quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Sydney Sweeney e Glen Powell BRILHAM na divertida comédia romântica ‘Todos Menos Você’

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Comédias românticas costumam ter um apreço significativo por parte dos cinéfilos e, mesmo que esbarrem em inúmeras fórmulas e clichês conhecidos do gênero – como o amor à primeira vista, o desentendimento entre amantes e o espetacular final feliz -, tais produções sempre têm a capacidade de entregar uma narrativa divertida, despretensiosa e, dentro de seus limites, bastante satisfatória. E é exatamente isso o que acontece com a mais recente entrada desse açucarado universo, ‘Todos Menos Você’: estrelado por Sydney Sweeney e Glen Powell, a produção se consagra como uma leve incursão recheada de convencionalismos criativos e que é movida pela exuberante química entre o casal protagonista – e que deve agradar a todos os fãs desse tipo de enredo.

Na trama, Bea (Sweeney), uma estudante de direito, acaba cruzando caminho com o charmoso Ben (Powell), um funcionário do conglomerado monetário da Goldman Sachs, da maneira mais inesperada possível: ela precisa desesperadamente usar o banheiro de uma cafeteria que apenas dá a chave de acesso aos clientes e, vendo o desespero da jovem, Ben finge que é marido dela para ajudá-la. Pouco depois, eles saem em um encontro recheado de risadas, passando a noite juntos até que, de forma abrupta, eles colocam um ponto final no que poderia ser o início de um relacionamento muito saudável e verdadeiro. Acreditando que não iriam mais se reencontrar, o mundo dos dois vira de ponta cabeça quando descobrem que a irmã de Bea, Halle (Hadley Robinson), está noiva da melhor amiga de Ben, Claudia (Alexandra Shipp) – e que eles deverão tentar conviver da forma mais amigável possível durante a cerimônia, que acontecerá na Austrália.



É notável como o diretor Will Gluck, que também assina o roteiro ao lado de Ilana Wolpert, é aproveitar-se da temática do subgênero enemies-to-lovers ao máximo que conseguir. Logo, é natural que tenhamos cenas quase fantasiosas das empreitadas vividas por Ben e Bea, seja colocando fogo em uma decoração floral nas comemorações pré-matrimoniais, seja em uma hilária trilha pela floresta local. Mas as coisas tomam um rumo ainda mais imprevisível quando os dois descobrem que seus amigos e familiares estão tentando juntá-los de uma vez por todas; é a partir daí que ambos mergulham em uma farsa para livrarem-se, ao menos por aquele final de semana, de um estresse emocional crescente (até mesmo quando o ex-noivo de Bea e a ex-namorada de Ben resolvem dar as caras).

A ideia do filme não é apresentar quaisquer escopos inovadores ao gênero, e sim focar em uma atmosfera escapista, cômica e muito envolvente que nos traga prazer a satisfação ao longo de uma hora e quarenta minutos. Porém, nada disso seria possível sem um elenco de peso e sem a vibrante química entre Sweeney e Powell – que parecem não ter dificuldades em criarem os laços entre seus personagens e movem-se pela história com fluidez invejável. E, enquanto a dupla rouba os holofotes, temos a presença memorável de um time de atores coadjuvantes que inclui Shipp, Robinson, Dermot Mulroney, Rachel Griffiths, GaTa, Darren Barnet e vários outros (todos trabalhando dentro de seus arquétipos de rom-com, ou seja, em submissão ao arco que se desenrola entre Ben e Bea).

Um dos aspectos mais interessantes do projeto é de que forma Gluck se mantém fiel a outras incursões de sua carreira. Afinal, a narrativa é inspirada na clássica peça ‘Muito Barulho por Nada’, de William Shakespeare (uma das primeiras histórias a tratar do tema enemies-to-lovers), ganhando uma roupagem moderna da mesma forma que o cineasta fez com A Mentira, com Emma Stone (baseando-se em ‘A Letra Escarlate’, de Nathaniel Hawthorne). E, por mais que o filme de 2010 tenha alcançado um sucesso inimaginável e se transformado em um clássico teen instantâneo, há um certo comprometimento de Gluck e de Wolpert em recuperar uma graciosidade que, por vezes, é tudo o que queremos ver.

Não há muito o que dizer sobre a estética do longa – temos uma fotografia contrastante entre a sobriedade do cenário urbano e da melancolia raivosa que abate sobre os personagens após o desentendimento e o panfletarismo colorido da costa australiana, cujos tons de verde, azul e amarelo gritam e premeditam os inúmeros eventos que irão reunir os protagonistas no aguardado enlace romântico. Além disso, somos convidados a desfrutar da espetacularização do grand finale, em que Ben, percebendo que está apaixonado por Bea, cria uma artimanha para encontrá-la na Ópera de Sidney voando em um helicóptero da Guarda Costeira (e, é claro, uma música chiclete que com certeza fará parte da playlist de vários espectadores).

Se você procura algo novo, ‘Todos Menos Você’ com certeza não é a pedida certa para ver nos cinemas; todavia, se você quer se esquecer dos problemas e, com sorte, ter a esperança de encontrar um amor por aí, o filme é a melhor escolha para este próximo final de semana, entregando uma jornada escapista bastante aprazível e, de fato, muito picante.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Na trama, Bea (Sweeney), uma estudante de direito, acaba cruzando caminho com o charmoso Ben (Powell), um funcionário do conglomerado monetário da Goldman Sachs, da maneira mais inesperada possível: ela precisa desesperadamente usar o banheiro de uma cafeteria que apenas dá a chave de acesso aos clientes e, vendo o desespero da jovem, Ben finge que é marido dela para ajudá-la. Pouco depois, eles saem em um encontro recheado de risadas, passando a noite juntos até que, de forma abrupta, eles colocam um ponto final no que poderia ser o início de um relacionamento muito saudável e verdadeiro. Acreditando que não iriam mais se reencontrar, o mundo dos dois vira de ponta cabeça quando descobrem que a irmã de Bea, Halle (Hadley Robinson), está noiva da melhor amiga de Ben, Claudia (Alexandra Shipp) – e que eles deverão tentar conviver da forma mais amigável possível durante a cerimônia, que acontecerá na Austrália.

É notável como o diretor Will Gluck, que também assina o roteiro ao lado de Ilana Wolpert, é aproveitar-se da temática do subgênero enemies-to-lovers ao máximo que conseguir. Logo, é natural que tenhamos cenas quase fantasiosas das empreitadas vividas por Ben e Bea, seja colocando fogo em uma decoração floral nas comemorações pré-matrimoniais, seja em uma hilária trilha pela floresta local. Mas as coisas tomam um rumo ainda mais imprevisível quando os dois descobrem que seus amigos e familiares estão tentando juntá-los de uma vez por todas; é a partir daí que ambos mergulham em uma farsa para livrarem-se, ao menos por aquele final de semana, de um estresse emocional crescente (até mesmo quando o ex-noivo de Bea e a ex-namorada de Ben resolvem dar as caras).

A ideia do filme não é apresentar quaisquer escopos inovadores ao gênero, e sim focar em uma atmosfera escapista, cômica e muito envolvente que nos traga prazer a satisfação ao longo de uma hora e quarenta minutos. Porém, nada disso seria possível sem um elenco de peso e sem a vibrante química entre Sweeney e Powell – que parecem não ter dificuldades em criarem os laços entre seus personagens e movem-se pela história com fluidez invejável. E, enquanto a dupla rouba os holofotes, temos a presença memorável de um time de atores coadjuvantes que inclui Shipp, Robinson, Dermot Mulroney, Rachel Griffiths, GaTa, Darren Barnet e vários outros (todos trabalhando dentro de seus arquétipos de rom-com, ou seja, em submissão ao arco que se desenrola entre Ben e Bea).

Um dos aspectos mais interessantes do projeto é de que forma Gluck se mantém fiel a outras incursões de sua carreira. Afinal, a narrativa é inspirada na clássica peça ‘Muito Barulho por Nada’, de William Shakespeare (uma das primeiras histórias a tratar do tema enemies-to-lovers), ganhando uma roupagem moderna da mesma forma que o cineasta fez com A Mentira, com Emma Stone (baseando-se em ‘A Letra Escarlate’, de Nathaniel Hawthorne). E, por mais que o filme de 2010 tenha alcançado um sucesso inimaginável e se transformado em um clássico teen instantâneo, há um certo comprometimento de Gluck e de Wolpert em recuperar uma graciosidade que, por vezes, é tudo o que queremos ver.

Não há muito o que dizer sobre a estética do longa – temos uma fotografia contrastante entre a sobriedade do cenário urbano e da melancolia raivosa que abate sobre os personagens após o desentendimento e o panfletarismo colorido da costa australiana, cujos tons de verde, azul e amarelo gritam e premeditam os inúmeros eventos que irão reunir os protagonistas no aguardado enlace romântico. Além disso, somos convidados a desfrutar da espetacularização do grand finale, em que Ben, percebendo que está apaixonado por Bea, cria uma artimanha para encontrá-la na Ópera de Sidney voando em um helicóptero da Guarda Costeira (e, é claro, uma música chiclete que com certeza fará parte da playlist de vários espectadores).

Se você procura algo novo, ‘Todos Menos Você’ com certeza não é a pedida certa para ver nos cinemas; todavia, se você quer se esquecer dos problemas e, com sorte, ter a esperança de encontrar um amor por aí, o filme é a melhor escolha para este próximo final de semana, entregando uma jornada escapista bastante aprazível e, de fato, muito picante.

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