Depois de uma Season Premiere sangrenta e surpreendente, não estava com muitas esperanças em torno de novos assassinatos. A série tem um elenco limitado e a MTV aumentou a quantidade de episódios nesta temporada; não serão mais 10 episódios, mas sim 14. Tento me manter positivo, mas não vejo esse aumento como algo benéfico para a trama. Nós já vimos que a série teve que dar uma boa enrolada na temporada anterior, e agora com mais 4 episódios extras, o ritmo deve ficar bem mais lento. Vamos ver como os novos showrunners irão lidar com o desenvolvimento da trama, mas já adianto que nesta semana eles perderam algumas oportunidades para introduzir algum “terror” ao episódio.
Aliás, devo destacar os títulos dos episódios desta temporada, que fazem homenagens à clássicos do gênero. O desta semana foca no clássico absoluto do suspense, Psicose. Ao contrário da homenagem da semana passada, Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, que tinha ligação direta com a trama do episódio, Psicose não se encaixa tão perfeitamente; não há nenhuma referência relevante aos filmes. Como o roteiro vive trazendo diversas referências, achei que eles iriam aproveitar melhor os seus títulos – através de um monólogo do Noah, talvez. Acredito que essa situação irá se repetir bastante ainda, então não adianta ficar especificando. A partir de agora, eu provavelmente só falarei a respeito disso quando o título se provar relevante na trama.
Eu já esperava que não houvessem mortes neste episódio, mas fiquei bastante decepcionado com a ausência do assassino. É claro que é interessante os roteiristas reservarem um tempo para desenvolver os personagens, mas eles podem fazer isso mesclando algumas cenas de suspense. Além disso, mesmo com 42 minutos focados para os dramas pessoais deles, o enredo ainda não conseguiu fazer um bom trabalho em apresentar os seus novos personagens. Tirando a Zoe – que continua sem qualquer relevância –, todos os outros não se comportam como pessoas normais. A direção força esse ar “psicopata” em torno deles, como se pensasse que é assim que se constrói um bom suspense. Eu não vou tremer ou ficar intrigado com uns dois personagens que não conheço ou me importo olhando feio em direção à câmera.
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Pior ainda do que esses adolescentes novos foi a reintrodução do pai da Emma na série. Quero dizer, ela passou o episódio inteiro tentando superar os seus traumas e tendo algumas visões – que podem ou não ser reais –, para o pai chegar no final do episódio e dar uma de Christine, O Carro Assassino em cima dela. E ele ainda tem a cara de pau de falar que pensou em várias formas de abordá-la. Aparentemente ele não pensou tão bem assim. Quem tenta abordar a filha daquele jeito, especialmente depois de tudo o que ela passou? Mais uma tentativa frustrada do enredo de provocar alguma “tensão”. É triste, porque, se eles fossem inteligentes, não precisariam usar desses recursos infantis. A trama tem um assassino a sua disposição; não é preciso fazer uma chacina ou sequer matar, apenas faça uso dele.
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Essa semana, uma grande oportunidade perdida foi em relação a Audrey. O assassino deveria ter ligado, mandado mensagens. Estava na hora de um jogo de gato e rato, fazendo-a, eventualmente, descobrir o corpo do Jake. Mas, não, silêncio de rádio total. Pensei até que eles iriam demorar até a próxima semana para alguém achar o corpo dele, por isso fico feliz e ainda com esperanças pelo ritmo da série. A grande questão em torno disso é o que a Audrey irá fazer agora. Ela está em uma situação em que dificilmente sairá impune. Seus amigos irão descobrir a verdade mais cedo ou mais tarde, e agora ela tem certeza que alguém está disposto a matar por isso. Sua única esperança é matar este novo assassino e enterrá-lo com os seus segredos. Caso ela consiga, a questão é: quantos amigos dela ele irá levar para o túmulo com ele?
Enfim, fãs do terror, foi um episódio bem meia boca. Scream precisa acabar com esse “suspense” falso e introduzir algum conflito de verdade. Já estou ansioso para ver mais interação entre a Audrey e o assassino, um dos grandes pontos altos desta temporada até o momento. Emma também precisa melhorar o jogo dela. Mesmo depois de tudo o que passou, a personagem não está tão forte quanto deveria. Gosto de ela ter voltado à cena do confronto final, mas logo depois ela se apoia no Kieran – que não é lá um grande personagem. O mesmo digo a respeito da Brooke; Jake mal esfriou e os roteiristas já estão forçando uma aproximação entre ela e o novo personagem. Eles deveriam trabalhar a individualidade dos seus personagens ao invés de ficar forçando casais, que é algo que deveria acontecer naturalmente.