quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | ‘Super Mario Bros. – O Filme’ é um espetáculo visual que encanta pela nostalgia

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Atenção: o filme foi assistido com a dublagem nacional. Dessa forma, o elenco a que o texto se refere é o brasileiro.

Crítica livre de spoilers.



A franquia de games ‘Super Mario’ é uma das mais icônicas de todos os tempos – e seu legado atravessa gerações. Com mais de 380 milhões de cópias vendidas, a saga criada pela Nintendo é automaticamente reconhecida por qualquer um que já tenha ouvido falar dos personagens ou da narrativa presente nos jogos, construindo um sentimento de atemporalidade que, mesmo quase quatro décadas depois de seu lançamento oficial, permanece atual e envolvente. Agora, chegou a hora de revisitarmos esse estonteante e vibrante mundo com a vindoura animação Super Mario Bros – O Filme’, supervisionado pela Universal Pictures e que, grosso modo, é um espetáculo nostálgico e recheado de ação.

Funcionando como uma espécie de história de origem para as aventuras que os memoráveis irmãos vivem nos games, o longa-metragem comandado por Aaron Horvath e Michael Jelenic nos transporta, a princípio, para a caótica Nova York. Depois de abandonarem o emprego que tinha, Mario (Raphael Rossatto) e Luigi (Manolo Rey) tentam deixar sua marca no mundo e lançam-se como os melhores encanadores da cidade. Todavia, por mais persistentes e hábeis que sejam, as coisas não saem como o planejado e colocam um ponto de interrogação sobre o futuro da dupla na profissão. Isso é, até eles serem arrastados para um universo recheado de criaturas mágicas e perigos inimagináveis e descobrirem que precisam ajudar um ao outro se quiserem voltar para casa – ou se verem novamente.

Quando Luigi vai parar no aterrorizante Reino Sombrio, comandado pelo temível Bowser (Marcio Dondi), cabe a Mario reunir a força e a coragem necessárias para convencer a Princesa Peach (Carina Eiras), do Reino dos Cogumelos, a ajudá-lo a resgatar o irmão. Em troca, Mario irá auxiliá-la na luta contra Bowser em seus asseclas, protegendo os reinos da total destruição. E é a partir daí que a narrativa principal, aos moldes de clássicos filmes de aventura fantástica, se desenrola; no final das contas, à medida que somos convidados a explorar esse cosmos inenarrável, somos envolvidos em um festival de cores, luzes e um banho de saudosismo que nos impede de desviar os olhos das telonas e que nos deixa ansiando por mais capítulos – algo que, considerando o sucesso que o filme deve fazer logo em sua abertura, pode se concretizar antes do imaginado.

Partindo de uma premissa simples, familiar e bastante funcional, a ideia por trás da obra não é reinventar a roda, e sim construir um território nostálgico o suficiente para angariar os fãs de longa data dos games, mas sucinto o bastante para que a nova geração, talvez alheia às múltiplas histórias envolvendo Mario e sua turma, possa se apaixonar da mesma maneira que nos apaixonamos no passado. Entretanto, é preciso comentar sobre o atropelado ato de abertura, que se apressa demais em apresentar muitas informações e se torna cansativo depois de alguns minutos; não obstante os deslizes iniciais, o roteiro de Matthew Fogel engata assim que percebemos em que direção o enredo seguirá, nos deixando animados com os capítulos subsequentes e de que forma o final feliz virá para os heróis.

Era questão de tempo até confirmarmos a presença quase infinita de easter eggs que, ainda que a falta de conhecimento deles não interfira na compreensão da narrativa, são sempre bem-vindos. Mais do que isso, temos inúmeras personagens, vilanescos ou bondosos, que nos agraciam com quebras de expectativa ou arcos bem delineados – como, por exemplo, Toad (Eduardo Drummond) e Donkey Kong (Pedro Azevedo), ambos de extrema importância para a conclusão das tramas. Além disso, é notável o cuidado que o time criativo carrega para garantir uma experiência completa por parte dos espectadores, nos guiando em uma “jornada do herói” que pode ser explorada ad nauseam. Mesmo as tiradas mais formulaicas, como a batalha final ou as pontuais reviravoltas, são práticas e têm uma finalidade concreta.

Outro aspecto a ser mencionado é a trilha sonora assinada por Brian Tyler e Koji Kondo. Kondo é o artista que criou a música original dos jogos e, aliando-se a Tyler, o escopo computadorizado transforma-se em uma aventura orquestral que faz ótimo uso de elementos clássicos e contemporâneos, afastando-se da comum cisão entre as duas vertentes para consagrar-se em algo inesperado, tocante e aplaudível. E preciso comentar a aparição de canções como “Holding Out for a Hero”, de Bonnie Tyler, e de “Take on Me”, da banda a-ha, como as cerejas do bolo.

Super Mario Bros – O Filme’ pode não ser perfeito, mas certamente vale o ingresso. Servindo como uma carta de amor à saga da Nintendo e um presente para os fãs e os não-fãs, o resultado é aprazível em sua completude e, como já mencionado, nos deixa ansiosos para o que pode estar guardado na manga – e se o filme pode ser o capítulo de estreia de uma franquia cinematográfica de grande sucesso.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Funcionando como uma espécie de história de origem para as aventuras que os memoráveis irmãos vivem nos games, o longa-metragem comandado por Aaron Horvath e Michael Jelenic nos transporta, a princípio, para a caótica Nova York. Depois de abandonarem o emprego que tinha, Mario (Raphael Rossatto) e Luigi (Manolo Rey) tentam deixar sua marca no mundo e lançam-se como os melhores encanadores da cidade. Todavia, por mais persistentes e hábeis que sejam, as coisas não saem como o planejado e colocam um ponto de interrogação sobre o futuro da dupla na profissão. Isso é, até eles serem arrastados para um universo recheado de criaturas mágicas e perigos inimagináveis e descobrirem que precisam ajudar um ao outro se quiserem voltar para casa – ou se verem novamente.

Quando Luigi vai parar no aterrorizante Reino Sombrio, comandado pelo temível Bowser (Marcio Dondi), cabe a Mario reunir a força e a coragem necessárias para convencer a Princesa Peach (Carina Eiras), do Reino dos Cogumelos, a ajudá-lo a resgatar o irmão. Em troca, Mario irá auxiliá-la na luta contra Bowser em seus asseclas, protegendo os reinos da total destruição. E é a partir daí que a narrativa principal, aos moldes de clássicos filmes de aventura fantástica, se desenrola; no final das contas, à medida que somos convidados a explorar esse cosmos inenarrável, somos envolvidos em um festival de cores, luzes e um banho de saudosismo que nos impede de desviar os olhos das telonas e que nos deixa ansiando por mais capítulos – algo que, considerando o sucesso que o filme deve fazer logo em sua abertura, pode se concretizar antes do imaginado.

Partindo de uma premissa simples, familiar e bastante funcional, a ideia por trás da obra não é reinventar a roda, e sim construir um território nostálgico o suficiente para angariar os fãs de longa data dos games, mas sucinto o bastante para que a nova geração, talvez alheia às múltiplas histórias envolvendo Mario e sua turma, possa se apaixonar da mesma maneira que nos apaixonamos no passado. Entretanto, é preciso comentar sobre o atropelado ato de abertura, que se apressa demais em apresentar muitas informações e se torna cansativo depois de alguns minutos; não obstante os deslizes iniciais, o roteiro de Matthew Fogel engata assim que percebemos em que direção o enredo seguirá, nos deixando animados com os capítulos subsequentes e de que forma o final feliz virá para os heróis.

Era questão de tempo até confirmarmos a presença quase infinita de easter eggs que, ainda que a falta de conhecimento deles não interfira na compreensão da narrativa, são sempre bem-vindos. Mais do que isso, temos inúmeras personagens, vilanescos ou bondosos, que nos agraciam com quebras de expectativa ou arcos bem delineados – como, por exemplo, Toad (Eduardo Drummond) e Donkey Kong (Pedro Azevedo), ambos de extrema importância para a conclusão das tramas. Além disso, é notável o cuidado que o time criativo carrega para garantir uma experiência completa por parte dos espectadores, nos guiando em uma “jornada do herói” que pode ser explorada ad nauseam. Mesmo as tiradas mais formulaicas, como a batalha final ou as pontuais reviravoltas, são práticas e têm uma finalidade concreta.

Outro aspecto a ser mencionado é a trilha sonora assinada por Brian Tyler e Koji Kondo. Kondo é o artista que criou a música original dos jogos e, aliando-se a Tyler, o escopo computadorizado transforma-se em uma aventura orquestral que faz ótimo uso de elementos clássicos e contemporâneos, afastando-se da comum cisão entre as duas vertentes para consagrar-se em algo inesperado, tocante e aplaudível. E preciso comentar a aparição de canções como “Holding Out for a Hero”, de Bonnie Tyler, e de “Take on Me”, da banda a-ha, como as cerejas do bolo.

Super Mario Bros – O Filme’ pode não ser perfeito, mas certamente vale o ingresso. Servindo como uma carta de amor à saga da Nintendo e um presente para os fãs e os não-fãs, o resultado é aprazível em sua completude e, como já mencionado, nos deixa ansiosos para o que pode estar guardado na manga – e se o filme pode ser o capítulo de estreia de uma franquia cinematográfica de grande sucesso.

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