sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | Sharknado 5: Voracidade Global – Paródia Ultrajante, mas Consciente

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A essência do Trash (eram os Deuses Tubarões?)

“Já que vocês irão me modernizar, será que podem me fazer… menos robótica”, dispara a certa altura do filme a personagem April Wexler, agora inteiramente um ciborgue funcional, para as cientistas vividas pela musa Olivia Newton John (só reconhecível pelo nome nos créditos, apesar de ainda bela) e sua filha na vida real, Chloe Lattanzi. Este é um dos muitos chistes metalinguísticos, e talvez mais espertos do que um Sharknado mereça, presentes aqui, já que a intérprete da heroína é ninguém menos do que Tara Reid, atriz promissora que se tornou uma paródia de si mesma, devido a problemas com álcool e drogas.

Paródia é a palavra chave no quinto Sharknado. Sim, e se você me dissesse que eu estaria aqui, escrevendo sobre este filme para você há alguns meses, eu não acreditaria. Bom, meu pensamento sobre estes filmes não mudou, desde que o primeiro foi concebido lá em 2013. Com a mentalidade certa, e alguns acompanhamentos alcoólicos de sua preferência, pode-se encontrar entretenimento nesta confusão desafiadora da inteligência humana.



Tudo que foi visto nas produções anteriores encontra lugar neste. O diferencial desta vez é que o quinto filme se propõe a “copiar” alguns dos blockbusters mais adorados da história do cinema. Começando pela cena de abertura, na qual desde os créditos até sua conclusão pra lá de escalafobética, temos “chupado” o clássico oitentista Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981), filme indicado ao Oscar na categoria principal (que poucos sabem ou lembram) de Steven Spielberg. E quando digo que os créditos são “roubados” do filme, quero dizer que a fonte de letra do título é a exata. Lembram da grande pedra redonda perseguindo Indy (Harrison Ford)? Pois bem, espere para ver o que prepararam aqui.

A cena icônica de Missão Impossível (1996) no cofre, as bugigangas de Q em 007, referências a O Exterminador do Futuro (1984), a cena da abertura do mar vermelho em Os Dez Mandamentos (1956), o guitarrista de Mad Max: Estrada da Fúria (com direito ao guitarrista da banda Poison, Brett Michaels), os créditos iniciais animados de Blake Edwards em A Pantera Cor de Rosa (1963) e um desavergonhado desfecho a la De Volta para a Futuro (1985), com direito a um ex-astro da ação que vem ganhando sobrevida na carreira – pode ter certeza que tudo encontra lugar nesta produção, recebendo o tratamento Sharknado de ser.

Mesmo depois de quatro filmes, a franquia encontra certo vigor ao tentar nas entrelinhas construir seus diferenciais. Afinal, o quão diferentes filmes que tratam de tornados repletos de tubarões podem ser? No caso deste quinto episódio, a novidade está em se assumir como paródia de alguns dos filmes de entretenimento mais proeminentes da história, e do cenário mundial proposto pelas inúmeras viagens que os personagens realizam: de Londres para a Austrália, passando por uma vergonhosa estadia no Rio de Janeiro (que faz Velozes & Furiosos 5 tirar nota 10 em geografia, mesmo com o deserto que liga Rio a São Paulo), indo até o Japão e depois ao Egito.

Na trama, se é que existe uma, os protagonistas descobrem escrituras em cavernas que revelam que os Sharknados já existem há séculos em nosso mundo, atormentando nossos ancestrais ao longo da história. Seriam os Deuses tubarões? Desta vez os infames tornados não trazem apenas os peixes assassinos, mas também um vórtex que teletransporta quem entrar nele. Daí o motivo de tantas viagens. No final, descobrimos se tratar de um vórtex temporal também – sim, a grande deixa para o próximo filme irá envolver viagem no tempo (o que mais faltava?).

Assim como os anteriores, os que repudiarem o filme, e forem totalmente repelidos por ele, estarão completamente cheios de razão. Os menos exigentes e que quiserem se divertir despretensiosamente com esta fábrica de gags, referências e one liners da cultura pop, também poderão encontrar exatamente o que procuram.

PS. Por motivos óbvios, o filme transcende qualquer nota.

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“Já que vocês irão me modernizar, será que podem me fazer… menos robótica”, dispara a certa altura do filme a personagem April Wexler, agora inteiramente um ciborgue funcional, para as cientistas vividas pela musa Olivia Newton John (só reconhecível pelo nome nos créditos, apesar de ainda bela) e sua filha na vida real, Chloe Lattanzi. Este é um dos muitos chistes metalinguísticos, e talvez mais espertos do que um Sharknado mereça, presentes aqui, já que a intérprete da heroína é ninguém menos do que Tara Reid, atriz promissora que se tornou uma paródia de si mesma, devido a problemas com álcool e drogas.

Paródia é a palavra chave no quinto Sharknado. Sim, e se você me dissesse que eu estaria aqui, escrevendo sobre este filme para você há alguns meses, eu não acreditaria. Bom, meu pensamento sobre estes filmes não mudou, desde que o primeiro foi concebido lá em 2013. Com a mentalidade certa, e alguns acompanhamentos alcoólicos de sua preferência, pode-se encontrar entretenimento nesta confusão desafiadora da inteligência humana.

Tudo que foi visto nas produções anteriores encontra lugar neste. O diferencial desta vez é que o quinto filme se propõe a “copiar” alguns dos blockbusters mais adorados da história do cinema. Começando pela cena de abertura, na qual desde os créditos até sua conclusão pra lá de escalafobética, temos “chupado” o clássico oitentista Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981), filme indicado ao Oscar na categoria principal (que poucos sabem ou lembram) de Steven Spielberg. E quando digo que os créditos são “roubados” do filme, quero dizer que a fonte de letra do título é a exata. Lembram da grande pedra redonda perseguindo Indy (Harrison Ford)? Pois bem, espere para ver o que prepararam aqui.

A cena icônica de Missão Impossível (1996) no cofre, as bugigangas de Q em 007, referências a O Exterminador do Futuro (1984), a cena da abertura do mar vermelho em Os Dez Mandamentos (1956), o guitarrista de Mad Max: Estrada da Fúria (com direito ao guitarrista da banda Poison, Brett Michaels), os créditos iniciais animados de Blake Edwards em A Pantera Cor de Rosa (1963) e um desavergonhado desfecho a la De Volta para a Futuro (1985), com direito a um ex-astro da ação que vem ganhando sobrevida na carreira – pode ter certeza que tudo encontra lugar nesta produção, recebendo o tratamento Sharknado de ser.

Mesmo depois de quatro filmes, a franquia encontra certo vigor ao tentar nas entrelinhas construir seus diferenciais. Afinal, o quão diferentes filmes que tratam de tornados repletos de tubarões podem ser? No caso deste quinto episódio, a novidade está em se assumir como paródia de alguns dos filmes de entretenimento mais proeminentes da história, e do cenário mundial proposto pelas inúmeras viagens que os personagens realizam: de Londres para a Austrália, passando por uma vergonhosa estadia no Rio de Janeiro (que faz Velozes & Furiosos 5 tirar nota 10 em geografia, mesmo com o deserto que liga Rio a São Paulo), indo até o Japão e depois ao Egito.

Na trama, se é que existe uma, os protagonistas descobrem escrituras em cavernas que revelam que os Sharknados já existem há séculos em nosso mundo, atormentando nossos ancestrais ao longo da história. Seriam os Deuses tubarões? Desta vez os infames tornados não trazem apenas os peixes assassinos, mas também um vórtex que teletransporta quem entrar nele. Daí o motivo de tantas viagens. No final, descobrimos se tratar de um vórtex temporal também – sim, a grande deixa para o próximo filme irá envolver viagem no tempo (o que mais faltava?).

Assim como os anteriores, os que repudiarem o filme, e forem totalmente repelidos por ele, estarão completamente cheios de razão. Os menos exigentes e que quiserem se divertir despretensiosamente com esta fábrica de gags, referências e one liners da cultura pop, também poderão encontrar exatamente o que procuram.

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