domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica Sundance | Leap of Faith: William Friedkin on the Exorcist desmistifica os segredos de O Exorcista

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Filme assistido durante o Festival de Sundance 2020

Um dos clássicos irrefutáveis e inegáveis do cinema, O Exorcista tem atravessado as décadas como um dos filmes mais atemporais da história da cinematografia. Brilhante dentro do gênero de terror e implacável como um longa por si só, a obra de William Friedkin determinou os rumos de condução narrativa em se tratando de horror e conseguiu ir além de si mesmo, se imortalizando como uma das produções mais bem feitas das últimas décadas. E mesmo após tanto anos e tantos outros filmes, nada consegue apagar o brilho de ineditismo trazido às telonas pelo cineasta.



E como um bom filme de terror, é natural que sua produção seja cercada por uma carga dramática daquelas que renda bons contos dos bastidores e especulações mirabolantes a respeito de coisas estranhas registradas nos sets de filmagens e possíveis manifestações sobrenaturais. Mas Leap of Faith: William Friedkin on the Exorcist não se trata disso. Deixando o fator obscuro – que chama as atenções do público – de fora da cena, o documentário de Alexandre O. Philippe é de fato a aula de cinema mais econômica que você terá na sua vida inteira. Como um longa que se ajeita confortavelmente no subgênero cinema essay, a produção é realmente um ensaio cinematográfico que explora até a última gota o autor da obra-prima que relata. Aqui, o diretor Friedkin senta diante do público para uma conversa informal (que é quase formal, de tanta substancialidade e conhecimento compartilhado) sobre o que faz de O Exorcista a pura genialidade atemporal que ele é. E essa é aquela aula que você não vai querer perder de jeito nenhum.

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De maneira simples, Leap of Faith é aquele filme que explora as especulações tão propagadas ao redor do mundo desde 1973, ano em que O Exorcista foi lançado nos cinemas. Abordando desde a escolha do livro até mesmo aquela fatídica cena inicial gravada no Iraque e que – aparentemente – parece ter pouca relação com o exorcismo em si, a produção atravessa todos os aspectos do filme, suas questões existenciais, a construção de seus personagens e a tenacidade do diretor em ir a fundo em uma história que fosse essencialmente orgânica do começo ao fim. Como alguém que abre um grandioso e empoeirado baú jamais aberto, ele revela um a um os segredos da produção do filme e como ele foi capaz de extrair da audiência as reações mais pavorosas às cenas de maior impacto de seu filme.

Instintivo que só, William Friedkin acaba se revelando diante da audiência como um cineasta técnico que descobriu-se a partir de seus próprios instintos. Muitas vezes sem os famosos “porquês” que os fãs do filme sempre nutriram ao longo das décadas, ele é categórico em afirmar que alguns dos momentos mais vorazes e viscerais de O Exorcista partiram de uma decisão quase inconsciente. Já outras de fato são fruto de uma tecnicidade impressionante, regadas à referências artísticas do mais alto padrão e complexidade, algumas que nós jamais saberíamos identificar por conta própria. E como um diretor que já possuía uma identidade criativa nascida exatamente dessas referências, ele faz de O Exorcista uma extensão de suas percepções culturais e sociais, nos mostrando um lado do filme de terror que vai muito além dos jumpscares e da fatídica trilha sonora que se harmoniza à toda a narrativa.

Em Leap of Faith: William Friedkin on the Exorcist ainda descobrimos exatamente porque a música tema do longa nasceu daquele jeitinho tão assustador e macabro. Composta por Mike Oldfield, Tubular Bells é uma espécie de canção de ninar com um fator horripilante extra. E o que – inicialmente – poderia parecer inconveniente e pouco assustador, na verdade se transformou em um hino aterrorizante que, inevitavelmente, promove uma associação instantânea aos fatos narrados na trama. E assim segue o documentário, nos surpreendendo gradativamente a cada nova revelação. Fazendo com que o filme ganhe um frescor ainda mais, o longa é uma experiência cinematográfica inesgotável, garantindo a plena sensação de que tivemos a aula de cinema mais rica, com o professor mais experiente que existe.

Apaixonante do começo ao fim e envolvente, Leap of Faith: William Friedkin on the Exorcist nos leva a um universo de redescobertas do clássico de terror. Categórico ao apresentar o filme pela ótica exclusiva de seu criador, o documentário prova que é possível contar uma das histórias mais intrigantes com apenas uma fonte. Nos tomando pela mão em uma aventura que nos fará conhecer O Exorcista para muito além de seus efeitos dramáticos, a produção é uma experiência sinestésica que te deixará salivando para uma vez mais se assustar com esse clássico do terror.

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E como um bom filme de terror, é natural que sua produção seja cercada por uma carga dramática daquelas que renda bons contos dos bastidores e especulações mirabolantes a respeito de coisas estranhas registradas nos sets de filmagens e possíveis manifestações sobrenaturais. Mas Leap of Faith: William Friedkin on the Exorcist não se trata disso. Deixando o fator obscuro – que chama as atenções do público – de fora da cena, o documentário de Alexandre O. Philippe é de fato a aula de cinema mais econômica que você terá na sua vida inteira. Como um longa que se ajeita confortavelmente no subgênero cinema essay, a produção é realmente um ensaio cinematográfico que explora até a última gota o autor da obra-prima que relata. Aqui, o diretor Friedkin senta diante do público para uma conversa informal (que é quase formal, de tanta substancialidade e conhecimento compartilhado) sobre o que faz de O Exorcista a pura genialidade atemporal que ele é. E essa é aquela aula que você não vai querer perder de jeito nenhum.

De maneira simples, Leap of Faith é aquele filme que explora as especulações tão propagadas ao redor do mundo desde 1973, ano em que O Exorcista foi lançado nos cinemas. Abordando desde a escolha do livro até mesmo aquela fatídica cena inicial gravada no Iraque e que – aparentemente – parece ter pouca relação com o exorcismo em si, a produção atravessa todos os aspectos do filme, suas questões existenciais, a construção de seus personagens e a tenacidade do diretor em ir a fundo em uma história que fosse essencialmente orgânica do começo ao fim. Como alguém que abre um grandioso e empoeirado baú jamais aberto, ele revela um a um os segredos da produção do filme e como ele foi capaz de extrair da audiência as reações mais pavorosas às cenas de maior impacto de seu filme.

Instintivo que só, William Friedkin acaba se revelando diante da audiência como um cineasta técnico que descobriu-se a partir de seus próprios instintos. Muitas vezes sem os famosos “porquês” que os fãs do filme sempre nutriram ao longo das décadas, ele é categórico em afirmar que alguns dos momentos mais vorazes e viscerais de O Exorcista partiram de uma decisão quase inconsciente. Já outras de fato são fruto de uma tecnicidade impressionante, regadas à referências artísticas do mais alto padrão e complexidade, algumas que nós jamais saberíamos identificar por conta própria. E como um diretor que já possuía uma identidade criativa nascida exatamente dessas referências, ele faz de O Exorcista uma extensão de suas percepções culturais e sociais, nos mostrando um lado do filme de terror que vai muito além dos jumpscares e da fatídica trilha sonora que se harmoniza à toda a narrativa.

Em Leap of Faith: William Friedkin on the Exorcist ainda descobrimos exatamente porque a música tema do longa nasceu daquele jeitinho tão assustador e macabro. Composta por Mike Oldfield, Tubular Bells é uma espécie de canção de ninar com um fator horripilante extra. E o que – inicialmente – poderia parecer inconveniente e pouco assustador, na verdade se transformou em um hino aterrorizante que, inevitavelmente, promove uma associação instantânea aos fatos narrados na trama. E assim segue o documentário, nos surpreendendo gradativamente a cada nova revelação. Fazendo com que o filme ganhe um frescor ainda mais, o longa é uma experiência cinematográfica inesgotável, garantindo a plena sensação de que tivemos a aula de cinema mais rica, com o professor mais experiente que existe.

Apaixonante do começo ao fim e envolvente, Leap of Faith: William Friedkin on the Exorcist nos leva a um universo de redescobertas do clássico de terror. Categórico ao apresentar o filme pela ótica exclusiva de seu criador, o documentário prova que é possível contar uma das histórias mais intrigantes com apenas uma fonte. Nos tomando pela mão em uma aventura que nos fará conhecer O Exorcista para muito além de seus efeitos dramáticos, a produção é uma experiência sinestésica que te deixará salivando para uma vez mais se assustar com esse clássico do terror.

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