domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | The Boys: 3ª temporada satiriza a sociedade da era pandêmica com humor sagaz e MUITO sangue

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Sempre pontual em sua crítica social, o showrunner e produtor Eric Kripke habilmente nos leva em uma épica epifania histórica na 3ª temporada de The Boys, claramente se apropriando do pior e do melhor que testemunhamos das pessoas, desde meados de março de 2020, quando a pandemia invadiu o mundo com um caos inimaginável e até então inatingível. Diferentemente do ciclo anterior, que estreou no auge da crise mundial e que refletia questões sociais um pouco diferentes, os novos episódios são um espelho do passado recente e satirizam essa nova sociedade dividida e confusa nascida de tempos tão problemáticos.



Com um humor cirúrgico e perverso, Kripke, Seth Rogen e sua equipe de roteiristas recriam icônicos momentos – como os protestos do movimento Black Lives Matter e a derrubada da estátua do traficante de escravos Edward Colston, apenas para citar alguns. Adaptando essas e tantas outras circunstâncias reais ao contexto narrativo da série, The Boys retorna enérgica, igualmente violenta e grotescamente sangrenta. Com mortes tão viscerais e gráficas como as do passado, a produção que se passa em Nova York – mas que é rodada em Toronto, entrega oito episódios que nos reviram o estômago à sua maneira – seja pela indecência bizarra do Herogasm -, seja pelo constante dilaceramento de vísceras.

Mas por trás de toda essa peculiar camada que desde o seu ciclo inaugural se tornou a marca registrada da série, The Boys caminhou muito mais além em suas motivações e provou mais uma vez ter um timing perfeito em sua abordagem sociocultural. Muito mais do que satirizar momentos marcantes vividos pelo mundo nos últimos dois anos de pandemia, Kripke fez o seu dever de casa ao explorar a psique de seus personagens de forma profunda, delicada e sensível. Por trás de cada ironia, antítese ou escárnio social, reside uma imensidão complexa de camadas a serem desmembradas em cada um dos seus protagonistas.

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Nesta temporada, somos levados a espirais traumáticas que detalham ainda mais as dores dos nossos heróis humanos, à medida que respondem perguntas cruciais sobre cada um deles. E conforme a vulnerabilidade dos famosos supes é exposta a cada novo capítulo, mais somos também expostos à crescente fragilidade dos justiceiros The Boys que – com seus passados tortuosos e regados por feridas abertas – nos cativam ainda mais. Estendendo o elo de conexão entre a audiência e os protagonistas, a série original da Amazon Prime Video pode até nos atrair por sua sanguinolência, mas é por sua honesta sensibilidade e franqueza que genuinamente consegue nos manter aficionados a cada nova temporada.

Expandindo ainda mais o arco narrativo de todos os heróis – com ou sem o composto V – de forma brilhante, a produção já se prepara para uma nova temporada, à medida que presenteia a audiência com um 3° ciclo grotesco, mas ironicamente bastante apaixonante. Destacando Kimiko (Karen Fukuhara) e Frenchie (Tomer Capone) de forma diferente e encantadora, The Boys surpreende com capítulos dignos de extensas maratonas, encerrando sua temporada mais uma vez com um sabor agridoce, apenas para aguçar o paladar dessa audiência incansável por confusão e pancadaria. E se depender daqueles 10 segundos finais, a 4ª temporada promete desafiar o restinho de compreensão humana que ainda nos restava após tantos episódios de The Boys.

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Sempre pontual em sua crítica social, o showrunner e produtor Eric Kripke habilmente nos leva em uma épica epifania histórica na 3ª temporada de The Boys, claramente se apropriando do pior e do melhor que testemunhamos das pessoas, desde meados de março de 2020, quando a pandemia invadiu o mundo com um caos inimaginável e até então inatingível. Diferentemente do ciclo anterior, que estreou no auge da crise mundial e que refletia questões sociais um pouco diferentes, os novos episódios são um espelho do passado recente e satirizam essa nova sociedade dividida e confusa nascida de tempos tão problemáticos.

Com um humor cirúrgico e perverso, Kripke, Seth Rogen e sua equipe de roteiristas recriam icônicos momentos – como os protestos do movimento Black Lives Matter e a derrubada da estátua do traficante de escravos Edward Colston, apenas para citar alguns. Adaptando essas e tantas outras circunstâncias reais ao contexto narrativo da série, The Boys retorna enérgica, igualmente violenta e grotescamente sangrenta. Com mortes tão viscerais e gráficas como as do passado, a produção que se passa em Nova York – mas que é rodada em Toronto, entrega oito episódios que nos reviram o estômago à sua maneira – seja pela indecência bizarra do Herogasm -, seja pelo constante dilaceramento de vísceras.

Mas por trás de toda essa peculiar camada que desde o seu ciclo inaugural se tornou a marca registrada da série, The Boys caminhou muito mais além em suas motivações e provou mais uma vez ter um timing perfeito em sua abordagem sociocultural. Muito mais do que satirizar momentos marcantes vividos pelo mundo nos últimos dois anos de pandemia, Kripke fez o seu dever de casa ao explorar a psique de seus personagens de forma profunda, delicada e sensível. Por trás de cada ironia, antítese ou escárnio social, reside uma imensidão complexa de camadas a serem desmembradas em cada um dos seus protagonistas.

Nesta temporada, somos levados a espirais traumáticas que detalham ainda mais as dores dos nossos heróis humanos, à medida que respondem perguntas cruciais sobre cada um deles. E conforme a vulnerabilidade dos famosos supes é exposta a cada novo capítulo, mais somos também expostos à crescente fragilidade dos justiceiros The Boys que – com seus passados tortuosos e regados por feridas abertas – nos cativam ainda mais. Estendendo o elo de conexão entre a audiência e os protagonistas, a série original da Amazon Prime Video pode até nos atrair por sua sanguinolência, mas é por sua honesta sensibilidade e franqueza que genuinamente consegue nos manter aficionados a cada nova temporada.

Expandindo ainda mais o arco narrativo de todos os heróis – com ou sem o composto V – de forma brilhante, a produção já se prepara para uma nova temporada, à medida que presenteia a audiência com um 3° ciclo grotesco, mas ironicamente bastante apaixonante. Destacando Kimiko (Karen Fukuhara) e Frenchie (Tomer Capone) de forma diferente e encantadora, The Boys surpreende com capítulos dignos de extensas maratonas, encerrando sua temporada mais uma vez com um sabor agridoce, apenas para aguçar o paladar dessa audiência incansável por confusão e pancadaria. E se depender daqueles 10 segundos finais, a 4ª temporada promete desafiar o restinho de compreensão humana que ainda nos restava após tantos episódios de The Boys.

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