quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Crítica | Ruído – Projeto mexicano disponível na NETFLIX abre o olhar para os absurdos da violência

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Existo porque resisto. Ruído, longa-metragem mexicano dirigido pela cineasta Natalia Beristain é quase um filme denúncia, uma obra que abre o olhar para a violência, para a repressão policial, para a corrupção, todo esse contexto gira em torno de uma trama que nos mostra a incansável busca de uma mãe por informações sobre sua filha desaparecida. Ao longo dos intensos 105 minutos de projeção somos testemunhas de relatos aterrorizantes, de sofrimentos imensuráveis, de absurdos e incertezas que a protagonista encontra pelo caminho. O título não poderia ser mais certeiro, Ruído, aqui no sentido de algo desagradável, com um olhar para dentro, na mistura de sentimentos conflitantes e desesperadores nas dores de uma mãe. No papel principal, a experiente atriz mexicana Julieta Egurrola, mãe da diretora do filme.

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Na trama, acompanhamos a jornada de dor, tristeza e lampejos ligados à esperança de Julia (Julieta Egurrola), uma artista plástica que vê sua vida tomar outros rumos quando, durante uma viagem a uma cidade do México, sua filha, a psicóloga Gertrudis, desaparece. Lutando com todas as forças que lhe restam, passando pelos absurdos burocráticos, descasos de autoridades, sem saber em quem confiar, acaba conhecendo Abril (Teresa Ruiz), uma jornalista que está disposta a se juntar a Julia nessa caminhada e assim também denunciar os horrores da violência que encontra pelo caminho.

Uma mãe em busca de sua filha. O olhar de Julia quase atravessa os sentimentos, é impactante pensarmos sobre o abstrato universo desse sofrimento, essa experiência aversiva modela passos dolorosos em busca de qualquer informação. Atrapalhada pelos passos de uma arrogante burocracia, tendo como referência pelo lado da lei já o terceiro promotor em nove meses, Julia não consegue mais se comunicar com os outros, se jogou num mar sem fim de solidão, seus desabafos chegam pela voz do desespero. Viajando de ônibus por cidades onde possa ter notícias da filha, o que parece ser seu último ato, se joga com sua última força para se manter na luta de seus direitos.

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A narrativa é lenta sem deixar de ser impactante, busca seu clímax no choque dos encontros dessa mulher que sofre com tudo que encontra pelo caminho. Inclusive em um momento, conhece outras mães, irmãs, avós, parentes que lutam batalhas diárias parecidas pelos parentes desaparecidos buscando entender melhor tudo que vive pela ótica também de alguém que sofre como ela. Aqui, uma curiosidade, as mulheres que aparecem procurando seus entes queridos desaparecidos não são atrizes, mas mulheres interpretando elas mesma, são de um grupo chamado ‘las buscadoras’, que organizam grupos de busca na esperança de encontrar seus familiares desaparecidos.

Ruído é intenso do início ao fim, um poderoso drama que fará você pensar bastante sobre os temas que são abordados, uma história que mostra a força de uma mulher, um alguém que nunca está só nos seus pensamentos e está sempre pronta pra lutar contra os absurdos do mundo.

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Na trama, acompanhamos a jornada de dor, tristeza e lampejos ligados à esperança de Julia (Julieta Egurrola), uma artista plástica que vê sua vida tomar outros rumos quando, durante uma viagem a uma cidade do México, sua filha, a psicóloga Gertrudis, desaparece. Lutando com todas as forças que lhe restam, passando pelos absurdos burocráticos, descasos de autoridades, sem saber em quem confiar, acaba conhecendo Abril (Teresa Ruiz), uma jornalista que está disposta a se juntar a Julia nessa caminhada e assim também denunciar os horrores da violência que encontra pelo caminho.

Uma mãe em busca de sua filha. O olhar de Julia quase atravessa os sentimentos, é impactante pensarmos sobre o abstrato universo desse sofrimento, essa experiência aversiva modela passos dolorosos em busca de qualquer informação. Atrapalhada pelos passos de uma arrogante burocracia, tendo como referência pelo lado da lei já o terceiro promotor em nove meses, Julia não consegue mais se comunicar com os outros, se jogou num mar sem fim de solidão, seus desabafos chegam pela voz do desespero. Viajando de ônibus por cidades onde possa ter notícias da filha, o que parece ser seu último ato, se joga com sua última força para se manter na luta de seus direitos.

A narrativa é lenta sem deixar de ser impactante, busca seu clímax no choque dos encontros dessa mulher que sofre com tudo que encontra pelo caminho. Inclusive em um momento, conhece outras mães, irmãs, avós, parentes que lutam batalhas diárias parecidas pelos parentes desaparecidos buscando entender melhor tudo que vive pela ótica também de alguém que sofre como ela. Aqui, uma curiosidade, as mulheres que aparecem procurando seus entes queridos desaparecidos não são atrizes, mas mulheres interpretando elas mesma, são de um grupo chamado ‘las buscadoras’, que organizam grupos de busca na esperança de encontrar seus familiares desaparecidos.

Ruído é intenso do início ao fim, um poderoso drama que fará você pensar bastante sobre os temas que são abordados, uma história que mostra a força de uma mulher, um alguém que nunca está só nos seus pensamentos e está sempre pronta pra lutar contra os absurdos do mundo.

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