domingo , 22 dezembro , 2024

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Direto do TIFF, Festival de Toronto

A Terceira Onda

Estreando mundialmente no TIFF, Festival de Toronto 2017, The Cured é um filme de zumbis único, cuja premissa criativa é diferente de tudo que já foi apresentado dentro do subgênero. Escrito e dirigido por David Freyne, esta produção irlandesa é uma espécie de sequência para um dos curtas do cineasta, intitulado The First Wave. Justamente por isso, o longa, o primeiro da carreira do diretor, previamente levava o título The Third Wave, termo utilizado na trama, que faz alusão ao famoso experimento social sobre democracia e fascismo, conhecido por aqui como A Terceira Onda.



Na história, uma epidemia zumbi tomou conta do mundo. Bem, ao menos de uma parte dele. Ao contrário dos demais filmes que apresentam tal realidade apocalíptica, aqui os humanos sobreviventes foram capazes de encontrar uma cura para o vírus fatal, um pouco como o apresentado no desfecho de Guerra Mundial Z (2013).  A história inclusive começa a ser narrada depois que a contaminação foi controlada e os ex-zumbis voltaram a ser humanos.

Embora tenha tais tintas do conceito de terror, The Cured (novo nome que o longa recebeu, sabe-se lá o motivo da troca, sendo o novo bem mais genérico) é na realidade um drama que fala sobre a reintegração dos ex-zumbis que, assim como ex-presidiários, passam por dificuldades para serem assimilados novamente na sociedade. É como se encontra o protagonista vivido pelo ator Sam Keeley (No Coração do Mar), contaminado pelo vírus e depois curado, que busca abrigo na casa da cunhada, ex-mulher de seu falecido irmão, interpretada pelo único rosto conhecido do elenco, a jovem indicada ao Oscar, Ellen Page (Juno).

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Muitos paralelos sociais são traçados, e a premissa sem dúvidas é interessante. O grande problema aqui é que pescamos rápido tudo que o roteiro pretende com suas analogias e depois a narrativa não sai do lugar. Algumas são inclusive políticas, como o grupo de revolucionários formado na surdina para combater o governo autoritário (alusão ao IRA), cujo controle sobre os ex-contaminados é mais do que abusivo. O sofrimento dos curados (título original) é grande, já que além de todos que conhecem terem lhes virado as costas, como se fossem culpados pelos atos terríveis que cometeram, ainda conseguem lembrar das atrocidades que promoveram enquanto cambaleavam como mortos-vivos.

Justamente de tais trechos, dos fragmentos de memórias do protagonista, é que surgem os jumpscares e a maioria das cenas que almejam assustar – sem sucesso. Este é o tipo de filme que se apoia demais em sustos fáceis. Fora isso, o desenvolvimento do drama parece não caminhar e os personagens não são interessantes. No terceiro ato, o cineasta tenta injetar adrenalina, dando um pouco de vida a este filme mais morto do que vivo, mas aí já é tarde demais. Assim como seus ex-zumbis, The Cured promete sofrer com o desprezo do público.

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Na história, uma epidemia zumbi tomou conta do mundo. Bem, ao menos de uma parte dele. Ao contrário dos demais filmes que apresentam tal realidade apocalíptica, aqui os humanos sobreviventes foram capazes de encontrar uma cura para o vírus fatal, um pouco como o apresentado no desfecho de Guerra Mundial Z (2013).  A história inclusive começa a ser narrada depois que a contaminação foi controlada e os ex-zumbis voltaram a ser humanos.

Embora tenha tais tintas do conceito de terror, The Cured (novo nome que o longa recebeu, sabe-se lá o motivo da troca, sendo o novo bem mais genérico) é na realidade um drama que fala sobre a reintegração dos ex-zumbis que, assim como ex-presidiários, passam por dificuldades para serem assimilados novamente na sociedade. É como se encontra o protagonista vivido pelo ator Sam Keeley (No Coração do Mar), contaminado pelo vírus e depois curado, que busca abrigo na casa da cunhada, ex-mulher de seu falecido irmão, interpretada pelo único rosto conhecido do elenco, a jovem indicada ao Oscar, Ellen Page (Juno).

Muitos paralelos sociais são traçados, e a premissa sem dúvidas é interessante. O grande problema aqui é que pescamos rápido tudo que o roteiro pretende com suas analogias e depois a narrativa não sai do lugar. Algumas são inclusive políticas, como o grupo de revolucionários formado na surdina para combater o governo autoritário (alusão ao IRA), cujo controle sobre os ex-contaminados é mais do que abusivo. O sofrimento dos curados (título original) é grande, já que além de todos que conhecem terem lhes virado as costas, como se fossem culpados pelos atos terríveis que cometeram, ainda conseguem lembrar das atrocidades que promoveram enquanto cambaleavam como mortos-vivos.

Justamente de tais trechos, dos fragmentos de memórias do protagonista, é que surgem os jumpscares e a maioria das cenas que almejam assustar – sem sucesso. Este é o tipo de filme que se apoia demais em sustos fáceis. Fora isso, o desenvolvimento do drama parece não caminhar e os personagens não são interessantes. No terceiro ato, o cineasta tenta injetar adrenalina, dando um pouco de vida a este filme mais morto do que vivo, mas aí já é tarde demais. Assim como seus ex-zumbis, The Cured promete sofrer com o desprezo do público.

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