segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica| Sick Note – Rupert Grint e humor britânico na Netflix

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Como boa fã de Meninas Malvadas (2004) e de todos os filmes de Lindsay Lohan do início dos anos 2000, o que despertou meu interesse em Sick Note (ou Dá Licença, Saúde, como diz o péssimo título em português) foi o fato de ter ficado sabendo que a atriz faria parte do elenco. Para minha infelicidade, ela só aparece na segunda temporada – mas, como já tinha topado o desafio, continuei minha maratona da série que, definitivamente, não tem nada a ver com as histórias que costumo gostar. Para ser bem sincera, se não fosse o compromisso de escrever sobre ela, talvez eu tivesse largado desde o primeiro episódio; no entanto, sendo sincera de novo, que bom que isso não aconteceu, porque eu deixaria de ver uma das produções mais nonsenses (no bom sentido) e engraçadas da Netflix.

Sick Note passou na fila do politicamente incorreto umas duas ou três vezes. Então, para quem não está acostumado com esse tipo de humor, é normal que leve um certo tempo até começar a rir das piadas com temas sérios (mas que, felizmente, não ofendem nenhuma minoria). A história central é sobre um jovem, Daniel Glass (Rupert Grint, o Rony Weasley de Harry Potter), que é erroneamente diagnosticado com câncer de esôfago e, depois de descobrir a realidade, mantém a história para aproveitar os benefícios que vieram junto com a doença – como o retorno do namoro com a ex-namorada (Pippa Bennett-Warner), a chance de pegar leve no trabalho sem ser chamado atenção, a compaixão dos pais e por aí vai. E, sim, como já é de se esperar, rolam vários momentos engraçados tendo o câncer como foco da questão – para vocês perceberem o nível. No entanto, tudo isso é feito de uma maneira que não soa desrespeitosa e escrachada (amém, humor britânico) e os personagens que fazem parte da trama contribuem para tornar o enredo ainda mais interessante.



Do médico Ian Glennis (Nick Frost), que parece não ter nenhum conhecimento de Medicina, ao chefe de Daniel (Don Johnson) – que, coincidência ou não, tem o nome de Kenny West e é a personificação do politicamente incorreto e do “sem noção” – são todos surreais. Mas chega um certo ponto em que compramos tanto a história da série que nos pegamos rindo e até torcendo para a maluquice de todos eles. Não dá para deixar de falar, inclusive, que um dos objetivos do roteiro ao nos apresentar personagens tão bizarros é o de justamente não nos fazer ficar contra nenhum deles. Tudo o que acontece com um é consequência do ato que fez com o outro e por aí vai – estando todos errados na história, já que não tem nenhum mocinho aqui. Para vocês terem uma noção de como funciona: o protagonista mente para a namorada sobre o câncer – mas ela o trai com o melhor amigo – que acaba de ter um bebê com a mulher – que não tem ideia do que acontece entre eles e é isso. E no trabalho é o mesmo esquema: o personagem de Rupert mente sobre sua doença, mas o patrão mau caráter quer usar o problema para promover a empresa, sem ter nenhuma preocupação real com a saúde de seu funcionário.

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O jeito dos personagens também tem outra função aqui: a de justificar as conveniências de roteiro. Se fosse qualquer outra série, várias situações que ocorrem em Sick Note seriam vistas como um desrespeito à inteligência do espectador; porém, as pessoas que fazem parte do enredo são tão… peculiares, que não nos resta outra solução que não seja aceitar tudo o que acontece em cena. Tem um momento, por exemplo, em que um policial entra no banheiro, levanta a cortina e não vê Daniel e o médico que estão escondidos logo atrás (o que os fez chegar até aqui deixo quieto para não dar spoiler). Algo quase impossível, mesmo para uma série de comédia, mas ao levar em conta a personalidade bizarra do personagem vivido pelo ótimo Daniel Rigby, dá para comprar a história. E isso ocorre em vários outros momentos, principalmente com Rupert Grint – que mostra que não teve talento só em Harry Potter e interpreta muito bem o mentiroso compulsivo que comanda a trama. A química entre ele e Nick Frost em cena, sem dúvidas, proporciona os melhores momentos do seriado.

Com apenas 6 episódios de 20 e poucos minutos cada, (tirando o piloto, que teve 40 e poucos), Dá Licença, Saúde é uma boa opção para maratonar no final de semana. Ainda mais se a intenção é ver algo apenas para se divertir, sem a obrigação de tirar nenhuma lição de nada (sim, porque a série nem tenta trazer ensinamentos para nenhum personagem). Confesso que, em alguns episódios, o plot do câncer soa repetitivo e me pergunto até que ponto eles vão conseguir levar essa história sem que o enredo perca a graça, mas nada que prejudique a maratona ou te faça largar o programa depois de já ter sido estranhamente conquistado.

Não sei o que esperar da segunda, mas sei que tem Lindsay Lohan – e ver nossa eterna Cady Heron em cena já é motivo mais que suficiente para continuar dando o play, não é? Então, para o bem ou para o mal, sei que continuo nessa e conto para vocês se valeu a pena. Em breve, resenha aqui no CinePOP.

 

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Como boa fã de Meninas Malvadas (2004) e de todos os filmes de Lindsay Lohan do início dos anos 2000, o que despertou meu interesse em Sick Note (ou Dá Licença, Saúde, como diz o péssimo título em português) foi o fato de ter ficado sabendo que a atriz faria parte do elenco. Para minha infelicidade, ela só aparece na segunda temporada – mas, como já tinha topado o desafio, continuei minha maratona da série que, definitivamente, não tem nada a ver com as histórias que costumo gostar. Para ser bem sincera, se não fosse o compromisso de escrever sobre ela, talvez eu tivesse largado desde o primeiro episódio; no entanto, sendo sincera de novo, que bom que isso não aconteceu, porque eu deixaria de ver uma das produções mais nonsenses (no bom sentido) e engraçadas da Netflix.

Sick Note passou na fila do politicamente incorreto umas duas ou três vezes. Então, para quem não está acostumado com esse tipo de humor, é normal que leve um certo tempo até começar a rir das piadas com temas sérios (mas que, felizmente, não ofendem nenhuma minoria). A história central é sobre um jovem, Daniel Glass (Rupert Grint, o Rony Weasley de Harry Potter), que é erroneamente diagnosticado com câncer de esôfago e, depois de descobrir a realidade, mantém a história para aproveitar os benefícios que vieram junto com a doença – como o retorno do namoro com a ex-namorada (Pippa Bennett-Warner), a chance de pegar leve no trabalho sem ser chamado atenção, a compaixão dos pais e por aí vai. E, sim, como já é de se esperar, rolam vários momentos engraçados tendo o câncer como foco da questão – para vocês perceberem o nível. No entanto, tudo isso é feito de uma maneira que não soa desrespeitosa e escrachada (amém, humor britânico) e os personagens que fazem parte da trama contribuem para tornar o enredo ainda mais interessante.

Do médico Ian Glennis (Nick Frost), que parece não ter nenhum conhecimento de Medicina, ao chefe de Daniel (Don Johnson) – que, coincidência ou não, tem o nome de Kenny West e é a personificação do politicamente incorreto e do “sem noção” – são todos surreais. Mas chega um certo ponto em que compramos tanto a história da série que nos pegamos rindo e até torcendo para a maluquice de todos eles. Não dá para deixar de falar, inclusive, que um dos objetivos do roteiro ao nos apresentar personagens tão bizarros é o de justamente não nos fazer ficar contra nenhum deles. Tudo o que acontece com um é consequência do ato que fez com o outro e por aí vai – estando todos errados na história, já que não tem nenhum mocinho aqui. Para vocês terem uma noção de como funciona: o protagonista mente para a namorada sobre o câncer – mas ela o trai com o melhor amigo – que acaba de ter um bebê com a mulher – que não tem ideia do que acontece entre eles e é isso. E no trabalho é o mesmo esquema: o personagem de Rupert mente sobre sua doença, mas o patrão mau caráter quer usar o problema para promover a empresa, sem ter nenhuma preocupação real com a saúde de seu funcionário.

O jeito dos personagens também tem outra função aqui: a de justificar as conveniências de roteiro. Se fosse qualquer outra série, várias situações que ocorrem em Sick Note seriam vistas como um desrespeito à inteligência do espectador; porém, as pessoas que fazem parte do enredo são tão… peculiares, que não nos resta outra solução que não seja aceitar tudo o que acontece em cena. Tem um momento, por exemplo, em que um policial entra no banheiro, levanta a cortina e não vê Daniel e o médico que estão escondidos logo atrás (o que os fez chegar até aqui deixo quieto para não dar spoiler). Algo quase impossível, mesmo para uma série de comédia, mas ao levar em conta a personalidade bizarra do personagem vivido pelo ótimo Daniel Rigby, dá para comprar a história. E isso ocorre em vários outros momentos, principalmente com Rupert Grint – que mostra que não teve talento só em Harry Potter e interpreta muito bem o mentiroso compulsivo que comanda a trama. A química entre ele e Nick Frost em cena, sem dúvidas, proporciona os melhores momentos do seriado.

Com apenas 6 episódios de 20 e poucos minutos cada, (tirando o piloto, que teve 40 e poucos), Dá Licença, Saúde é uma boa opção para maratonar no final de semana. Ainda mais se a intenção é ver algo apenas para se divertir, sem a obrigação de tirar nenhuma lição de nada (sim, porque a série nem tenta trazer ensinamentos para nenhum personagem). Confesso que, em alguns episódios, o plot do câncer soa repetitivo e me pergunto até que ponto eles vão conseguir levar essa história sem que o enredo perca a graça, mas nada que prejudique a maratona ou te faça largar o programa depois de já ter sido estranhamente conquistado.

Não sei o que esperar da segunda, mas sei que tem Lindsay Lohan – e ver nossa eterna Cady Heron em cena já é motivo mais que suficiente para continuar dando o play, não é? Então, para o bem ou para o mal, sei que continuo nessa e conto para vocês se valeu a pena. Em breve, resenha aqui no CinePOP.

 

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