quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | ‘The Good Doctor’: 1ª Temporada – As Origens de House

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Todo mundo que curtiu a sérieHouse’ se perguntou ao menos uma vez como teria sido a juventude desse médico mal-humorado, ranzinza e superinteligente. Bom, depois que a série terminou, em 2012, parece que o criador David Shore ficou justamente com essa pergunta na cabeça, e cinco anos depois veio com a história de ‘The Good Doctor’.  Porém, com uma diferença: na nova história o personagem principal é um médico-residente autista.



O Dr. Shaun Murphy (Freddie Highmore, excelente tanto na representação do autismo como na capacidade de memorizar e reproduzir com muita naturalidade termos dificílimos da medicina – mas, por favor, alguém dê um papel comum para esse ator, senão ele pode ter sérios problemas psicológicos depois de passar quatro anos interpretando o psicopata Norman Bates e já ter interpretado o menino que originou Peter Pan em ‘Em Busca da Terra do Nunca’) é um jovem autista que busca uma vaga de residência no Hospital San Jose, na Califórnia. Para tal, seu mentor e diretor do hospital, Dr. Glassman (Richard Schiff), faz campanha para que a diretoria o aceite, porém, o Dr. Andrews (Hill Harper), chefe de cirurgia plástica, questiona: um cirurgião precisa se comunicar com os pacientes e com os outros médicos, será que o Dr. Murphy consegue fazer isso? É exatamente isso que a primeira temporada tenta provar.

Em dezoito episódios (meo deos, por que tantos? Divide em duas temporadas!) o espectador vai conhecendo o dia a dia de uma pessoa com autismo, e isso ajuda a desconstruir preconceitos e dúvidas que todo mundo pode ter, desconhecimento. Através dos outros personagens, descobrimos, por exemplo, que um autista pode ter interesse em ver filme pornô ou se ele é realmente capaz de trabalhar em um ambiente tenso e competitivo como um hospital.

A direção de Michael Patrick Jann consegue alternar bem o ritmo e o posicionamento de câmera nos momentos de atendimento médico (vemos em close um intestino aberto ou uma agulha dando pontos no rosto de um paciente, apesar de ser tudo falso) com o distanciamento nas cenas de desenvolvimento da trama, quando as histórias paralelas do elenco principal ocorrem. Embora seja baseada numa série homônima sul-coreana criada por Jaebeom Park, de 2013, a adaptação para a realidade norte-americana foi bem aproveitada.

Por esse motivo, a história não é exatamente original, além de se assemelhar bastante com ‘House’, que é do mesmo criador, apesar de ver o protagonismo centrado em um autista de sucesso ser bastante pertinente para o mundo inclusivo em que vivemos.

Os dezoito episódios podem ser vistos fora de ordem, embora haja a história pessoal dos personagens que seguem uma linha temporal. Por isso, se você tiver curiosidade sobre a série, recomendamos o 1º episódio, em que Dr. Murphy protagoniza um ato de heroísmo e a trama é apresentada; o 7º, em que o Dr. Murphy se depara com o preconceito dos pais de um paciente com autismo, que não querem que ele trate do filho; o 8º, em que Shaun se vê no meio de um assalto e não entende bem como lidar com a situação; o 9º, em que ele e o supervisor, Dr. Melendez (Nicholas Gonzalez) realizam uma simulação em VR antes da operação; e o 10º, em que a residente Dr. Browne (Antonia Thomas) sofre assédio de um dos médicos e tem que lidar com a falta de apoio no ambiente de trabalho.

Para os fãs de séries médicas, é uma ótima opção de entretenimento e aprendizagem.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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O Dr. Shaun Murphy (Freddie Highmore, excelente tanto na representação do autismo como na capacidade de memorizar e reproduzir com muita naturalidade termos dificílimos da medicina – mas, por favor, alguém dê um papel comum para esse ator, senão ele pode ter sérios problemas psicológicos depois de passar quatro anos interpretando o psicopata Norman Bates e já ter interpretado o menino que originou Peter Pan em ‘Em Busca da Terra do Nunca’) é um jovem autista que busca uma vaga de residência no Hospital San Jose, na Califórnia. Para tal, seu mentor e diretor do hospital, Dr. Glassman (Richard Schiff), faz campanha para que a diretoria o aceite, porém, o Dr. Andrews (Hill Harper), chefe de cirurgia plástica, questiona: um cirurgião precisa se comunicar com os pacientes e com os outros médicos, será que o Dr. Murphy consegue fazer isso? É exatamente isso que a primeira temporada tenta provar.

Em dezoito episódios (meo deos, por que tantos? Divide em duas temporadas!) o espectador vai conhecendo o dia a dia de uma pessoa com autismo, e isso ajuda a desconstruir preconceitos e dúvidas que todo mundo pode ter, desconhecimento. Através dos outros personagens, descobrimos, por exemplo, que um autista pode ter interesse em ver filme pornô ou se ele é realmente capaz de trabalhar em um ambiente tenso e competitivo como um hospital.

A direção de Michael Patrick Jann consegue alternar bem o ritmo e o posicionamento de câmera nos momentos de atendimento médico (vemos em close um intestino aberto ou uma agulha dando pontos no rosto de um paciente, apesar de ser tudo falso) com o distanciamento nas cenas de desenvolvimento da trama, quando as histórias paralelas do elenco principal ocorrem. Embora seja baseada numa série homônima sul-coreana criada por Jaebeom Park, de 2013, a adaptação para a realidade norte-americana foi bem aproveitada.

Por esse motivo, a história não é exatamente original, além de se assemelhar bastante com ‘House’, que é do mesmo criador, apesar de ver o protagonismo centrado em um autista de sucesso ser bastante pertinente para o mundo inclusivo em que vivemos.

Os dezoito episódios podem ser vistos fora de ordem, embora haja a história pessoal dos personagens que seguem uma linha temporal. Por isso, se você tiver curiosidade sobre a série, recomendamos o 1º episódio, em que Dr. Murphy protagoniza um ato de heroísmo e a trama é apresentada; o 7º, em que o Dr. Murphy se depara com o preconceito dos pais de um paciente com autismo, que não querem que ele trate do filho; o 8º, em que Shaun se vê no meio de um assalto e não entende bem como lidar com a situação; o 9º, em que ele e o supervisor, Dr. Melendez (Nicholas Gonzalez) realizam uma simulação em VR antes da operação; e o 10º, em que a residente Dr. Browne (Antonia Thomas) sofre assédio de um dos médicos e tem que lidar com a falta de apoio no ambiente de trabalho.

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