domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | ‘Stranger Things’ 3ª temporada: Épica e bombástica, a melhor de todas

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Que a década de 80 é um dos períodos mais gloriosos e fundamentais da cultura POP, isso é inegável. Desde as ombreiras em blazers texturizados e coloridos, ao Ray-Ban Wayfarer que marca bem os rostos, tudo na década exala uma autenticidade inimaginável e inigualável. Entre as cores neon, os penteados extravagantes e a maquiagem colorida, existe um universo de originalidade que estampa todas as esferas sócio culturais, principalmente do Ocidente. E coroada com bons clássicos contemporâneos, como os filmes de John Hughes, não é difícil compreender o frenesi permanente desse período. E capturando toda essa essência com maestria, a Netflix fez do passado uma coqueluche mundial do presente, trazendo o vigor unapologetic da época para as prateleiras de lojas, em incontáveis produtos licenciados e até mesmo inspirados. E após um longo inverno, eis que estamos de volta com a narrativa espelhada nos filmes de Steven Spielberg, nessa que é a melhor de todas as temporadas de Stranger Things.



Tímida e sorrateiramente, Stranger Things se transformou nesse fenômeno, nos fazendo apaixonar pela trajetória aventureira desse grupo de amigos adolescentes desajustados, que viram suas campanhas de RPG se transformarem em realidade, abrindo um portal (literalmente) para o sobrenatural. E após um 2018 de muito silêncio e poucos detalhes, a produção original da Netflix retomou o seu ritmo como se o tempo sequer tivesse passado, nos trazendo de volta a Hawkins, em uma sucessão eletrizantes de acontecimentos macabros, com novos personagens e novas ameaças. E sabendo exatamente onde querem chegar, os Irmãos Duffer não poupam os corações do público e fazem da terceira temporada a mais sangrenta, insana e caótica de todas.

Rompendo algumas barreiras e honrando a censura de +16, a nova temporada caminha em um ritmo admirável, introduz os novos personagens com leveza e naturalidade e traz substancialidade para todos, explorando cada qual – protagonistas e coadjuvantes – de maneira profunda e pontual, respeitando o timing da narrativa, para que tudo seja orgânico e não pareça fabricado. Esse brilhantismo entrega à audiência um roteiro impecável, inspirado nos clássicos oitentistas de Spielberg e inspirador para aqueles que assistem. Divertida e equilibrada, a nova leva de episódios entende seu variado público, que orbita entre adolescentes, jovens e adultos nascidos e crescidos entre os anos 80 e 90. E por respeitar a época na qual a narrativa se passa, a década em questão é reverenciada a todo momento, em takes que deixam claro a moda vanguardista e peculiar do período, bem como o comportamento dessa geração. Rapidamente, é como se vivêssemos os anos 80 novamente, em uma direção de fotografia que garante toda essa vibe de forma palpável. Uma nostalgia tão real que dá para sentir seu gostinho de perto.

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Com efeitos visuais caprichados e produzidos com extremo realismo, Stranger Things 3 é uma mistura deliciosa de alguns dos aspectos que mais amamos do cinema oitentista. Unindo a ação ao suspense, temperando a trama com pitadas de humor que servem como uma pausa para o fôlego, a série vai ainda mais além naquilo que já havia entregado no passado, nos proporcionando um terror exageradamente sinestésico. Cruzando as fronteiras do thriller, a Netflix conquista o público – como se fosse a primeira vez – por ser visceral nas cenas mais fundamentais, fazendo o sangue escorrer pelas telas, acompanhado de muitas e inesperadas lágrimas em meio a um clímax necessário, mas impensável. Ousada, essa temporada dá trabalho para Eleven (Millie Bobby Brown), que foi levada aos seus limites físicos, mentais e emocionais do primeiro ao oitavo e último episódio.

Com referências da cultura POP da época que ajudam a caracterizar e preparar o mood de todo o ciclo, Stranger Things 3 ainda é uma jukebox visual, trazendo uma trilha sonora que vai de “Material Girl” da Madonna a “Wake Me Up Before You Go-Go” da banda Wham!. Cheias de simbolismos, é notável que as canções foram escolhidas a dedo e justamente por isso são capazes de proporcionar todas as sensações necessárias em cada momento chave da produção, conduzindo a trama de maneira progressiva e envolvente – fazendo dos oito capítulos uma breve jornada diante dos nossos olhos. Esse cuidado se estende também para a trilha original, que vai do synth pop ao ritmo mais chiclete, lembrando em alguns momentos o trabalho feito por Dave Grusin e Jerry Goldsmith nos filmes Os Goonies e Gremlins, respectivamente.

Com um final bombástico que promete deixar muitos fãs inconsoláveis, a série da Netflix se fortalece como uma das melhores coisas da televisão contemporânea. Trazendo uma trama que explora três arcos distintos e os conecta de maneira espetacular – sem deixar furos de roteiro, a terceira temporada traz cliffhangers que vão te fazer rir e chorar simultaneamente, à medida que – sem perceber – te prepara para um encerramento devastador. Com uma cena pós-créditos que mostra um velho conhecido dos nossos protagonistas, Stranger Things 3 finaliza seu ciclo ao som de uma releitura do hino Heroes, de David Bowie, apenas para nos deixar na posição fetal, clamando (a contra gosto) por mais um hiato, só para tentarmos superar tudo o que vimos. Vai ser mais um longo inverno pela frente.

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Que a década de 80 é um dos períodos mais gloriosos e fundamentais da cultura POP, isso é inegável. Desde as ombreiras em blazers texturizados e coloridos, ao Ray-Ban Wayfarer que marca bem os rostos, tudo na década exala uma autenticidade inimaginável e inigualável. Entre as cores neon, os penteados extravagantes e a maquiagem colorida, existe um universo de originalidade que estampa todas as esferas sócio culturais, principalmente do Ocidente. E coroada com bons clássicos contemporâneos, como os filmes de John Hughes, não é difícil compreender o frenesi permanente desse período. E capturando toda essa essência com maestria, a Netflix fez do passado uma coqueluche mundial do presente, trazendo o vigor unapologetic da época para as prateleiras de lojas, em incontáveis produtos licenciados e até mesmo inspirados. E após um longo inverno, eis que estamos de volta com a narrativa espelhada nos filmes de Steven Spielberg, nessa que é a melhor de todas as temporadas de Stranger Things.

Tímida e sorrateiramente, Stranger Things se transformou nesse fenômeno, nos fazendo apaixonar pela trajetória aventureira desse grupo de amigos adolescentes desajustados, que viram suas campanhas de RPG se transformarem em realidade, abrindo um portal (literalmente) para o sobrenatural. E após um 2018 de muito silêncio e poucos detalhes, a produção original da Netflix retomou o seu ritmo como se o tempo sequer tivesse passado, nos trazendo de volta a Hawkins, em uma sucessão eletrizantes de acontecimentos macabros, com novos personagens e novas ameaças. E sabendo exatamente onde querem chegar, os Irmãos Duffer não poupam os corações do público e fazem da terceira temporada a mais sangrenta, insana e caótica de todas.

Rompendo algumas barreiras e honrando a censura de +16, a nova temporada caminha em um ritmo admirável, introduz os novos personagens com leveza e naturalidade e traz substancialidade para todos, explorando cada qual – protagonistas e coadjuvantes – de maneira profunda e pontual, respeitando o timing da narrativa, para que tudo seja orgânico e não pareça fabricado. Esse brilhantismo entrega à audiência um roteiro impecável, inspirado nos clássicos oitentistas de Spielberg e inspirador para aqueles que assistem. Divertida e equilibrada, a nova leva de episódios entende seu variado público, que orbita entre adolescentes, jovens e adultos nascidos e crescidos entre os anos 80 e 90. E por respeitar a época na qual a narrativa se passa, a década em questão é reverenciada a todo momento, em takes que deixam claro a moda vanguardista e peculiar do período, bem como o comportamento dessa geração. Rapidamente, é como se vivêssemos os anos 80 novamente, em uma direção de fotografia que garante toda essa vibe de forma palpável. Uma nostalgia tão real que dá para sentir seu gostinho de perto.

Com efeitos visuais caprichados e produzidos com extremo realismo, Stranger Things 3 é uma mistura deliciosa de alguns dos aspectos que mais amamos do cinema oitentista. Unindo a ação ao suspense, temperando a trama com pitadas de humor que servem como uma pausa para o fôlego, a série vai ainda mais além naquilo que já havia entregado no passado, nos proporcionando um terror exageradamente sinestésico. Cruzando as fronteiras do thriller, a Netflix conquista o público – como se fosse a primeira vez – por ser visceral nas cenas mais fundamentais, fazendo o sangue escorrer pelas telas, acompanhado de muitas e inesperadas lágrimas em meio a um clímax necessário, mas impensável. Ousada, essa temporada dá trabalho para Eleven (Millie Bobby Brown), que foi levada aos seus limites físicos, mentais e emocionais do primeiro ao oitavo e último episódio.

Com referências da cultura POP da época que ajudam a caracterizar e preparar o mood de todo o ciclo, Stranger Things 3 ainda é uma jukebox visual, trazendo uma trilha sonora que vai de “Material Girl” da Madonna a “Wake Me Up Before You Go-Go” da banda Wham!. Cheias de simbolismos, é notável que as canções foram escolhidas a dedo e justamente por isso são capazes de proporcionar todas as sensações necessárias em cada momento chave da produção, conduzindo a trama de maneira progressiva e envolvente – fazendo dos oito capítulos uma breve jornada diante dos nossos olhos. Esse cuidado se estende também para a trilha original, que vai do synth pop ao ritmo mais chiclete, lembrando em alguns momentos o trabalho feito por Dave Grusin e Jerry Goldsmith nos filmes Os Goonies e Gremlins, respectivamente.

Com um final bombástico que promete deixar muitos fãs inconsoláveis, a série da Netflix se fortalece como uma das melhores coisas da televisão contemporânea. Trazendo uma trama que explora três arcos distintos e os conecta de maneira espetacular – sem deixar furos de roteiro, a terceira temporada traz cliffhangers que vão te fazer rir e chorar simultaneamente, à medida que – sem perceber – te prepara para um encerramento devastador. Com uma cena pós-créditos que mostra um velho conhecido dos nossos protagonistas, Stranger Things 3 finaliza seu ciclo ao som de uma releitura do hino Heroes, de David Bowie, apenas para nos deixar na posição fetal, clamando (a contra gosto) por mais um hiato, só para tentarmos superar tudo o que vimos. Vai ser mais um longo inverno pela frente.

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