domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | The Little Drummer Girl – Florence Pugh vive Espiã Infiltrada em série da Starzplay

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Uma história envolvente, que parece baseada em fatos reais mas que é, na verdade, adaptação de um dos livros do escritor John Le Carré. É assim que chega à plataforma Starzplay a minissérie ‘The Little Drummer Girl’, segunda adaptação deste livro que em 1983 virou filme pelas mãos do diretor George Roy Hill, agora dirigido por Jo Yeong-wook.



Toda a trama é centrada na jovem Charlie (Florence Pugh), uma atriz inglesa desconhecida cujo potencial acaba chamando a atenção de Gadi (Alexander Skarsgard), um espião israelense. Em uma turnê misteriosa com seu grupo de teatro pela Grécia, Charlie conhece Gadi, que, de uma forma inexplicável, a convence, junto com seu grupo de espiões, a usar todo o seu conhecimento dramatúrgico para interpretar o papel da sua vida: fingir ser uma mulher que se envolveu com Michel (Amir Khoury), um homem considerado um perigoso terrorista pelo núcleo israelense. Assim, de atriz desconhecida Charlie se torna infiltrada no núcleo rebelde na Palestina em pleno 1983.

Embora a trama pareça um pouco deslocada no tempo (por que abordar um tema tão delicado e até hoje não resolvido, como o conflito entre Israel e Palestina?), a ficção criada por John Le Carré e roteirizada por Michael Lesslie e Claire Wilson utiliza essa alegoria para jogar luz em um dos pontos principais e originários desse conflito histórico – explicado simbolicamente ao final do penúltimo dos seis episódios da minissérie: “a Inglaterra sempre teve a solução para o problema dos outros”.

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O roteiro é inicialmente confuso (se você sequer leu a sinopse antes, fica difícil entender o que está rolando), a relação entre os protagonistas tem etapas puladas e construída de maneira esquisita, como se eles já se conhecessem antes. Passada essa fase inicial, a trama ganha um ritmo bem demorado para se desenvolver, com muitas locações e núcleos concomitantes através dos quais o enredo vai se desenvolvendo em paralelo, e o espectador tem que ligar os pontos de interseção entre eles. O maior desafio desse roteiro – e também dos atores – é a elaboração de um cenário dramatúrgico que é também de espionagem, em que os personagens falam de si em 3ª pessoa e como se fossem outras pessoas, porém em diálogo um com o outro. Imaginem a dificuldade para elaborar esse texto!

Aí entra o bom trabalho do elenco, com destaque para Florence Pugh, ao dar consistência a uma jovem branca de classe média pseudo-radical que alienadamente entra para um grupo radical árabe, literalmente pegando em armas por uma causa que não é dela. Quantas dessas histórias acontecem ainda hoje no mundo? Destaque ainda para Charif Ghattas, que deu um tom humanizado e afetivo ao líder Khalil; o veterano Charles Dance, em participação especial como o Comandante Picton; e a aparição do próprio escritor John Le Carré, como o garçom no restaurante da praça na Alemanha.

The Little Drummer Girl’ surpreende como série de espionagem, com uma trama intrincada que se mantém atual e requer concentração para assistir. É uma boa opção para os assinantes da Starzplay.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Uma história envolvente, que parece baseada em fatos reais mas que é, na verdade, adaptação de um dos livros do escritor John Le Carré. É assim que chega à plataforma Starzplay a minissérie ‘The Little Drummer Girl’, segunda adaptação deste livro que em 1983 virou filme pelas mãos do diretor George Roy Hill, agora dirigido por Jo Yeong-wook.

Toda a trama é centrada na jovem Charlie (Florence Pugh), uma atriz inglesa desconhecida cujo potencial acaba chamando a atenção de Gadi (Alexander Skarsgard), um espião israelense. Em uma turnê misteriosa com seu grupo de teatro pela Grécia, Charlie conhece Gadi, que, de uma forma inexplicável, a convence, junto com seu grupo de espiões, a usar todo o seu conhecimento dramatúrgico para interpretar o papel da sua vida: fingir ser uma mulher que se envolveu com Michel (Amir Khoury), um homem considerado um perigoso terrorista pelo núcleo israelense. Assim, de atriz desconhecida Charlie se torna infiltrada no núcleo rebelde na Palestina em pleno 1983.

Embora a trama pareça um pouco deslocada no tempo (por que abordar um tema tão delicado e até hoje não resolvido, como o conflito entre Israel e Palestina?), a ficção criada por John Le Carré e roteirizada por Michael Lesslie e Claire Wilson utiliza essa alegoria para jogar luz em um dos pontos principais e originários desse conflito histórico – explicado simbolicamente ao final do penúltimo dos seis episódios da minissérie: “a Inglaterra sempre teve a solução para o problema dos outros”.

O roteiro é inicialmente confuso (se você sequer leu a sinopse antes, fica difícil entender o que está rolando), a relação entre os protagonistas tem etapas puladas e construída de maneira esquisita, como se eles já se conhecessem antes. Passada essa fase inicial, a trama ganha um ritmo bem demorado para se desenvolver, com muitas locações e núcleos concomitantes através dos quais o enredo vai se desenvolvendo em paralelo, e o espectador tem que ligar os pontos de interseção entre eles. O maior desafio desse roteiro – e também dos atores – é a elaboração de um cenário dramatúrgico que é também de espionagem, em que os personagens falam de si em 3ª pessoa e como se fossem outras pessoas, porém em diálogo um com o outro. Imaginem a dificuldade para elaborar esse texto!

Aí entra o bom trabalho do elenco, com destaque para Florence Pugh, ao dar consistência a uma jovem branca de classe média pseudo-radical que alienadamente entra para um grupo radical árabe, literalmente pegando em armas por uma causa que não é dela. Quantas dessas histórias acontecem ainda hoje no mundo? Destaque ainda para Charif Ghattas, que deu um tom humanizado e afetivo ao líder Khalil; o veterano Charles Dance, em participação especial como o Comandante Picton; e a aparição do próprio escritor John Le Carré, como o garçom no restaurante da praça na Alemanha.

The Little Drummer Girl’ surpreende como série de espionagem, com uma trama intrincada que se mantém atual e requer concentração para assistir. É uma boa opção para os assinantes da Starzplay.

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