quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Sol da Meia-Noite – Novo livro da Saga ‘Crepúsculo’ é um PRESENTE para os Fãs

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Lançado mundialmente pela primeira vez em 2005, ‘Crepúsculo’ foi um livro que imediatamente arrebatou milhões de fãs mundo afora. Abordando o inesperado romance entre uma jovem humana de 17 anos, Bella Swan, e um vampiro adolescente, Edward Cullen, a história criada por Stephenie Meyer rapidamente ganhou as telonas, sendo adaptada através de cinco longas-metragens, protagonizados por Kristen Stewart e Robert Pattinson. Dos livros, foram quatro publicados da saga original: ‘Crepúsculo’, ‘Lua Nova’, ‘Eclipse’ e ‘Amanhecer’; depois, ganhou ainda a novela spin-off ‘A Breve Segunda Vida de Bree Tanner’; em 2011 ganhou um guia da saga e, por fim, em 2015 tivemos o livro (de gosto bem duvidoso, é verdade) ‘Crepúsculo/Vida e Morte’, em que os gêneros dos protagonistas são invertidos. Isso sem contar as adaptações em HQ que rolaram também, e as fan-fics que ganharam sucesso e viraram outras franquias.



São quinze anos de uma saga que se manteve ativa durante todo esse tempo. Duas gerações de leitores cresceram e se apaixonaram pela dramática história de amor de Bella e Edward. Entretanto, desde o primeiro livro os fãs ouviram dizer de um livro que supostamente contaria a história de amor através do ponto de vista de Edward – o que ele de fato sentiu quando viu Isabella Swan pela primeira vez? Como foi a jornada pessoal dele, uma vez que os leitores só conheciam o ponto de vista da humana? À época, Stephenie Meyer até chegou a anunciar esse projeto, e alguns trechos dele até vazaram na internet, em 2008. Desde então, a autora nunca mais tocou no assunto, mas, secretamente, continuou a trabalhar nele. E então, em agosto 2020, em um ano tão difícil, quando as pessoas se viram obrigadas a ficar em casa por causa da inesperada pandemia do corona vírus, Stephenie Meyer surpreendeu e lançou o mais aguardado livro da década: ‘Sol da Meia-Noite’.

Durante as 734 página (!!) o leitor simplesmente se delicia com dois sentimentos fundamentais que são estimulados ao longo da leitura de ‘Sol da Meia-noite’: o nostálgico retorno ao universo de Forks (ou seja, a um passado de 15 anos atrás, quando a maioria dos leitores era adolescente) e o amadurecimento do amor, através da incrível redescoberta de personagens tão queridos.

Primeiramente, é preciso destacar a capacidade que esse livro tem de transportar leitores. Mesmo aqueles que leram a saga há mais de dez anos e só têm na lembrança as imagens dos filmes, ainda assim, já nas páginas iniciais, você é imediatamente transportado para aquela primeira leitura feita em 2008, para aquele ambiente chuvoso e pouco ensolarado de Forks. O que imediatamente também resgata no leitor as memórias afetivas daquela época – quantos anos você tinha quando saiu ‘Crepúsculo’? O que você estava fazendo? Onde morava, quem eram seus amigos, o que você estava sentindo e pensando na época? Para um ano tão difícil como o de 2020, resgatar essas memórias afetivas em milhões de leitores no mundo inteiro é conseguir proporcionar uma onda avassaladora de bem-estar em milhões de pessoas que, como todo mundo, estão precisando muito sentir sentimentos bons.

E então, precisamos falar sobre como Stephenie Meyer construiu essa história, e o porquê de ela fazer TODA a diferença com relação aos outros livros da saga.

Em ‘Sol da Meia-Noite, acima de tudo, não temos APENAS a visão do Edward sobre uma história que já conhecemos. Mais que isso, a história se propõe a apresentar tudo que Edward sentiu e pensou durante o seu primeiro ano com Bella Swan. Isso significa, também, que o livro preenche lacunas que nós nem sabíamos que existiam na saga, mas que, agora, ao sabermos exatamente o que Edward pensou, conseguimos entender por que as coisas aconteceram da forma e no ritmo com que sucederam.

Por exemplo, uma das cenas mais emblemáticas do primeiro filme/livro é a cena em que Edward salva Bella de ser esmagada pela picape que desliza pelo estacionamento da escola. Ter acesso ao dilema que Edward sentiu nesse exato momento – expor suas habilidades para salvar a menina por quem estava apaixonado e, consequentemente, correr o risco de expor sua família e eles terem que se mudar às pressas da cidade ou deixar a menina por quem estava apaixonado ser esmagada por um carro? – e, numa fração de segundos, decidir salvar Bella, faz a gente entender que todas as suas ações – literalmente TODAS – foram SEMPRE pensando na segurança de Bella, ainda que em ‘Crepúsculo’, pelos olhos da protagonista, os leitores não tivessem essa impressão, já que nem ela tinha certeza disso.

Outra diferença muito significativa que ‘Sol da Meia-Noite’ proporciona é que, através dos olhos, do pensamento e dos sentimentos de Edward ao conhecer e desvendar Bella Swan, a protagonista conseguiu ficar muito mais interessante para nós, leitores. Se em ‘Crepúsculo’ os fãs se identificaram com Bella porque ela era uma garota normal, sem nada de extraordinário e que não se interessava por assuntos fúteis, através do olhar de Edward em ‘Sol da Meia-Noite’ o leitor é convidado a se aprofundar na análise da protagonista, e descobrimos diversas qualidades em Bella que em ‘Crepúsculo’ não ficam tão evidente: o quanto ela é altruísta, generosa, que se preocupa com os outros ao seu redor e não se coloca em primeiro lugar nunca. Através de Edward, nos damos conta de que Bella é uma garota boa, e que é a generosidade da alma dela que faz com que ele se apaixone por ela – embora, também pelas palavras dele (vejam só!) ele reconhecesse que Bella não tem lá nada de mais fisicamente que as destacasse das outras humanas.

E é assim o livro todo. Com a narrativa de Edward, os leitores são convidados a se apaixonarem pela jovem Isabella Swan, quinze anos depois. Funciona. As páginas vão virando com a mesma velocidade com que os fãs devoraram os primeiros livros, ainda que todas as cenas de Edward durem muito mais tempo e todas as suas ações sejam muito debatidas. E o final… sim, deixa a gente querendo um novo livro.

Além de uma história arrebatadora que consegue se igualar – talvez até mesmo superar o original – ‘Sol da Meia-Noite’ é um esforço conjunto de amor e trabalho de equipes no mundo inteiro, afinal, o livro foi lançado simultaneamente em diversos países do mundo, incluindo o Brasil. Aqui a editora Intrínseca fez um excelente e hercúleo trabalho em dividir a tradução do livro nas mãos de sete tradutoras competentes: Carolina Rodrigues, Flora Pinheiro, Giu Alonso, Maria Carmelita Dias, Marina Vargas e Viviane Diniz. Essa mulherada não só cumpriu o prazo, como também colocou o coração no trabalho realizado, cientes de que do outro lado estariam fãs que precisavam encontrar uma história impecável. De verdade, não é fácil sincronizar tanta gente, e o resultado é impressionante, sem nenhuma alteração na transição entre uma tradutora e outra. Parabéns.

Mais que apenas mais um livro da saga ‘Crepúsculo’, ‘Sol da Meia-Noite’ é um presente para os fãs em muitos níveis. Além dos motivos já explicados acima, os exemplares brasileiros muitas vezes acompanham um pôster duplo que estampa a famosa cena do casal protagonista na campina, com Edward brilhando, e, do outro lado, a clássica frase que tanto define a saga: “e então o leão se apaixonou pelo cordeiro…”. Acompanha, ainda, um card emocionante com uma mensagem carinhosa de Stephenie Meyer para esse momento de pandemia, em que ela agradece o apoio e pede às crepusculetes (como são conhecidas os e as fãs) que fiquem bem e se cuidem. É de encher os olhos d’água. E se você acha que parou por aí, espere até chegar à última página do livro, na dedicatória, em que lemos como a autora agradece as pessoas que acompanharam (e o passar do tempo) essa jornada de quinze anos, e finaliza com um agradecimento especial aos fãs: “E, finalmente, os leitores que ansiosa e pacientemente esperaram por este livro. Eu nunca o teria terminado sem esse apoio. Você pertence à esta página. Escreva seu nome na linha aqui embaixo e, por favor, comemore”. E vem uma linha para que cada leitor escreva seu nominho, tal como fazíamos na época da escola. Se você não morreu de amores até aqui, este é o momento.

Sol da Meia-Noite’ é um livro zero defeitos, uma das melhores coisas de 2020, que chegou no momento em que as fãs mais precisavam e que conseguiu inundar os corações das fãs novamente com todo o amor que sentiram pela saga. Não é só um presente aos fãs: é uma homenagem, um reconhecimento e um agradecimento em forma do amor do Edward por Bella e por nós. Perfeito!

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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São quinze anos de uma saga que se manteve ativa durante todo esse tempo. Duas gerações de leitores cresceram e se apaixonaram pela dramática história de amor de Bella e Edward. Entretanto, desde o primeiro livro os fãs ouviram dizer de um livro que supostamente contaria a história de amor através do ponto de vista de Edward – o que ele de fato sentiu quando viu Isabella Swan pela primeira vez? Como foi a jornada pessoal dele, uma vez que os leitores só conheciam o ponto de vista da humana? À época, Stephenie Meyer até chegou a anunciar esse projeto, e alguns trechos dele até vazaram na internet, em 2008. Desde então, a autora nunca mais tocou no assunto, mas, secretamente, continuou a trabalhar nele. E então, em agosto 2020, em um ano tão difícil, quando as pessoas se viram obrigadas a ficar em casa por causa da inesperada pandemia do corona vírus, Stephenie Meyer surpreendeu e lançou o mais aguardado livro da década: ‘Sol da Meia-Noite’.

Durante as 734 página (!!) o leitor simplesmente se delicia com dois sentimentos fundamentais que são estimulados ao longo da leitura de ‘Sol da Meia-noite’: o nostálgico retorno ao universo de Forks (ou seja, a um passado de 15 anos atrás, quando a maioria dos leitores era adolescente) e o amadurecimento do amor, através da incrível redescoberta de personagens tão queridos.

Primeiramente, é preciso destacar a capacidade que esse livro tem de transportar leitores. Mesmo aqueles que leram a saga há mais de dez anos e só têm na lembrança as imagens dos filmes, ainda assim, já nas páginas iniciais, você é imediatamente transportado para aquela primeira leitura feita em 2008, para aquele ambiente chuvoso e pouco ensolarado de Forks. O que imediatamente também resgata no leitor as memórias afetivas daquela época – quantos anos você tinha quando saiu ‘Crepúsculo’? O que você estava fazendo? Onde morava, quem eram seus amigos, o que você estava sentindo e pensando na época? Para um ano tão difícil como o de 2020, resgatar essas memórias afetivas em milhões de leitores no mundo inteiro é conseguir proporcionar uma onda avassaladora de bem-estar em milhões de pessoas que, como todo mundo, estão precisando muito sentir sentimentos bons.

E então, precisamos falar sobre como Stephenie Meyer construiu essa história, e o porquê de ela fazer TODA a diferença com relação aos outros livros da saga.

Em ‘Sol da Meia-Noite, acima de tudo, não temos APENAS a visão do Edward sobre uma história que já conhecemos. Mais que isso, a história se propõe a apresentar tudo que Edward sentiu e pensou durante o seu primeiro ano com Bella Swan. Isso significa, também, que o livro preenche lacunas que nós nem sabíamos que existiam na saga, mas que, agora, ao sabermos exatamente o que Edward pensou, conseguimos entender por que as coisas aconteceram da forma e no ritmo com que sucederam.

Por exemplo, uma das cenas mais emblemáticas do primeiro filme/livro é a cena em que Edward salva Bella de ser esmagada pela picape que desliza pelo estacionamento da escola. Ter acesso ao dilema que Edward sentiu nesse exato momento – expor suas habilidades para salvar a menina por quem estava apaixonado e, consequentemente, correr o risco de expor sua família e eles terem que se mudar às pressas da cidade ou deixar a menina por quem estava apaixonado ser esmagada por um carro? – e, numa fração de segundos, decidir salvar Bella, faz a gente entender que todas as suas ações – literalmente TODAS – foram SEMPRE pensando na segurança de Bella, ainda que em ‘Crepúsculo’, pelos olhos da protagonista, os leitores não tivessem essa impressão, já que nem ela tinha certeza disso.

Outra diferença muito significativa que ‘Sol da Meia-Noite’ proporciona é que, através dos olhos, do pensamento e dos sentimentos de Edward ao conhecer e desvendar Bella Swan, a protagonista conseguiu ficar muito mais interessante para nós, leitores. Se em ‘Crepúsculo’ os fãs se identificaram com Bella porque ela era uma garota normal, sem nada de extraordinário e que não se interessava por assuntos fúteis, através do olhar de Edward em ‘Sol da Meia-Noite’ o leitor é convidado a se aprofundar na análise da protagonista, e descobrimos diversas qualidades em Bella que em ‘Crepúsculo’ não ficam tão evidente: o quanto ela é altruísta, generosa, que se preocupa com os outros ao seu redor e não se coloca em primeiro lugar nunca. Através de Edward, nos damos conta de que Bella é uma garota boa, e que é a generosidade da alma dela que faz com que ele se apaixone por ela – embora, também pelas palavras dele (vejam só!) ele reconhecesse que Bella não tem lá nada de mais fisicamente que as destacasse das outras humanas.

E é assim o livro todo. Com a narrativa de Edward, os leitores são convidados a se apaixonarem pela jovem Isabella Swan, quinze anos depois. Funciona. As páginas vão virando com a mesma velocidade com que os fãs devoraram os primeiros livros, ainda que todas as cenas de Edward durem muito mais tempo e todas as suas ações sejam muito debatidas. E o final… sim, deixa a gente querendo um novo livro.

Além de uma história arrebatadora que consegue se igualar – talvez até mesmo superar o original – ‘Sol da Meia-Noite’ é um esforço conjunto de amor e trabalho de equipes no mundo inteiro, afinal, o livro foi lançado simultaneamente em diversos países do mundo, incluindo o Brasil. Aqui a editora Intrínseca fez um excelente e hercúleo trabalho em dividir a tradução do livro nas mãos de sete tradutoras competentes: Carolina Rodrigues, Flora Pinheiro, Giu Alonso, Maria Carmelita Dias, Marina Vargas e Viviane Diniz. Essa mulherada não só cumpriu o prazo, como também colocou o coração no trabalho realizado, cientes de que do outro lado estariam fãs que precisavam encontrar uma história impecável. De verdade, não é fácil sincronizar tanta gente, e o resultado é impressionante, sem nenhuma alteração na transição entre uma tradutora e outra. Parabéns.

Mais que apenas mais um livro da saga ‘Crepúsculo’, ‘Sol da Meia-Noite’ é um presente para os fãs em muitos níveis. Além dos motivos já explicados acima, os exemplares brasileiros muitas vezes acompanham um pôster duplo que estampa a famosa cena do casal protagonista na campina, com Edward brilhando, e, do outro lado, a clássica frase que tanto define a saga: “e então o leão se apaixonou pelo cordeiro…”. Acompanha, ainda, um card emocionante com uma mensagem carinhosa de Stephenie Meyer para esse momento de pandemia, em que ela agradece o apoio e pede às crepusculetes (como são conhecidas os e as fãs) que fiquem bem e se cuidem. É de encher os olhos d’água. E se você acha que parou por aí, espere até chegar à última página do livro, na dedicatória, em que lemos como a autora agradece as pessoas que acompanharam (e o passar do tempo) essa jornada de quinze anos, e finaliza com um agradecimento especial aos fãs: “E, finalmente, os leitores que ansiosa e pacientemente esperaram por este livro. Eu nunca o teria terminado sem esse apoio. Você pertence à esta página. Escreva seu nome na linha aqui embaixo e, por favor, comemore”. E vem uma linha para que cada leitor escreva seu nominho, tal como fazíamos na época da escola. Se você não morreu de amores até aqui, este é o momento.

Sol da Meia-Noite’ é um livro zero defeitos, uma das melhores coisas de 2020, que chegou no momento em que as fãs mais precisavam e que conseguiu inundar os corações das fãs novamente com todo o amor que sentiram pela saga. Não é só um presente aos fãs: é uma homenagem, um reconhecimento e um agradecimento em forma do amor do Edward por Bella e por nós. Perfeito!

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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