terça-feira , 17 dezembro , 2024

Crítica | Salto No Vazio: 38ª Mostra de Cinema de SP

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AFINAL, QUEM DEPENDE DE QUEM?

 

Exibido na 4ª Mostra de Cinema de São Paulo, e reexibido nesta 38ª no contexto da retrospectiva da produtora francesa MK2, Salto No Vazio (Salto Nel Vuoto) é uma obra de meio de carreira do diretor Marco Bellocchio, que, apesar de não ter as qualidades de Vincere ou de A Bela que Dorme, é um trabalho de qualidades. É a chance de assistir um filme seu difícil de achar no Brasil.



De forma um tanto irregular, Salto No Vazio começa expondo a relação entre o juiz Mauro Ponticelli (Michel Piccolli) e sua irmã Marta Ponticelli (Anouk Aimée). Marta apresenta problemas mentais e tem tendências suicidas. O espectador pode ficar um pouco perdido no começo, uma vez que certas relações não ficam bem claras. Mas, logo no começo do segundo ato, já temos noção dos problemas de ambos.

Talvez por pena, ou por desejar não ter o peso de cuidar da irmã, Mauro apresenta-lhe um rapaz, contudo, este está sendo processado, o que obviamente, terão consequências ao longo do filme.

À medida que a narrativa avança, começamos a duvidar até que ponto Marta seja a maior dependente. Diversos atos de Mauro expõem que sua vida não teria muito sentido sem sua irmã. Contudo, esta talvez seja a mais superficial das interpretações. Bellocchio deixa ambiguidades ao longo das sequências, o que, certamente, é dos maiores méritos do filme. Destaque também para a cenografia da residência dos irmãos, com muitos espelhos e portas, passando uma impressão de um labirinto, tal qual uma mente desequilibrada.

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De forma um tanto irregular, Salto No Vazio começa expondo a relação entre o juiz Mauro Ponticelli (Michel Piccolli) e sua irmã Marta Ponticelli (Anouk Aimée). Marta apresenta problemas mentais e tem tendências suicidas. O espectador pode ficar um pouco perdido no começo, uma vez que certas relações não ficam bem claras. Mas, logo no começo do segundo ato, já temos noção dos problemas de ambos.

Talvez por pena, ou por desejar não ter o peso de cuidar da irmã, Mauro apresenta-lhe um rapaz, contudo, este está sendo processado, o que obviamente, terão consequências ao longo do filme.

À medida que a narrativa avança, começamos a duvidar até que ponto Marta seja a maior dependente. Diversos atos de Mauro expõem que sua vida não teria muito sentido sem sua irmã. Contudo, esta talvez seja a mais superficial das interpretações. Bellocchio deixa ambiguidades ao longo das sequências, o que, certamente, é dos maiores méritos do filme. Destaque também para a cenografia da residência dos irmãos, com muitos espelhos e portas, passando uma impressão de um labirinto, tal qual uma mente desequilibrada.

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