Revolução’! O indicado da Índia na corrida para o Oscar 2023 até o momento já abocanhou um Globo de Ouro e um Critics Choice de Melhor Canção Original além de também ter levado o Critics Choice de Melhor Filme em Língua Não Inglesa. Pudera! Disponível na Netflix, o filme é simplesmente diferente de tudo que já foi apresentado até hoje.



O império britânico tocava o terror na Índia do século XIX, a ponto de Lady Catherine (Alison Doody) decidir levar a jovem Malli (Twinkle Sharma) de seu povo tão somente porque se encantou com a voz da menina. Esse sequestro despertou a ira e a coragem de Bheem (N.T. Rama Rao Jr.), irmão da jovem que se torna um líder dentre os seus, organizando um resgate à menina. Ao mesmo tempo, do outro lado da cidade, o oficial Raju (Ram Charan Teja) literalmente enfrenta sozinho um enorme grupo de revoltosos para conseguir ser promovido no exército britânico. Quando os dois estão na cidade por outros motivos e um menino fica preso no meio de uma explosão, Bheem e Raju bolam uma estratégia para salvar a vida do pequeno, e, desse episódio surge uma bela e sincera amizade. Mas queria o destino que essa amizade em lados opostos da batalha tivesse um destino traçado…

RRR’ tem pouco mais de três horas de duração, e isso pode acabar assustando algum espectador, porém, não desista: ‘RRR’ vale suuuuper a pena. Para início de conversa, o longa de S.S. Rajamouli mistura diversos gêneros, como ação, aventura, épico, história, fantasia, um pouco de romance e uma dosezinha de suspense. Numa Índia pré-revolução, a história parte de um elemento comum – a motivação pessoal de cada protagonista – para traçar a germinação de um sentimento que começa a se espalhar entre os indianos na época, insurgindo contra a violência colonial britânica. Como se trata de um filme indiano, é claaaaro que tem cenas musicais e de dança; não são muitas, mas as que têm são belíssimas. Particularmente a da música “Naatu Naatu”, que anda levando todos os prêmios, surge tão de repente no filme, que é como se uma bomba de alegria e energia explodisse no meio da tela, no maior estilo ‘Grease’. É impossível não sorrir, não se animar e não querer dançar junto (ou ao menos tentar). Dá o play no vídeo a seguir para entender melhor:

E isso é só um pouquinho da enormidade brilhante do roteiro de S.S. Rajamouli com Sai Madhav Burra para a história de Vijayendra Prasad. Em ‘RRR’ temos as culturas originárias andando lado a lado com o contemporâneo (da época); os personagens têm respeito pelos animais, e, por isso mesmo, se alinham a eles e deles ganham sabedoria e força; os protagonistas, cada um a seu modo, estão lutando não apenas pelo ideal individual, mas para a libertação coletiva contra as violências coloniais; tudo isso é realizado não com batalhas ou dramas profundos, mas através da amizade entre dois homens cujo sentimento de admiração é tão grande quanto o do respeito que nutrem um pelo outro. Simplesmente bonito de se ver.

RRR’ é melhor do que os últimos filmes da Marvel. Raju saindo desnudo do meio do fogo é mais viril que Aquaman saindo da água. Bheem parando um tigre com as mãos é mais másculo do que ‘Gladiador’ inteiro. E os dois dançando e lutando juntos é mais poderoso do que qualquer filme de super-herói.

RRR’ é um filmaço que consegue agradar a todos os públicos. E é diferente de tudo que você já viu!

Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Esqueçam absolutamente tudo que vocês já viram até hoje na vida: vocês nunca viram nada como ‘RRR: Revolta, Rebelião, Revolução’! O indicado da Índia na corrida para o Oscar 2023 até o momento já abocanhou um Globo de Ouro e um Critics Choice de Melhor Canção Original além de também ter levado o Critics Choice de Melhor Filme em Língua Não Inglesa. Pudera! Disponível na Netflix, o filme é simplesmente diferente de tudo que já foi apresentado até hoje.

O império britânico tocava o terror na Índia do século XIX, a ponto de Lady Catherine (Alison Doody) decidir levar a jovem Malli (Twinkle Sharma) de seu povo tão somente porque se encantou com a voz da menina. Esse sequestro despertou a ira e a coragem de Bheem (N.T. Rama Rao Jr.), irmão da jovem que se torna um líder dentre os seus, organizando um resgate à menina. Ao mesmo tempo, do outro lado da cidade, o oficial Raju (Ram Charan Teja) literalmente enfrenta sozinho um enorme grupo de revoltosos para conseguir ser promovido no exército britânico. Quando os dois estão na cidade por outros motivos e um menino fica preso no meio de uma explosão, Bheem e Raju bolam uma estratégia para salvar a vida do pequeno, e, desse episódio surge uma bela e sincera amizade. Mas queria o destino que essa amizade em lados opostos da batalha tivesse um destino traçado…

RRR’ tem pouco mais de três horas de duração, e isso pode acabar assustando algum espectador, porém, não desista: ‘RRR’ vale suuuuper a pena. Para início de conversa, o longa de S.S. Rajamouli mistura diversos gêneros, como ação, aventura, épico, história, fantasia, um pouco de romance e uma dosezinha de suspense. Numa Índia pré-revolução, a história parte de um elemento comum – a motivação pessoal de cada protagonista – para traçar a germinação de um sentimento que começa a se espalhar entre os indianos na época, insurgindo contra a violência colonial britânica. Como se trata de um filme indiano, é claaaaro que tem cenas musicais e de dança; não são muitas, mas as que têm são belíssimas. Particularmente a da música “Naatu Naatu”, que anda levando todos os prêmios, surge tão de repente no filme, que é como se uma bomba de alegria e energia explodisse no meio da tela, no maior estilo ‘Grease’. É impossível não sorrir, não se animar e não querer dançar junto (ou ao menos tentar). Dá o play no vídeo a seguir para entender melhor:

E isso é só um pouquinho da enormidade brilhante do roteiro de S.S. Rajamouli com Sai Madhav Burra para a história de Vijayendra Prasad. Em ‘RRR’ temos as culturas originárias andando lado a lado com o contemporâneo (da época); os personagens têm respeito pelos animais, e, por isso mesmo, se alinham a eles e deles ganham sabedoria e força; os protagonistas, cada um a seu modo, estão lutando não apenas pelo ideal individual, mas para a libertação coletiva contra as violências coloniais; tudo isso é realizado não com batalhas ou dramas profundos, mas através da amizade entre dois homens cujo sentimento de admiração é tão grande quanto o do respeito que nutrem um pelo outro. Simplesmente bonito de se ver.

RRR’ é melhor do que os últimos filmes da Marvel. Raju saindo desnudo do meio do fogo é mais viril que Aquaman saindo da água. Bheem parando um tigre com as mãos é mais másculo do que ‘Gladiador’ inteiro. E os dois dançando e lutando juntos é mais poderoso do que qualquer filme de super-herói.

RRR’ é um filmaço que consegue agradar a todos os públicos. E é diferente de tudo que você já viu!

Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
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