terça-feira , 1 abril , 2025

Crítica | ‘Sunfish (& Other Stories on Green Lake)’ é uma jornada apaixonante sobre a vida, pela ótica de quatro histórias


Filme assistido durante o Festival de Sundance 2025

As águas tranquilas de Green Lake abrigam diversas histórias em seu entorno. Cada qual com suas peculiaridades, elas se tornam a marca de um verão repleto de mudanças e decisões. Da filha pré-adolescente largada na casa dos avó por sua mãe irresponsável à jovem mãe solteira que decide driblar suas frustrações embarcando no sonho maluco de um pescador, esses e outros contos são um olhar curioso e intimista na vida de pessoas comuns e suas realidades pouco ideais. Como um retrato da vida cotidiana que se abriga entre quatro paredes e onde os olhares alheios não alcançam, Sunfish (& Other Stories on Green Lake) nos convida a testemunhar a beleza em meio a contextos imperfeitos.



Das novas e pequenas descobertas da vida ao fortalecimento de vínculos afetivos desgastados pela distância e pelo tempo, a comédia dramática faz do comum algo fascinante e transforma o belíssimo visual do lago em um protagonista e narrador onisciente. Tudo testemunha, das brincadeiras aquáticas de um acampamento de verão a uma linda relação entre irmãs que tocam uma pequena e aconchegante pousada com vista para o lago. Regando todas essas diferentes vivências com suas águas, Green Lake é também mais do que um local agradável para passar a temporada de verão. É de fato um silencioso e confiável guardião de experiências inusitadas que vão transformar a vida de seus protagonistas.

Sunfish Other Stories on Green Lake3
Jim Kaplan and Michela Luci appear in Sunfish (& Other Stories On Green Lake) by Sierra Falconer, an official selection of the 2025 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute | photo by Marcus Patterson.

Fazendo com que Green Lake se torne tão fundamental como as histórias que o cercam, a diretora Sierra Falconer faz de Sunfish (& Other Stories on Green Lake) uma jornada fascinante sobre memórias em fase de construção. Ao nos convidar a conferir esses pequenos mundos ao redor deste belo e pacato lago, ela também nos incentiva a enxergar a beleza da vida pela simplicidade de momentos extraordinários que estão em formação enquanto os testemunhamos. Nos lembrando que os lugares que percorremos criam uma profunda pegada em nossa identidade, a diretora e roteirista transforma seu filme sobre coisas tão comuns em uma apaixonante jornada sobre experiências, relacionamentos, desafios pessoais e descobertas inesperadas.

E à medida em que ciclos se encerram neste verão à beira do lago, famílias se reconectam, crianças se desenvolvem para além de seus talentos musicais e novos amores surgem em meio ao marasmo de uma vida mal planejada. Ambições, desejos, curiosidade e o despertar do novo são as marcas de cada um desses fascinantes contos, que celebram a riqueza infinita existente nessas pequenas e singelas realidades. E abordando questões e dilemas reais, Sunfish (& Other Stories on Green Lake) consegue cruzar as fronteiras do entretenimento, se tornando ainda uma delicada e sensível reflexão sobre como a vida acontece enquanto esperamos por momentos memoráveis.


Sunfish Other Stories on Green Lake2
Tenley Kellogg and Emily Hall appear in Sunfish (& Other Stories On Green Lake) by Sierra Falconer, an official selection of the 2025 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute | photo by Marcus Patterson.

Fazendo da simplicidade seu maior trunfo narrativo, Falconer une quatro histórias bem distintas a partir da excentricidade assombrosa de uma delas e entrega para a audiência um filme diferente, original e até simples – mas dono de uma profundidade inesperada. Explorando a sutileza e as nuances da vida cotidiana que a quietude de Green Lake captura, a produção ainda cativa a riqueza incomensurável da conexão humana em suas diversas formas, tornando esse lago um vasto background para um grupo de personagens em busca de algo muito maior daquilo que lhes fora ofertado.

E conforme acompanhamos suas emblemáticas sagas por esse “algo a mais”, Falconer mostra todo seu talento como uma exímia contadora de histórias, capaz de encontrar diamantes em pequenos instantes da vida compartilhada. Sob uma fotografia bucólica e acalentadora, que se entrega às cores vivas de um local quente, Sunfish (& Other Stories on Green Lake) também deixa suas pegadas em nós – como se fôssemos parte desse pacato verão. Nos arrebatando nos dilemas reais de cada personagem – independência, alegria, empolgação e paixões de verão -, o filme nos transporta para dentro desse belo e pacto universo, onde o extraordinário nasce a partir so comum.

Com cada fragmento desse lago também impactando nossa experiência humana para além de sua 1h30 de duração, o longa faz questão de nos embalar nessas jornadas infinitas, que seguirão adiante para além dos créditos finais, nos deixando à deriva, debaixo de uma enorme curiosidade. Mas com sua cores, texturas e sons ecoando em nossas mentes diante do acender das luzes do cinema, a comédia dramática inaugural de Sierra Falconer cria raízes em nós e se consolida como um brinde aos sonhos vividos em voz alta, aos anseios que nos impulsionam para o novo e à pureza de transformar cada instante em uma linda memória familiar.


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As águas tranquilas de Green Lake abrigam diversas histórias em seu entorno. Cada qual com suas peculiaridades, elas se tornam a marca de um verão repleto de mudanças e decisões. Da filha pré-adolescente largada na casa dos avó por sua mãe irresponsável à jovem mãe solteira que decide driblar suas frustrações embarcando no sonho maluco de um pescador, esses e outros contos são um olhar curioso e intimista na vida de pessoas comuns e suas realidades pouco ideais. Como um retrato da vida cotidiana que se abriga entre quatro paredes e onde os olhares alheios não alcançam, Sunfish (& Other Stories on Green Lake) nos convida a testemunhar a beleza em meio a contextos imperfeitos.

Das novas e pequenas descobertas da vida ao fortalecimento de vínculos afetivos desgastados pela distância e pelo tempo, a comédia dramática faz do comum algo fascinante e transforma o belíssimo visual do lago em um protagonista e narrador onisciente. Tudo testemunha, das brincadeiras aquáticas de um acampamento de verão a uma linda relação entre irmãs que tocam uma pequena e aconchegante pousada com vista para o lago. Regando todas essas diferentes vivências com suas águas, Green Lake é também mais do que um local agradável para passar a temporada de verão. É de fato um silencioso e confiável guardião de experiências inusitadas que vão transformar a vida de seus protagonistas.

Sunfish Other Stories on Green Lake3
Jim Kaplan and Michela Luci appear in Sunfish (& Other Stories On Green Lake) by Sierra Falconer, an official selection of the 2025 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute | photo by Marcus Patterson.

Fazendo com que Green Lake se torne tão fundamental como as histórias que o cercam, a diretora Sierra Falconer faz de Sunfish (& Other Stories on Green Lake) uma jornada fascinante sobre memórias em fase de construção. Ao nos convidar a conferir esses pequenos mundos ao redor deste belo e pacato lago, ela também nos incentiva a enxergar a beleza da vida pela simplicidade de momentos extraordinários que estão em formação enquanto os testemunhamos. Nos lembrando que os lugares que percorremos criam uma profunda pegada em nossa identidade, a diretora e roteirista transforma seu filme sobre coisas tão comuns em uma apaixonante jornada sobre experiências, relacionamentos, desafios pessoais e descobertas inesperadas.

E à medida em que ciclos se encerram neste verão à beira do lago, famílias se reconectam, crianças se desenvolvem para além de seus talentos musicais e novos amores surgem em meio ao marasmo de uma vida mal planejada. Ambições, desejos, curiosidade e o despertar do novo são as marcas de cada um desses fascinantes contos, que celebram a riqueza infinita existente nessas pequenas e singelas realidades. E abordando questões e dilemas reais, Sunfish (& Other Stories on Green Lake) consegue cruzar as fronteiras do entretenimento, se tornando ainda uma delicada e sensível reflexão sobre como a vida acontece enquanto esperamos por momentos memoráveis.

Sunfish Other Stories on Green Lake2
Tenley Kellogg and Emily Hall appear in Sunfish (& Other Stories On Green Lake) by Sierra Falconer, an official selection of the 2025 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute | photo by Marcus Patterson.

Fazendo da simplicidade seu maior trunfo narrativo, Falconer une quatro histórias bem distintas a partir da excentricidade assombrosa de uma delas e entrega para a audiência um filme diferente, original e até simples – mas dono de uma profundidade inesperada. Explorando a sutileza e as nuances da vida cotidiana que a quietude de Green Lake captura, a produção ainda cativa a riqueza incomensurável da conexão humana em suas diversas formas, tornando esse lago um vasto background para um grupo de personagens em busca de algo muito maior daquilo que lhes fora ofertado.

E conforme acompanhamos suas emblemáticas sagas por esse “algo a mais”, Falconer mostra todo seu talento como uma exímia contadora de histórias, capaz de encontrar diamantes em pequenos instantes da vida compartilhada. Sob uma fotografia bucólica e acalentadora, que se entrega às cores vivas de um local quente, Sunfish (& Other Stories on Green Lake) também deixa suas pegadas em nós – como se fôssemos parte desse pacato verão. Nos arrebatando nos dilemas reais de cada personagem – independência, alegria, empolgação e paixões de verão -, o filme nos transporta para dentro desse belo e pacto universo, onde o extraordinário nasce a partir so comum.

Com cada fragmento desse lago também impactando nossa experiência humana para além de sua 1h30 de duração, o longa faz questão de nos embalar nessas jornadas infinitas, que seguirão adiante para além dos créditos finais, nos deixando à deriva, debaixo de uma enorme curiosidade. Mas com sua cores, texturas e sons ecoando em nossas mentes diante do acender das luzes do cinema, a comédia dramática inaugural de Sierra Falconer cria raízes em nós e se consolida como um brinde aos sonhos vividos em voz alta, aos anseios que nos impulsionam para o novo e à pureza de transformar cada instante em uma linda memória familiar.

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