quinta-feira , 13 março , 2025

Crítica | ‘The Electric State’, novo sci-fi da Netflix, não tem nada de novo ou de interessante a dizer


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Os Irmãos Russo ganharam notoriedade e fama ainda maior após integrarem o Universo Cinemático Marvel – e fizeram história com o multibilionário longa-metragem ‘Vingadores: Ultimato‘, mostrando que a dupla tinha cacife o suficiente para comandar produções épicas e de alto orçamento. Agora, firmando parceria com a Netflix, eles retornam ao mundo sci-fi com a dispendiosa comédia de ação ‘The Electric State‘, que chega à plataforma de streaming amanhã, 14 de março.

A trama apresenta uma realidade paralela que nos leva de volta aos anos 1990, em que as invenções tecnológicas se transformaram em entidades vivas e pensadas que se voltam contra seus criadores e dão início a uma guerra mundial. Contrariando as expectativas, os humanos acabam vencendo graças à ajuda do magnata Ethan Skate (Stanley Tucci), que cria vestimentas mecânicas que deixam o campo de batalha nivelado e garantem que os humanos vençam, banindo os robôs para uma terra árida no meio dos Estados Unidos, funcionando como uma zona de contingência em que tais máquinas são confinadas a um mundo de barbárie e esquecimento.



Em meio a esse complexo cenário, está Michelle (Milly Bobby Brown), uma jovem órfã que não vê sentido na vida após ter perdido a família inteira em um acidente de carro, colocando-a em um lar adotivo que apenas reflete sua solidão. As coisas viram de cabeça para baixo quando, em uma noite, Michelle é surpreendida pela aparição de um bot que revela que ele, na verdade, é uma materialização mecânica de Christopher (Woody Norman), seu irmão que acreditava ter morrido. Reunidos, os dois partem em uma missão perigosa para ajudar Chris que cruza caminho com o contrabandista Keats (Chris Pratt) e seu parceiro, o ácido robô Herman (Anthony Mackie).

Se você já abriu o catálogo da Netflix ou de qualquer outra plataforma de streaming e já escolheu aleatoriamente uma produção do gênero em questão, é bem provável que já tenha visto histórias bem familiares a essa: afinal, o filme dos Irmãos Russo comete o pecaminoso erro não apenas de não trazer nada de original a um escopo repetitivo e previsível, como parece não se importar em cometer deslizes constantes com a desculpa de que o entretenimento é o que conta – mas nem isso transparece em meio a tantas fórmulas.

Brown e Pratt nutrem de uma química considerável – o que não é nenhuma surpresa, considerando o charme que ambos os atores possuem em obras anteriores. Porém, desfrutar desse arco que os dois constroem (de conhecidos que não gostam um do outro para improváveis aliados), tenta amalgamar inúmeros pares que funcionam melhor tanto no cinema quanto na televisão, procurando alcançar uma espécie de ‘Thelma & Louise‘ às avessas que nunca se firma por completo. Ademais, o roteiro assinado por Christopher Markusbe Stephen McFeely impede que as obviedades cessem e garantem que cada personagem, protagonista ou coadjuvante, renda-se a arquétipos monocromáticos de qualquer narrativa similar.


Para além da dupla protagonista, temos o supracitado Tucci, que nos diverte com sua versatilidade invejável; Mackie e Alan Tudyk se jogando de cabeça como as vozes dos bots que acompanham seus respectivos humanos; Giancarlo Esposito encarnando mais um antagonista, dessa vez na pele do Coronel Marshall Bradbury, um implacável caçador de robôs que emerge como um dos principais antagonistas da trama; e Ke Huy Quan vive o Dr. Amherst, responsável pelo que aconteceu a Chris. E, enquanto todos querem nos encantar, diálogos formulaicos demais não conseguem abrir espaço para eles concretizarem o que desejam.

The Electric State‘ tinha tudo, ao menos, para se tornar um blockbuster – mas, pelo que parece, o projeto deveria ter sido entregue em mãos melhores. Em suma, é triste ver uma equipe com nomes chamativos e muito talentosos errar a mão em uma mixórdia artística que não tem nada de novo ou de interessante a dizer.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Os Irmãos Russo ganharam notoriedade e fama ainda maior após integrarem o Universo Cinemático Marvel – e fizeram história com o multibilionário longa-metragem ‘Vingadores: Ultimato‘, mostrando que a dupla tinha cacife o suficiente para comandar produções épicas e de alto orçamento. Agora, firmando parceria com a Netflix, eles retornam ao mundo sci-fi com a dispendiosa comédia de ação ‘The Electric State‘, que chega à plataforma de streaming amanhã, 14 de março.

A trama apresenta uma realidade paralela que nos leva de volta aos anos 1990, em que as invenções tecnológicas se transformaram em entidades vivas e pensadas que se voltam contra seus criadores e dão início a uma guerra mundial. Contrariando as expectativas, os humanos acabam vencendo graças à ajuda do magnata Ethan Skate (Stanley Tucci), que cria vestimentas mecânicas que deixam o campo de batalha nivelado e garantem que os humanos vençam, banindo os robôs para uma terra árida no meio dos Estados Unidos, funcionando como uma zona de contingência em que tais máquinas são confinadas a um mundo de barbárie e esquecimento.

Em meio a esse complexo cenário, está Michelle (Milly Bobby Brown), uma jovem órfã que não vê sentido na vida após ter perdido a família inteira em um acidente de carro, colocando-a em um lar adotivo que apenas reflete sua solidão. As coisas viram de cabeça para baixo quando, em uma noite, Michelle é surpreendida pela aparição de um bot que revela que ele, na verdade, é uma materialização mecânica de Christopher (Woody Norman), seu irmão que acreditava ter morrido. Reunidos, os dois partem em uma missão perigosa para ajudar Chris que cruza caminho com o contrabandista Keats (Chris Pratt) e seu parceiro, o ácido robô Herman (Anthony Mackie).

Se você já abriu o catálogo da Netflix ou de qualquer outra plataforma de streaming e já escolheu aleatoriamente uma produção do gênero em questão, é bem provável que já tenha visto histórias bem familiares a essa: afinal, o filme dos Irmãos Russo comete o pecaminoso erro não apenas de não trazer nada de original a um escopo repetitivo e previsível, como parece não se importar em cometer deslizes constantes com a desculpa de que o entretenimento é o que conta – mas nem isso transparece em meio a tantas fórmulas.

Brown e Pratt nutrem de uma química considerável – o que não é nenhuma surpresa, considerando o charme que ambos os atores possuem em obras anteriores. Porém, desfrutar desse arco que os dois constroem (de conhecidos que não gostam um do outro para improváveis aliados), tenta amalgamar inúmeros pares que funcionam melhor tanto no cinema quanto na televisão, procurando alcançar uma espécie de ‘Thelma & Louise‘ às avessas que nunca se firma por completo. Ademais, o roteiro assinado por Christopher Markusbe Stephen McFeely impede que as obviedades cessem e garantem que cada personagem, protagonista ou coadjuvante, renda-se a arquétipos monocromáticos de qualquer narrativa similar.

Para além da dupla protagonista, temos o supracitado Tucci, que nos diverte com sua versatilidade invejável; Mackie e Alan Tudyk se jogando de cabeça como as vozes dos bots que acompanham seus respectivos humanos; Giancarlo Esposito encarnando mais um antagonista, dessa vez na pele do Coronel Marshall Bradbury, um implacável caçador de robôs que emerge como um dos principais antagonistas da trama; e Ke Huy Quan vive o Dr. Amherst, responsável pelo que aconteceu a Chris. E, enquanto todos querem nos encantar, diálogos formulaicos demais não conseguem abrir espaço para eles concretizarem o que desejam.

The Electric State‘ tinha tudo, ao menos, para se tornar um blockbuster – mas, pelo que parece, o projeto deveria ter sido entregue em mãos melhores. Em suma, é triste ver uma equipe com nomes chamativos e muito talentosos errar a mão em uma mixórdia artística que não tem nada de novo ou de interessante a dizer.

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