quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Sem Conexão – Slasher Polonês da Netflix Mistura ‘Scooby-Doo’ com ‘Sexta-Feira 13’

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Um grupo de adolescentes é enviado pelos pais para participar de um acampamento detox de verão, pois cada um deles tem sérios problemas de vício com dispositivos eletrônicos e internet. É assim que Zosia (Julia Wieniawa-Narkiewicz), Julek (Michal Lupa), Aniela (Wiktoria Gasiewska), Bartek (Stanislaw Cywka) e Daniel (Sebastian Dela) acabam se conhecendo e ficando sob a supervisão da inspetora Iza (Gabriela Muskala). Porém, na primeira noite do acampamento, após uma caminhada pela floresta, uma criatura bizarra acaba aparecendo, ameaçando a vida de todos eles. Sem nenhum celular, como eles conseguirão pedir ajuda?



Com um orçamento baixinho, o roteiro de Mirella Zaradkiewicz, Jan Kwiecinski e Bartosz M. Kowalski flana entre o amadorismo e o excesso de reverência. Ao mesmo tempo em que busca prestar homenagem a clássicos do terror – como ‘Um Lobisomem Americano em Londres’, mencionado abertamente pelo personagem Julek – o excesso de vezes com que deixa evidente suas referências acaba cansando o espectador. Também não passa despercebido a estrutura do grupo de adolescentes, que repete a mesma fórmula de ‘Scooby-Doo’: cinco personagens com personalidades distintas (o atleta, a bonitona, a inteligente, o comilão e o falador), em uma floresta assombrada tentando desvendar um mistério que não esperavam encontrar.

Só que em ‘Sem Conexão’ nenhum desses argumentos convence cem por cento o espectador. Nem mesmo quando Julek repete tantas vezes que Zosia o fazia lembrar a Sarah Connor de ‘O Exterminador do Futuro’… pra quê? Concretamente, essa informação – assim como muitas outras – não são utilizadas no longa, e, portanto, ficam flutuando no enredo sem objetivo claro. Esse é apenas um dos aspectos problemáticos do roteiro, que ainda encontra uma justificativa bem fracote para explicar porquê que o monstrengo ameaçador não só é um monstrengo, mas porquê ele ameaça.

Tudo isso poderia ser deixado de lado porque, afinal, um fã de terror tá em busca de sangue. Embora haja algumas cenas de violência brutal (suficientes para enquadrar o longa como para maiores de 18 anos), a maioria não é explícita, o que pode acabar frustrando o espectador; outras são tão rápidas, que passam a sensação de terem sido mal desenvolvidas; por fim, as cenas slasher que de fato funcionam não salvam o filme.

O que mais ou menos agrada no filme é a locação – uma floresta na Polônia, o que é bem legal – e o monstrengo em si, inspirado no Jason de ‘Sexta-Feira 13’, embora sua razão de existir seja bem duvidosa. ‘Sem Conexão’ presunçosamente deixa brecha para uma continuação, por isso, em tempos de top 10 na Netflix, é bem capaz que daqui a um tempo os assinantes sejam surpreendidos com uma continuação a partir do final do longa. Em suma, ‘Sem Conexão’ dá mais tédio do que medo, mas, para os fãs do gênero, é uma nova opção disponível na plataforma.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Com um orçamento baixinho, o roteiro de Mirella Zaradkiewicz, Jan Kwiecinski e Bartosz M. Kowalski flana entre o amadorismo e o excesso de reverência. Ao mesmo tempo em que busca prestar homenagem a clássicos do terror – como ‘Um Lobisomem Americano em Londres’, mencionado abertamente pelo personagem Julek – o excesso de vezes com que deixa evidente suas referências acaba cansando o espectador. Também não passa despercebido a estrutura do grupo de adolescentes, que repete a mesma fórmula de ‘Scooby-Doo’: cinco personagens com personalidades distintas (o atleta, a bonitona, a inteligente, o comilão e o falador), em uma floresta assombrada tentando desvendar um mistério que não esperavam encontrar.

Só que em ‘Sem Conexão’ nenhum desses argumentos convence cem por cento o espectador. Nem mesmo quando Julek repete tantas vezes que Zosia o fazia lembrar a Sarah Connor de ‘O Exterminador do Futuro’… pra quê? Concretamente, essa informação – assim como muitas outras – não são utilizadas no longa, e, portanto, ficam flutuando no enredo sem objetivo claro. Esse é apenas um dos aspectos problemáticos do roteiro, que ainda encontra uma justificativa bem fracote para explicar porquê que o monstrengo ameaçador não só é um monstrengo, mas porquê ele ameaça.

Tudo isso poderia ser deixado de lado porque, afinal, um fã de terror tá em busca de sangue. Embora haja algumas cenas de violência brutal (suficientes para enquadrar o longa como para maiores de 18 anos), a maioria não é explícita, o que pode acabar frustrando o espectador; outras são tão rápidas, que passam a sensação de terem sido mal desenvolvidas; por fim, as cenas slasher que de fato funcionam não salvam o filme.

O que mais ou menos agrada no filme é a locação – uma floresta na Polônia, o que é bem legal – e o monstrengo em si, inspirado no Jason de ‘Sexta-Feira 13’, embora sua razão de existir seja bem duvidosa. ‘Sem Conexão’ presunçosamente deixa brecha para uma continuação, por isso, em tempos de top 10 na Netflix, é bem capaz que daqui a um tempo os assinantes sejam surpreendidos com uma continuação a partir do final do longa. Em suma, ‘Sem Conexão’ dá mais tédio do que medo, mas, para os fãs do gênero, é uma nova opção disponível na plataforma.

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