domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Solteira Quase Surtando – Comédia para ver com as Amigas

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Você já viu esse filme antes, mas esse filme é diferente. Explico: Bia (Mina Nercessian, bastante natural em conduzir a trama como protagonista) é uma jovem de 35 anos super bem-sucedida no trabalho, workaholic pra caramba, que quase não tem tempo pra nada. Ela tem relacionamentos esporádicos com alguns homens, mas nada de compromisso, claro! Um dia, ela se dá conta de que sua menstruação está atrasada e consulta uma ginecologista, que lhe revela duas notícias: a boa é que ela não está grávida; a má, é que ela está entrando numa menopausa precoce e só tem mais 6 meses fértil para engravidar, ou, do contrário, jamais poderá se tornar uma mãe biológica. A partir daí, Bia começa uma corrida para achar o cara perfeito, casar e engravidar – tudo em menos de seis meses.



Como vocês podem ver, essa temática já figurou em outros longas, porém, ‘Solteira Quase Surtando’ tem alguns diferenciais.

O primeiro deles é que, apesar de ser protagonista, Bia não é o único centro da história. O longa encontra espaço para desenvolver a história de Ravi (o engraçado Leandro Lima) – o melhor amigo gay que ainda não se assumiu para a família. Aliás, o núcleo de Ravi e sua família beira o novelão mexicano, e arranca sinceras risadas do público além de, de quebra, ter Stepan Nercessian interpretando seu pai (quando, na vida real, ele é tio de Mina, a protagonista, risos). Destaque também para Letícia Birkheuer, que interpreta uma mãe de família sem maquiagem e de moletom o tempo todo – descontruindo a imagem produzida sobre ela pela própria na mídia.

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Todo filmado no Rio de Janeiro, ‘Solteira Quase Surtando’ traz um frescor veranil para os planos abertos da cidade (Flamengo, Arpoador, Barra da Tijuca), o que contribui para a sensação de leveza e bem-estar do espectador.

O roteiro escrito pela própria Mina Nercessian é bem básico, inspirado em comédias românticas de sucesso conhecidas pelo público (como ‘Minha Vida em Marte’), e fica evidente a preocupação em não usar frases que reforcem o estereótipo – o que é bem legal, principalmente pela temática ser baseada em, bom, estereótipos né. Apesar disso, ele possui furos, com cenas que confundem o espectador e apontam a falta de um trabalho continuísta para ligar a lógica de algumas cenas – e, neste ponto, o trabalho do diretor Caco Souza poderia ter sido um pouquinho mais firme.

Mas ‘Solteira Quase Surtando’ é desses filmes cujo propósito principal é divertir e entreter o grande público, e isso ele consegue. E é também um filme protagonizado por uma mulher e focado no universo feminino, o que também precisa ser apontado, afinal, as maiores bilheterias nacionais dos últimos anos foram de longas com esse foco. Chamem azamiga, que nesse Dia da Mulher tem pré-estreia do filme e com direito a meia entrada para todas as mulheres!

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Você já viu esse filme antes, mas esse filme é diferente. Explico: Bia (Mina Nercessian, bastante natural em conduzir a trama como protagonista) é uma jovem de 35 anos super bem-sucedida no trabalho, workaholic pra caramba, que quase não tem tempo pra nada. Ela tem relacionamentos esporádicos com alguns homens, mas nada de compromisso, claro! Um dia, ela se dá conta de que sua menstruação está atrasada e consulta uma ginecologista, que lhe revela duas notícias: a boa é que ela não está grávida; a má, é que ela está entrando numa menopausa precoce e só tem mais 6 meses fértil para engravidar, ou, do contrário, jamais poderá se tornar uma mãe biológica. A partir daí, Bia começa uma corrida para achar o cara perfeito, casar e engravidar – tudo em menos de seis meses.

Como vocês podem ver, essa temática já figurou em outros longas, porém, ‘Solteira Quase Surtando’ tem alguns diferenciais.

O primeiro deles é que, apesar de ser protagonista, Bia não é o único centro da história. O longa encontra espaço para desenvolver a história de Ravi (o engraçado Leandro Lima) – o melhor amigo gay que ainda não se assumiu para a família. Aliás, o núcleo de Ravi e sua família beira o novelão mexicano, e arranca sinceras risadas do público além de, de quebra, ter Stepan Nercessian interpretando seu pai (quando, na vida real, ele é tio de Mina, a protagonista, risos). Destaque também para Letícia Birkheuer, que interpreta uma mãe de família sem maquiagem e de moletom o tempo todo – descontruindo a imagem produzida sobre ela pela própria na mídia.

Todo filmado no Rio de Janeiro, ‘Solteira Quase Surtando’ traz um frescor veranil para os planos abertos da cidade (Flamengo, Arpoador, Barra da Tijuca), o que contribui para a sensação de leveza e bem-estar do espectador.

O roteiro escrito pela própria Mina Nercessian é bem básico, inspirado em comédias românticas de sucesso conhecidas pelo público (como ‘Minha Vida em Marte’), e fica evidente a preocupação em não usar frases que reforcem o estereótipo – o que é bem legal, principalmente pela temática ser baseada em, bom, estereótipos né. Apesar disso, ele possui furos, com cenas que confundem o espectador e apontam a falta de um trabalho continuísta para ligar a lógica de algumas cenas – e, neste ponto, o trabalho do diretor Caco Souza poderia ter sido um pouquinho mais firme.

Mas ‘Solteira Quase Surtando’ é desses filmes cujo propósito principal é divertir e entreter o grande público, e isso ele consegue. E é também um filme protagonizado por uma mulher e focado no universo feminino, o que também precisa ser apontado, afinal, as maiores bilheterias nacionais dos últimos anos foram de longas com esse foco. Chamem azamiga, que nesse Dia da Mulher tem pré-estreia do filme e com direito a meia entrada para todas as mulheres!

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