quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | The Cloverfield Paradox – Ainda bem que não lançaram nos cinemas…

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Há 24 horas, poucos sabíamos sobre o terceiro capítulo da franquia Cloverfield. Havia muitas especulações, muitos boatos, mas o fato é que sequer sabíamos o seu título oficial. Hoje, não só temos novidades sobre o projeto, mas o próprio filme na íntegra – um lançamento surpresa, anunciado no final de um teaser de menos de um minuto durante o intervalo do SuperBowl. Essa é a beleza do mundo atual e, especialmente, a força das plataformas de streaming. A Netflix certamente elevou o seu nível, e deve ser recompensada por essa excelente estratégia de lançamento. O SuperBowl é o evento mais assistido do ano, e lançar o filme horas depois do lançamento do seu primeiro e enigmático trailer é simplesmente genial – ainda mais considerando quão popular a franquia tem se mostrado.

A trama deste terceiro capítulo gira em torno de um grupo de astronautas que são enviados para o espaço na tentativa de solucionar o problema de energia que tem assolado o planeta – o que tem provocado desespero, mortes e guerras iminentes. No entanto, antes que possam salvar bilhões de vidas, o grupo terá que descobrir como se salvar ao ter que enfrentar uma série de situações peculiares e aterradoras. Diante de uma descoberta chocante, e uma realidade que pode não ser o que parece, eles terão que lutar não só para salvarem suas vidas, mas também a vida como conhecem.



Assim como aconteceu com Rua Cloverfield, 10, este era um projeto independente que foi comprado pela produtora do J. J. Abrams, Bad Robot, e foi anexado ao universo Cloverfield com o acréscimo de alguns pontos-chave no roteiro. Embora tenha funcionado surpreendentemente bem no capítulo anterior, o mesmo efeito não conseguiu ser replicado. O maior problema de The Cloverfield Paradox é que ele não funciona como um filme próprio, e suas conexões com o universo Cloverfield ferem o desenvolvimento de sua trama. The Cloverfield Paradox tenta ser muitas coisas ao mesmo tempo, e infelizmente falha em quase todas elas; desde a busca de sua própria identidade até as conexões com o universo da franquia.

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Em uma trama que os personagens principais “perderam o planeta Terra”, e estão completamente às cegas no espaço, é um erro continuar mostrando cenas que se passam justamente na Terra. Os riscos parecem menores e, consequentemente, a tensão claustrofóbica de estar perdido na imensidão do espaço sideral – um conceito extremamente assustador – é perdida. Além do mais, todas as cenas envolvendo o marido da protagonista na Terra nunca conseguem justificar sua existência. Tal narrativa não chega a lugar algum, e só consegue tirar nosso envolvimento com a trama principal, que é onde o foco principal deveria estar. No final das contas, é apenas um plot gratuito para aumentar as conexões com o universo Cloverfield, mas não soa natural.

Em contrapartida, o desespero acontecendo na estação é interessante, apesar de beber muito da fonte de O Enigma do Horizonte. As bizarrices pela nave despertam curiosidade, mas param abruptamente de acontecer durante o terceiro ato, justamente durante o momento mais importante do filme, onde o nonsense deveria estar no seu máximo. Ao invés disso, somos forçados a acompanhar confrontos tediosos entre os personagens, tornando a reta final bastante insossa e diferente do que poderíamos esperar. Tirando a protagonista, interpretada de forma competente pela atriz Gugu Mbatha-Raw, é difícil se importar com qualquer um dos outros, o que ajuda a comprometer o nosso interesse com o que acontece com os personagens. É irônico porque esse é um dos quesitos que o filme anterior, Rua Cloverfield, 10, mais conseguiu se destacar, tornando-se o melhor dos três títulos.


The Cloverfield Paradox não é um filme ruim – apesar de ser indiscutivelmente o pior da franquia, até o momento –, mas pode ser uma experiência frustrante para quem é fã deste universo e mantinha altas expectativas. Dá para entender o motivo de a Paramount ter recuado em um lançamento oficial nos cinemas, uma vez que seria muito difícil vendê-lo ao grande público de forma convencional. Apesar dos pesares, este capítulo, apesar de comprometido, traz o fundamento necessário para que o universo Cloverfield continue a ganhar forma. Rumores apontam que um possível quarto filme, inicialmente intitulado Overlord, terá sua trama situada em 1944, durante a segunda guerra mundial. E um detalhe rápido no roteiro deste filme abre precedente para que um ataque alienígena possa ter ocorrido no passado, ainda tornando-o coerente com a timeline e universo da franquia. Só resta saber se o próximo lançamento conseguirá construir algo próprio, ou afundará tentando fazer parte de um todo.

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Há 24 horas, poucos sabíamos sobre o terceiro capítulo da franquia Cloverfield. Havia muitas especulações, muitos boatos, mas o fato é que sequer sabíamos o seu título oficial. Hoje, não só temos novidades sobre o projeto, mas o próprio filme na íntegra – um lançamento surpresa, anunciado no final de um teaser de menos de um minuto durante o intervalo do SuperBowl. Essa é a beleza do mundo atual e, especialmente, a força das plataformas de streaming. A Netflix certamente elevou o seu nível, e deve ser recompensada por essa excelente estratégia de lançamento. O SuperBowl é o evento mais assistido do ano, e lançar o filme horas depois do lançamento do seu primeiro e enigmático trailer é simplesmente genial – ainda mais considerando quão popular a franquia tem se mostrado.

A trama deste terceiro capítulo gira em torno de um grupo de astronautas que são enviados para o espaço na tentativa de solucionar o problema de energia que tem assolado o planeta – o que tem provocado desespero, mortes e guerras iminentes. No entanto, antes que possam salvar bilhões de vidas, o grupo terá que descobrir como se salvar ao ter que enfrentar uma série de situações peculiares e aterradoras. Diante de uma descoberta chocante, e uma realidade que pode não ser o que parece, eles terão que lutar não só para salvarem suas vidas, mas também a vida como conhecem.

Assim como aconteceu com Rua Cloverfield, 10, este era um projeto independente que foi comprado pela produtora do J. J. Abrams, Bad Robot, e foi anexado ao universo Cloverfield com o acréscimo de alguns pontos-chave no roteiro. Embora tenha funcionado surpreendentemente bem no capítulo anterior, o mesmo efeito não conseguiu ser replicado. O maior problema de The Cloverfield Paradox é que ele não funciona como um filme próprio, e suas conexões com o universo Cloverfield ferem o desenvolvimento de sua trama. The Cloverfield Paradox tenta ser muitas coisas ao mesmo tempo, e infelizmente falha em quase todas elas; desde a busca de sua própria identidade até as conexões com o universo da franquia.

Em uma trama que os personagens principais “perderam o planeta Terra”, e estão completamente às cegas no espaço, é um erro continuar mostrando cenas que se passam justamente na Terra. Os riscos parecem menores e, consequentemente, a tensão claustrofóbica de estar perdido na imensidão do espaço sideral – um conceito extremamente assustador – é perdida. Além do mais, todas as cenas envolvendo o marido da protagonista na Terra nunca conseguem justificar sua existência. Tal narrativa não chega a lugar algum, e só consegue tirar nosso envolvimento com a trama principal, que é onde o foco principal deveria estar. No final das contas, é apenas um plot gratuito para aumentar as conexões com o universo Cloverfield, mas não soa natural.

Em contrapartida, o desespero acontecendo na estação é interessante, apesar de beber muito da fonte de O Enigma do Horizonte. As bizarrices pela nave despertam curiosidade, mas param abruptamente de acontecer durante o terceiro ato, justamente durante o momento mais importante do filme, onde o nonsense deveria estar no seu máximo. Ao invés disso, somos forçados a acompanhar confrontos tediosos entre os personagens, tornando a reta final bastante insossa e diferente do que poderíamos esperar. Tirando a protagonista, interpretada de forma competente pela atriz Gugu Mbatha-Raw, é difícil se importar com qualquer um dos outros, o que ajuda a comprometer o nosso interesse com o que acontece com os personagens. É irônico porque esse é um dos quesitos que o filme anterior, Rua Cloverfield, 10, mais conseguiu se destacar, tornando-se o melhor dos três títulos.


The Cloverfield Paradox não é um filme ruim – apesar de ser indiscutivelmente o pior da franquia, até o momento –, mas pode ser uma experiência frustrante para quem é fã deste universo e mantinha altas expectativas. Dá para entender o motivo de a Paramount ter recuado em um lançamento oficial nos cinemas, uma vez que seria muito difícil vendê-lo ao grande público de forma convencional. Apesar dos pesares, este capítulo, apesar de comprometido, traz o fundamento necessário para que o universo Cloverfield continue a ganhar forma. Rumores apontam que um possível quarto filme, inicialmente intitulado Overlord, terá sua trama situada em 1944, durante a segunda guerra mundial. E um detalhe rápido no roteiro deste filme abre precedente para que um ataque alienígena possa ter ocorrido no passado, ainda tornando-o coerente com a timeline e universo da franquia. Só resta saber se o próximo lançamento conseguirá construir algo próprio, ou afundará tentando fazer parte de um todo.

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