quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Sorria – TERROR com Origem no Brasil se torna FENÔMENO de bilheterias

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Todo fã de terror já sabe que quando o calendário vai se aproximando para o final do ano, tanto os cinemas quanto os streamings, mais recentemente, são inundados por produções do gênero favorito, afinal, outubro é o mês do Halloween – e, por isso, filmes e séries que cumprem esse requisito começam a pipocar desde o fim de setembro até o início de novembro. E para começar bem a temporada de 2022, o longa ‘Sorria’ se transformou em um fenômeno de bilheterias.

O terror chegou à casa dos R$ 10 milhões em bilheteria nacional e foi assistido por mais de 600 mil pessoas, em duas semanas de exibição nas salas de cinema de todo o país. O Brasil se consagrou como um dos principais mercados para o longa, ficando atrás apenas de Reino Unido, México, Alemanha, França, Austrália e Espanha. Mundialmente, a bilheteria do filme excedeu o valor de US100 milhões.



Rose Cotter (Sosie Bacon) trabalha como terapeuta em um importante hospital, atendendo a pacientes com distúrbios psiquiátricos, surtos psicóticos, transtornos, etc. Sua rotina segue normalmente até o dia em que a jovem Laura (Caitlin Stasey) é levada ao hospital por conta de um surto pós-traumático, depois que seu professor se suicidou na sua frente. Rose sabe lidar com esse tipo de situação, porém Laura insiste que não tem nenhum transtorno, e que na verdade o que está acontecendo é que uma espécie de entidade ou espírito a está perseguindo, ora transformando-se em pessoas que ela conhece, ora sendo um completo desconhecido, apossando-se do corpo das pessoas, sempre com um sorriso maligno no rosto. Só que no meio da consulta Laura começa a gritar e acaba se matando na frente de Rose. Apesar do choque, a terapeuta acredita que conseguirá seguir adiante com sua vida, entretanto, aos poucos vai ficando bastante evidente que o que quer que estivesse perseguindo sua paciente anteriormente, agora mantém um interesse focado na vida de Rose.

Com pouco menos de duas horas de duração, ‘Sorria’ é uma produção que parece ter dedicado todos os seus esforços no primeiro arco, perdendo um pouco o fôlego à medida que se desenrola. As primeiras cenas demonstram o quanto a câmera holandesa (quando o ângulo da cena vira um pouco de lado ou até mesmo inverte e faz um 180o ou 360o) é importante para o diretor Parker Finn, que não se intimida em iniciar seu filme fazendo bastante uso dessa técnica. Também os efeitos especiais se concentram nessa parte, voltando a reaparecer apenas já no finzinho, o que demonstra um (des)controle da verba da produção – e, ao mesmo tempo, evidencia que se baseará primordialmente na atuação de seu elenco, que não decepciona.

No quesito terror, ‘Sorria’ atende às expectativas. A história vai se construindo previsivelmente, mas de maneira sólida de modo a corroborar sua proposta sem apelar para explicações infundadas. Ainda que o roteiro se livre de elementos sem dar explicações – tipo o noivo da protagonista, vivido por Jessie T. Usher, o A-Train/Trem Bala de ‘The Boys‘ – o que interessa mesmo é se o medo funciona: e sim, funciona. O terror é bem elaborado, com o suspense crescente conforme a personagem vai descobrindo a verdade e uma história que prende a atenção por sua qualidade.

Com um bocado de jump scares e uma história que se origina no Brasil (a primeira morte do sorriso maligno teria sido aqui), ‘Sorria’ é puro entretenimento para os fãs de terror e suspense, abrindo bem o mês mais trevoso do nosso calendário cinéfilo.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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O terror chegou à casa dos R$ 10 milhões em bilheteria nacional e foi assistido por mais de 600 mil pessoas, em duas semanas de exibição nas salas de cinema de todo o país. O Brasil se consagrou como um dos principais mercados para o longa, ficando atrás apenas de Reino Unido, México, Alemanha, França, Austrália e Espanha. Mundialmente, a bilheteria do filme excedeu o valor de US100 milhões.

Rose Cotter (Sosie Bacon) trabalha como terapeuta em um importante hospital, atendendo a pacientes com distúrbios psiquiátricos, surtos psicóticos, transtornos, etc. Sua rotina segue normalmente até o dia em que a jovem Laura (Caitlin Stasey) é levada ao hospital por conta de um surto pós-traumático, depois que seu professor se suicidou na sua frente. Rose sabe lidar com esse tipo de situação, porém Laura insiste que não tem nenhum transtorno, e que na verdade o que está acontecendo é que uma espécie de entidade ou espírito a está perseguindo, ora transformando-se em pessoas que ela conhece, ora sendo um completo desconhecido, apossando-se do corpo das pessoas, sempre com um sorriso maligno no rosto. Só que no meio da consulta Laura começa a gritar e acaba se matando na frente de Rose. Apesar do choque, a terapeuta acredita que conseguirá seguir adiante com sua vida, entretanto, aos poucos vai ficando bastante evidente que o que quer que estivesse perseguindo sua paciente anteriormente, agora mantém um interesse focado na vida de Rose.

Com pouco menos de duas horas de duração, ‘Sorria’ é uma produção que parece ter dedicado todos os seus esforços no primeiro arco, perdendo um pouco o fôlego à medida que se desenrola. As primeiras cenas demonstram o quanto a câmera holandesa (quando o ângulo da cena vira um pouco de lado ou até mesmo inverte e faz um 180o ou 360o) é importante para o diretor Parker Finn, que não se intimida em iniciar seu filme fazendo bastante uso dessa técnica. Também os efeitos especiais se concentram nessa parte, voltando a reaparecer apenas já no finzinho, o que demonstra um (des)controle da verba da produção – e, ao mesmo tempo, evidencia que se baseará primordialmente na atuação de seu elenco, que não decepciona.

No quesito terror, ‘Sorria’ atende às expectativas. A história vai se construindo previsivelmente, mas de maneira sólida de modo a corroborar sua proposta sem apelar para explicações infundadas. Ainda que o roteiro se livre de elementos sem dar explicações – tipo o noivo da protagonista, vivido por Jessie T. Usher, o A-Train/Trem Bala de ‘The Boys‘ – o que interessa mesmo é se o medo funciona: e sim, funciona. O terror é bem elaborado, com o suspense crescente conforme a personagem vai descobrindo a verdade e uma história que prende a atenção por sua qualidade.

Com um bocado de jump scares e uma história que se origina no Brasil (a primeira morte do sorriso maligno teria sido aqui), ‘Sorria’ é puro entretenimento para os fãs de terror e suspense, abrindo bem o mês mais trevoso do nosso calendário cinéfilo.

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