sexta-feira, março 29, 2024

Crítica | Shippados – Tatá Werneck em divertida série estilo ‘Os Normais’

A comédia sempre foi um marco nas produções nacionais e é possível observar a vasta carta que se tem quando a decisão tomada é a de assistir um produto deste gênero do nosso país. De uns tempos pra cá, os roteiristas, produtores e cia têm se reinventado neste meio e procurado trazer dramaturgias que sejam focadas nos acontecimentos presentes. Desta forma, o público mais jovem e ligado na tecnologia consegue se identificar.

Shippados, nova série original da plataforma Globoplay, conta a história de dois jovens azarados, de personalidades peculiares, em busca do amor através dos aplicativos. Rita (Tatá Werneck) possui alguns traumas na bagagem e relata os acontecimentos da sua vida em um vlog. Enzo (Eduardo Sterblitch) divide o apartamento com Valdir (Luis Lobianco), que namora Brita (Clarice Falcão), e os três vivem discutindo devido as diferenças. Após um encontro mal sucedido, eles (Rita e Enzo) se conhecem e vão descobrindo coisas em comum.

Com roteiro de Alexandre Machado (Os Normais – O Filme) e Fernanda Young (Os Normais), o piloto da produção passeia bem entre as camadas de apresentação da história e dos personagens. De quadro em quadro, o telespectador vai conhecendo melhor os protagonistas e as pessoas que os rodeiam, assim como suas peculiaridades e algumas particularidades. Ademais, os diálogos são rápidos e intrigantes, o típico piscou-perdeu, afinal, Werneck consegue entregar diversas palavras com uma rapidez única.

Em basicamente 30 minutos de episódio, o público consegue entender quem são Rita e Enzo e as desventuras que ambos podem vir a protagonizar. Os pontos que mais chamam atenção na trama é a escolha de como esta produção será contada nas telas, os recortes dos acontecimentos na vida dos protagonistas se encaixando e a singularidade da personalidade dos mesmos. É um chamariz contínuo para o espectador jovem ligado em redes sociais e nesta forma moderna de se relacionar.

Em relação as atuações, não é difícil esperar um bom trabalho de Tatá Werneck, quando o assunto é comédia e/ou ser engraçada. A mesma consegue dar um tom especial à Rita e arrancar risadas sempre que aparece em cena. Já Eduardo Sterblitch está excelente como o fã de games, paranoico e viciado em teorias da conspiração Enzo, inclusive, no piloto protagoniza uma cena de arrancar gargalhadas até do público mais exigente.

Do outro lado, Brita e Valdir, nos poucos momentos que aparecem, possuem um relacionamento bem diferentão e apesar dos seus diálogos sozinhos não serem tão divertidos, quando estão em par com Enzo, a situação muda e é possível extrair risadas de quem está assistindo. Enquanto isso, as cenas da mãe de Rita, Dolores (Yara de Novaes), permanecem nos moldes clichês de uma figura materna controladora.

Em quesitos técnicos, a direção da série está de acordo com o exigido pelo roteiro e alinha muito bem os recortes montados na trama durante a colisão dos acontecimentos de Rita e Enzo. Já a arte realiza um trabalho espetacular adequando os cenários para o que é considerado hoje moderno no universo dos jovens. A trilha sonora ainda não se mostrou marcante, porém, vamos aguardar os próximos episódios.

No geral, Shippados é uma série de comédia que consegue cativar o espectador logo no primeiro capítulo e criar empatia entre este e os personagens. O gostinho de querer mais fica na boca e a vontade de saber o que vem por aí na história de Rita e Enzo.

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