sábado , 2 novembro , 2024

Crítica | Tempestade: Planeta em Fúria – Filme Catástrofe que Já Vimos Antes

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O Dia Depois do Impacto Profundo

A maioria dos jovens cinéfilos têm O Dia Depois de Amanhã (2004) como referência de cinema catástrofe. Eu, como representante de uma geração anterior, fui ao cinema na adolescência assistir ao duelo de vulcões em 1997 (O Inferno de Dante e Volcano – A Fúria), e o de meteoros em 1998 (Impacto Profundo e Armageddon). A verdade é que cinema catástrofe teve seu alicerce construído na década de 1970, com produções como Aeroporto (1970), Inferno na Torre (1974) e Terremoto (1974) – cuja proposta era sempre rechear o elenco com grandes nomes do passado e presente, dar-lhes um desafio catastrófico a ser superado e matar metade dos personagens antes da conclusão.

Pulamos para 2017, e os moldes do cinema catástrofe seguem os mesmos, tendo como única diferença a ameaça (mais atual) a ser combatida. Embora qualquer trama para este tipo de filme seja válida e continue sendo usada (a Falha de San Andreas que o diga), existe uma real preocupação com o aquecimento global e as constantes e erráticas mudanças climáticas de nosso planeta. E não são apenas os documentários de Al Gore que apontam isso, o cinema pipoca segue usando o tema como pano de fundo para seu roteiro de entretenimento.

No roteiro e direção, um verdadeiro especialista no subgênero. Dean Devlin foi parceiro profissional e pessoal do diretor Roland Emmerich, e produtor da maioria de seus filmes, vide Independence Day (1996) e Godzilla (1998). Agora, Devlin mostra que também entende do riscado, estreando na direção de um blockbusters e realizando sua própria versão de O Dia Depois de Amanhã, o qual não produziu para o colega.

A esta altura vale dizer também que filmes como este soam quase como paródia de si mesmos e do gênero. Nunca esqueço a sátira do humorista Mike Myers que foi ao ar no MTV Movie Awards de 1997 (ou 1998), e apresentava o filme catástrofe fictício ‘Geada’. Pronto, este tipo de filme nunca mais seria levado a sério, ao menos não da forma pré-estabelecida na qual ainda são feitos.

Na trama, Gerard Butler interpreta um cientista que desenvolveu a tecnologia para pôr fim no aquecimento global. Ela funciona na forma de satélites enviados para a atmosfera da Terra, capazes de controlar o clima e detectar qualquer anomalia. Além de enfrentar a fúria do governo americano, que deseja controlar sua invenção, o sujeito ainda precisa lidar com o possível caso de sabotagem, vindo de dentro de sua própria equipe e que pode chegar a uma conspiração bem maior que todos imaginam.

A suspeita aponta para falha humana proposital, que resulta em milhares de mortes em diversos continentes, quando o meio ambiente enlouquece e começa a funcionar contra nós. Assim, temos as cenas que levam o público aos cinemas, CGI descarado produzido em telas verdes que a garotada adora. Ondas gigantes destruindo cidades (nada que não tenhamos visto em Impacto Profundo e O Dia Depois de Amanhã), como o Rio de Janeiro (aonde uma jovem de biquíni se comporta como uma verdadeira super-heroína numa das melhores e mais divertidas cenas do longa). Desertos no Oriente Médio congelam. Cidades geralmente frias no Japão experimentam um verdadeiro inferno. E por aí vai.

Também nem é preciso dizer que Tempestade: Planeta em Fúria funciona melhor (ou talvez só funcione assim) se na entrada da sala, ao pegarem os óculos 3D (assistimos a exibição para a imprensa normal), deixarem também os cérebros e ligarem o modo “diversão acima de tudo” de suas mentes e coração. Neste quesito o filme guarda algumas cenas de adrenalina e perseguição, em especial uma que envolve Butler e um satélite com defeito dentro da estação espacial, outra com Butler no espaço a la Gravidade (2013), uma cena de perseguição de carro com Abbie Cornish e Jim Sturgees, e outra com Daniel Wu.

O elenco traz ainda as presenças de Andy Garcia como o presidente norte-americano, Ed Harris como o vice, mas os destaques ficam com Alexandra Maria Lara na pele da astronauta líder da equipe e a ultra carismática Zazie Beetz (a Domino de Deadpool 2) – quem dera o filme fosse focado nela.

Cada geração tem sua leva de cinema catástrofe. Pessoalmente, Terremoto: A Falha de San Andreas (2015) consegue entreter mais e é maior no quesito adrenalina. Apesar de muitas similaridades estruturais, algo me diz que esta geração sai perdendo.

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A maioria dos jovens cinéfilos têm O Dia Depois de Amanhã (2004) como referência de cinema catástrofe. Eu, como representante de uma geração anterior, fui ao cinema na adolescência assistir ao duelo de vulcões em 1997 (O Inferno de Dante e Volcano – A Fúria), e o de meteoros em 1998 (Impacto Profundo e Armageddon). A verdade é que cinema catástrofe teve seu alicerce construído na década de 1970, com produções como Aeroporto (1970), Inferno na Torre (1974) e Terremoto (1974) – cuja proposta era sempre rechear o elenco com grandes nomes do passado e presente, dar-lhes um desafio catastrófico a ser superado e matar metade dos personagens antes da conclusão.

Pulamos para 2017, e os moldes do cinema catástrofe seguem os mesmos, tendo como única diferença a ameaça (mais atual) a ser combatida. Embora qualquer trama para este tipo de filme seja válida e continue sendo usada (a Falha de San Andreas que o diga), existe uma real preocupação com o aquecimento global e as constantes e erráticas mudanças climáticas de nosso planeta. E não são apenas os documentários de Al Gore que apontam isso, o cinema pipoca segue usando o tema como pano de fundo para seu roteiro de entretenimento.

No roteiro e direção, um verdadeiro especialista no subgênero. Dean Devlin foi parceiro profissional e pessoal do diretor Roland Emmerich, e produtor da maioria de seus filmes, vide Independence Day (1996) e Godzilla (1998). Agora, Devlin mostra que também entende do riscado, estreando na direção de um blockbusters e realizando sua própria versão de O Dia Depois de Amanhã, o qual não produziu para o colega.

A esta altura vale dizer também que filmes como este soam quase como paródia de si mesmos e do gênero. Nunca esqueço a sátira do humorista Mike Myers que foi ao ar no MTV Movie Awards de 1997 (ou 1998), e apresentava o filme catástrofe fictício ‘Geada’. Pronto, este tipo de filme nunca mais seria levado a sério, ao menos não da forma pré-estabelecida na qual ainda são feitos.

Na trama, Gerard Butler interpreta um cientista que desenvolveu a tecnologia para pôr fim no aquecimento global. Ela funciona na forma de satélites enviados para a atmosfera da Terra, capazes de controlar o clima e detectar qualquer anomalia. Além de enfrentar a fúria do governo americano, que deseja controlar sua invenção, o sujeito ainda precisa lidar com o possível caso de sabotagem, vindo de dentro de sua própria equipe e que pode chegar a uma conspiração bem maior que todos imaginam.

A suspeita aponta para falha humana proposital, que resulta em milhares de mortes em diversos continentes, quando o meio ambiente enlouquece e começa a funcionar contra nós. Assim, temos as cenas que levam o público aos cinemas, CGI descarado produzido em telas verdes que a garotada adora. Ondas gigantes destruindo cidades (nada que não tenhamos visto em Impacto Profundo e O Dia Depois de Amanhã), como o Rio de Janeiro (aonde uma jovem de biquíni se comporta como uma verdadeira super-heroína numa das melhores e mais divertidas cenas do longa). Desertos no Oriente Médio congelam. Cidades geralmente frias no Japão experimentam um verdadeiro inferno. E por aí vai.

Também nem é preciso dizer que Tempestade: Planeta em Fúria funciona melhor (ou talvez só funcione assim) se na entrada da sala, ao pegarem os óculos 3D (assistimos a exibição para a imprensa normal), deixarem também os cérebros e ligarem o modo “diversão acima de tudo” de suas mentes e coração. Neste quesito o filme guarda algumas cenas de adrenalina e perseguição, em especial uma que envolve Butler e um satélite com defeito dentro da estação espacial, outra com Butler no espaço a la Gravidade (2013), uma cena de perseguição de carro com Abbie Cornish e Jim Sturgees, e outra com Daniel Wu.

O elenco traz ainda as presenças de Andy Garcia como o presidente norte-americano, Ed Harris como o vice, mas os destaques ficam com Alexandra Maria Lara na pele da astronauta líder da equipe e a ultra carismática Zazie Beetz (a Domino de Deadpool 2) – quem dera o filme fosse focado nela.

Cada geração tem sua leva de cinema catástrofe. Pessoalmente, Terremoto: A Falha de San Andreas (2015) consegue entreter mais e é maior no quesito adrenalina. Apesar de muitas similaridades estruturais, algo me diz que esta geração sai perdendo.

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