domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica sem Spoilers | Bruna Marquezine é a grande ESTRELA do divertido e nostálgico ‘Besouro Azul’

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Crítica livre de spoilers.

‘Besouro Azul’ vem causando um burburinho considerável desde que foi anunciado pela DC Studios e pela Warner Bros., principalmente depois da escalação de Bruna Marquezine, uma das maiores atrizes de sua geração, como co-protagonista do longa-metragem. Agora, às vésperas da estreia do filme nos cinemas brasileiros, só posso dizer que o projeto cumpre com o esperado e abraças as fórmulas das clássicas “jornadas do herói” para arquitetar uma trama simples e funcional, ainda que genérica em sua completude.



A trama acompanha Jaime Reyes (Xolo Maridueña), um jovem estudante mexicano que acabou de se formar em direito e que retorna para casa, em Palmera City, para se reencontrar com a família e utilizar seu recém-adquirido diploma para tirá-los de uma inevitável pobreza. Entretanto, ao chegar lá, ele descobre que a família perdeu a casa para as Indústrias Kord, um conglomerado científico e tecnológico que cresce semana após semana e retira os moradores originais de seus lares para expandir um império puramente neoimperialista. Logo, cabe a Jaime fazer o máximo que consegue para tirá-los de um prospecto sombrio e derradeiro, buscando algum trabalho que lhe dê uma fonte de renda sólida e que o permita ajudar aqueles que mais ama.

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Tudo muda quando, em um determinado dia, ele cruza caminho com Jennifer Kord (Marquezine), filha do fundador da Kord, Ted. Escondida às sombras de sua tia, Victoria (Susan Sarandon), ela coloca as mãos em uma tecnologia alienígena com potencial ilimitado – e que será utilizado por Victoria para construir armamentos em massa para reforçar seu domínio sobre o mundo. Temendo o que pode acontecer, Jenny vai contra o que a tia espera dela, surrupia essa relíquia (um escaravelho com poderes inimagináveis) e pede para que Jaime o guarde com a própria vida. E, apesar de avisá-lo para deixar o objeto em paz às ocultas, o nosso protagonista acabando criando uma simbiose inescapável com a inteligência artificial da tecnologia, Khaji-Da (dublada por Becky G), construindo uma intrínseca relação vital que lhe dá um aparato sobre-humano. Todavia, as coisas não são tão fáceis como imagina – e Victoria reúne seus asseclas para arrancá-la do rapaz e reaver o que lhe pertence “por direito”.

O longa-metragem é comandado por Ángel Manuel Soto e preza pela nostalgia narrativa. Isso quer dizer que Soto se apoia nas fórmulas das histórias de origem para tentar resgatar o motivo pelo qual nos apaixonamos por obras de super-heróis; diferente de outros títulos da companhia e até mesmo de companhias adjacentes, a ambição aqui está em colocar a representatividade latino-americana em contraposição ao domínio cansativo de personagens brancos e estadunidenses (ou até mesmo europeus). Logo, a obra é um convite ao saudosismo e à diversão, abrindo espaço para que sejamos engolfados em uma competente aventura que enche os olhos e nos faz sair das salas de cinema bastante satisfeitos.

Assim como o roteiro, as investidas técnicas também não têm muito para onde fugir, com exceção da cautela de Soto em não estereotipar os elementos estéticos e utilizar cores complementares para garantir vida e dinamismo ao projeto. As cenas de ação são muito bem coreografas e estendem-se por uma duração recorrente e premeditada – mesmo que isso não atrapalhe a nossa experiência. Mas, diferente de obras similares, Jaime está acompanhado de sua família, cujo conhecimento sobre sua “nova identidade” os coloca em perigo e, ao mesmo tempo, lhes dá motivação para protegê-lo de obstáculos mortais.

O maior trunfo do filme é seu elenco: Maridueña faz um trabalho aplaudível e envolvente, trazendo aspectos já explorados em seu papel como Miguel Diaz na série Cobra Kai; George Lopez emerge como o principal escape cômico do enredo ao encarnar Rudy, tio de Jaime, um gênio da tecnologia que os ajuda a combater Victoria e seu exército; Adriana Barraza, recém-saída de suas atuações em ‘Penny Dreadful: City of Angels’ e ‘Pequenos Grandes Heróis’, dá vida a Nana, avó de Jaime, uma ex-guerrilheira que remonta seus tempos de luta contra o neoimperialismo norte-americano para salvar o neto do modo mais glorioso e hilário que podemos imaginar. Mas o nosso foco destina-se à Marquezine.

A atriz, que começou sua carreira muito jovem, faz uma excelente estreia em Hollywood, consagrando-o no mesmo patamar de nomes como Wagner Moura e Alice Braga, que também dominaram o circuito cinematográfico internacional. Aqui, Bruna festeja com um papel que lhe permite ser independente, corajosa e empática, além de entrar como lembrete de que todos nós somos latino-americanos e estamos no mesmo barco. Ainda que pertencente ao legado da Kord, ela sabe que as investidas controversas da tia não correspondem ao que ela defende, unindo-se com Jaime para garantir que o povo integre a sociedade da mesma forma que a elite – sem ser obrigado a abandonar suas raízes e suas conquistas por pulsões de um capitalismo predatório e destrutivo. E, como se não bastasse, a química entre Marquezine e Maridueña é um deleite para os olhos.

‘Besouro Azul’ pode ter suas falhas e deslizar no tocante à originalidade da história. Não obstante os equívocos, o resultado é bem positivo por apresentar uma perspectiva diferente a que estamos acostumados – e focar, essencialmente, em uma jornada muito divertida e que, inclusive, abre espaço para mais incursões.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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‘Besouro Azul’ vem causando um burburinho considerável desde que foi anunciado pela DC Studios e pela Warner Bros., principalmente depois da escalação de Bruna Marquezine, uma das maiores atrizes de sua geração, como co-protagonista do longa-metragem. Agora, às vésperas da estreia do filme nos cinemas brasileiros, só posso dizer que o projeto cumpre com o esperado e abraças as fórmulas das clássicas “jornadas do herói” para arquitetar uma trama simples e funcional, ainda que genérica em sua completude.

A trama acompanha Jaime Reyes (Xolo Maridueña), um jovem estudante mexicano que acabou de se formar em direito e que retorna para casa, em Palmera City, para se reencontrar com a família e utilizar seu recém-adquirido diploma para tirá-los de uma inevitável pobreza. Entretanto, ao chegar lá, ele descobre que a família perdeu a casa para as Indústrias Kord, um conglomerado científico e tecnológico que cresce semana após semana e retira os moradores originais de seus lares para expandir um império puramente neoimperialista. Logo, cabe a Jaime fazer o máximo que consegue para tirá-los de um prospecto sombrio e derradeiro, buscando algum trabalho que lhe dê uma fonte de renda sólida e que o permita ajudar aqueles que mais ama.

Tudo muda quando, em um determinado dia, ele cruza caminho com Jennifer Kord (Marquezine), filha do fundador da Kord, Ted. Escondida às sombras de sua tia, Victoria (Susan Sarandon), ela coloca as mãos em uma tecnologia alienígena com potencial ilimitado – e que será utilizado por Victoria para construir armamentos em massa para reforçar seu domínio sobre o mundo. Temendo o que pode acontecer, Jenny vai contra o que a tia espera dela, surrupia essa relíquia (um escaravelho com poderes inimagináveis) e pede para que Jaime o guarde com a própria vida. E, apesar de avisá-lo para deixar o objeto em paz às ocultas, o nosso protagonista acabando criando uma simbiose inescapável com a inteligência artificial da tecnologia, Khaji-Da (dublada por Becky G), construindo uma intrínseca relação vital que lhe dá um aparato sobre-humano. Todavia, as coisas não são tão fáceis como imagina – e Victoria reúne seus asseclas para arrancá-la do rapaz e reaver o que lhe pertence “por direito”.

O longa-metragem é comandado por Ángel Manuel Soto e preza pela nostalgia narrativa. Isso quer dizer que Soto se apoia nas fórmulas das histórias de origem para tentar resgatar o motivo pelo qual nos apaixonamos por obras de super-heróis; diferente de outros títulos da companhia e até mesmo de companhias adjacentes, a ambição aqui está em colocar a representatividade latino-americana em contraposição ao domínio cansativo de personagens brancos e estadunidenses (ou até mesmo europeus). Logo, a obra é um convite ao saudosismo e à diversão, abrindo espaço para que sejamos engolfados em uma competente aventura que enche os olhos e nos faz sair das salas de cinema bastante satisfeitos.

Assim como o roteiro, as investidas técnicas também não têm muito para onde fugir, com exceção da cautela de Soto em não estereotipar os elementos estéticos e utilizar cores complementares para garantir vida e dinamismo ao projeto. As cenas de ação são muito bem coreografas e estendem-se por uma duração recorrente e premeditada – mesmo que isso não atrapalhe a nossa experiência. Mas, diferente de obras similares, Jaime está acompanhado de sua família, cujo conhecimento sobre sua “nova identidade” os coloca em perigo e, ao mesmo tempo, lhes dá motivação para protegê-lo de obstáculos mortais.

O maior trunfo do filme é seu elenco: Maridueña faz um trabalho aplaudível e envolvente, trazendo aspectos já explorados em seu papel como Miguel Diaz na série Cobra Kai; George Lopez emerge como o principal escape cômico do enredo ao encarnar Rudy, tio de Jaime, um gênio da tecnologia que os ajuda a combater Victoria e seu exército; Adriana Barraza, recém-saída de suas atuações em ‘Penny Dreadful: City of Angels’ e ‘Pequenos Grandes Heróis’, dá vida a Nana, avó de Jaime, uma ex-guerrilheira que remonta seus tempos de luta contra o neoimperialismo norte-americano para salvar o neto do modo mais glorioso e hilário que podemos imaginar. Mas o nosso foco destina-se à Marquezine.

A atriz, que começou sua carreira muito jovem, faz uma excelente estreia em Hollywood, consagrando-o no mesmo patamar de nomes como Wagner Moura e Alice Braga, que também dominaram o circuito cinematográfico internacional. Aqui, Bruna festeja com um papel que lhe permite ser independente, corajosa e empática, além de entrar como lembrete de que todos nós somos latino-americanos e estamos no mesmo barco. Ainda que pertencente ao legado da Kord, ela sabe que as investidas controversas da tia não correspondem ao que ela defende, unindo-se com Jaime para garantir que o povo integre a sociedade da mesma forma que a elite – sem ser obrigado a abandonar suas raízes e suas conquistas por pulsões de um capitalismo predatório e destrutivo. E, como se não bastasse, a química entre Marquezine e Maridueña é um deleite para os olhos.

‘Besouro Azul’ pode ter suas falhas e deslizar no tocante à originalidade da história. Não obstante os equívocos, o resultado é bem positivo por apresentar uma perspectiva diferente a que estamos acostumados – e focar, essencialmente, em uma jornada muito divertida e que, inclusive, abre espaço para mais incursões.

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