sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | The Blackening – Divertido Filme lançado no Prime Video Satiriza Filmes de TERROR

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Os primeiros anos do novo milênio foram marcados por um gênero cinematográfico que acabou fazendo muito sucesso com o público: a sátira. Filmes como “Todo Mundo em Pânico” e “O Império (do Besteirol) Contra-Ataca” levou milhares de pessoas ao cinema – em sua maioria, jovens adolescentes – e às locadoras. Isso acontecia porque a proposta da sátira combinava com o que estava sendo oferecido na época, com muitos lançamentos de filmes de terror e suspense com protagonismo juvenil.

Porém, os filmes de terror lançados nas últimas décadas do século XIX e do início do milênio possuem em comum uma característica que, na década atual, se tornou motivo de crítica: o fato da quase inexistência de atores pretos nos filmes de terror e, quando havia, eram sempre os primeiros a morrer.



A partir dessa crítica, os novos filmes de terror, em sua maioria, começaram a repensar seus roteiros, e justamente esse ponto acabou inspirando o longa “The Blackening”, lançamento recente da Prime Video já disponível aos assinantes.

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Para comemorarem dez anos de suas formaturas na faculdade os amigos Allison (Grace Byers), Clifton (Jermaine Fowler), King (Melvin Gregg), Shanika (X Mayo), Dewayne (Dewayne Perkins, hilário em sua performance), Lisa (Antoinette Robertson), Nmandi (Sinqua Walls), Shawn (Jay Pharaoh) e Morgan (Yvonne Orji) decidem alugar uma cabana no meio da floresta para passarem juntos o feriado chamado de Juneeth – uma data para celebrar a emancipação da população preta estadunidense e valorização de suas raízes.

Era para ser dias de diversão entre amigos, porém a casa os obriga a jogar um jogo extremamente racista no qual devem provar o quanto sabem da história e da cultura preta daquele país, ou, do contrário, eles morrerão um após o outro. Para sobreviver, muitas verdades e segredos do passado virão à tona, o que abalará a amizade entre eles.

Em pouco mais de uma hora e meia de duração ‘The Blackening’ busca equilibrar a sátira, os elementos de terror, a crítica social e a reparação racial. Partindo de uma premissa interessantíssima e provocadora – num filme de terror em que o elenco todo é preto, não tem como todos eles morrerem primeiro – o filme de Tim Story (que dirigiu o filme do ‘Quarteto Fantástico’) diverte e ao mesmo tempo faz uma aberta crítica à própria indústria do cinema, pela forma como os filmes de terror construíram um viés racista ao não darem protagonismo ou heroísmo aos personagens pretos, especialmente os filmes de terror estilo slasher.

Para tal, o roteiro de Tracy Oliver e Dewayne Perkins tem que partir de evidenciações racistas que vão gerar incômodo logo de cara, para, a partir daí, mostrar as reações (e consequentemente as soluções) desses episódios pelo ponto de vista das pessoas pretas. Todo o mote é construído na base do humor e da descontração, deixando os personagens donos de suas ações.

Tal qual os filmes de terror e as sátiras de terror, em ‘The Blackening’ o que mais vale é a ideia e o desenvolvimento, com um final que dá a sensação de que poderia ter sido melhor. Mesmo assim, é um filme que faz rir tal qual os clássicos pop de início de milênio.

Antoinette Robertson as Lisa in The Blackening. Photo Credit: Glen Wilson
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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Os primeiros anos do novo milênio foram marcados por um gênero cinematográfico que acabou fazendo muito sucesso com o público: a sátira. Filmes como “Todo Mundo em Pânico” e “O Império (do Besteirol) Contra-Ataca” levou milhares de pessoas ao cinema – em sua maioria, jovens adolescentes – e às locadoras. Isso acontecia porque a proposta da sátira combinava com o que estava sendo oferecido na época, com muitos lançamentos de filmes de terror e suspense com protagonismo juvenil.

Porém, os filmes de terror lançados nas últimas décadas do século XIX e do início do milênio possuem em comum uma característica que, na década atual, se tornou motivo de crítica: o fato da quase inexistência de atores pretos nos filmes de terror e, quando havia, eram sempre os primeiros a morrer.

A partir dessa crítica, os novos filmes de terror, em sua maioria, começaram a repensar seus roteiros, e justamente esse ponto acabou inspirando o longa “The Blackening”, lançamento recente da Prime Video já disponível aos assinantes.

Para comemorarem dez anos de suas formaturas na faculdade os amigos Allison (Grace Byers), Clifton (Jermaine Fowler), King (Melvin Gregg), Shanika (X Mayo), Dewayne (Dewayne Perkins, hilário em sua performance), Lisa (Antoinette Robertson), Nmandi (Sinqua Walls), Shawn (Jay Pharaoh) e Morgan (Yvonne Orji) decidem alugar uma cabana no meio da floresta para passarem juntos o feriado chamado de Juneeth – uma data para celebrar a emancipação da população preta estadunidense e valorização de suas raízes.

Era para ser dias de diversão entre amigos, porém a casa os obriga a jogar um jogo extremamente racista no qual devem provar o quanto sabem da história e da cultura preta daquele país, ou, do contrário, eles morrerão um após o outro. Para sobreviver, muitas verdades e segredos do passado virão à tona, o que abalará a amizade entre eles.

Em pouco mais de uma hora e meia de duração ‘The Blackening’ busca equilibrar a sátira, os elementos de terror, a crítica social e a reparação racial. Partindo de uma premissa interessantíssima e provocadora – num filme de terror em que o elenco todo é preto, não tem como todos eles morrerem primeiro – o filme de Tim Story (que dirigiu o filme do ‘Quarteto Fantástico’) diverte e ao mesmo tempo faz uma aberta crítica à própria indústria do cinema, pela forma como os filmes de terror construíram um viés racista ao não darem protagonismo ou heroísmo aos personagens pretos, especialmente os filmes de terror estilo slasher.

Para tal, o roteiro de Tracy Oliver e Dewayne Perkins tem que partir de evidenciações racistas que vão gerar incômodo logo de cara, para, a partir daí, mostrar as reações (e consequentemente as soluções) desses episódios pelo ponto de vista das pessoas pretas. Todo o mote é construído na base do humor e da descontração, deixando os personagens donos de suas ações.

Tal qual os filmes de terror e as sátiras de terror, em ‘The Blackening’ o que mais vale é a ideia e o desenvolvimento, com um final que dá a sensação de que poderia ter sido melhor. Mesmo assim, é um filme que faz rir tal qual os clássicos pop de início de milênio.

Antoinette Robertson as Lisa in The Blackening. Photo Credit: Glen Wilson
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