Quando mais nova assistia a uma quantidade consideravelmente grande de séries de TV de gênero policial. Inclusive, posso dizer que elas tiveram papel fundamental na minha inserção neste universo televisivo. Entretanto, com o passar dos anos, comecei a trocar tais produções por gêneros diferenciados, pois percebia uma repetição de elementos que acabava por fazer parecer que estava assistindo a mesma coisa com roupagem diferente.
Tornou-se raro, portanto, deparar-me com séries que fossem policiais, mas se diferenciassem de todo o resto. Com The Oath veio o alívio de finalmente encontrar uma produção audiovisual que foge dos padrões comuns e traz uma abordagem refrescante, fugindo do denominador já conhecido. A série criada por Joe Halpin (Hawaii Five-0), um ex-policial que trabalhava infiltrado, conta a história de policiais corruptos, ou seja, de gangues, que dominam as ruas.
A narrativa tem como pilar seis personagens: Steve (Ryan Kwanten), Cole (Cory Hardrict) e Tom Hammond (Sean Bean), Karen Beach (Katrina Law), Ramos (Joseph Julian Soria) e Damon Byrd (Arlen Escarpeta). O roteiro conta com pontos fracos e fortes, sendo o melhor deles o fato de evitar tudo aquilo que o telespectador já assistiu dentro do gênero, contar com uma direção de câmera instável que provoca tensão a todo tempo, sem dar tempo de respirar e com pouquíssimos alívios cômicos dentro dos episódios. Tem que ter coração forte para assistir.
Além disso, a produção não hesita em colocar assassinatos a sangue frio, o que retrata esta realidade distante de policiais, agentes federais, corruptos, etc.. A série faz o público acreditar, em parte, na veracidade daquelas situações. Contudo, em certos quesitos, ela falha miseravelmente. Enquanto de um lado se tem um elenco que propõe atuações excelentes, de outro temos personagens vazios e sem muito a entregar.
Law é o grande destaque da temporada, entregando uma atuação espetacular na pele da policial corrupta Karen Beach. A personagem tem tanta camada que poderia até emprestar um pouco para os que quase nada possuem. Cheia do conflitos internos e traumas passados, ela é, sem sombras de dúvidas, quem mais cresce na história. Em seguida o protagonista Kwanten quase alcança a poderosa atuação da eterna Nyssa al Ghul. O conflituoso e protetor Steve dá vida às segundas melhores cenas desta primeira parte.
Em compensação, Byrd é um dos maiores erros que Halpin poderia cometer ao lado de Ramos e da Agente Price (Elisabeth Rohm). Os dois agentes federais (Byrd e Price) parecem ter sido construídos às pressas e não oferecem quase nada, são típicos estereótipos que podem ser encontrados em qualquer produção que não se preocupa em dar histórico e camadas àqueles que fazem parte da trama. Do outro lado, o personagem de Soria está dentro de um dos arcos mais cansativos, parecendo andar em círculos durante toda a primeira temporada.
É impossível encerrar sem falar de Sean Bean que trabalha bem com aquilo que lhe é dado. O ator, famoso por ter os personagens mortos, pode ser um sobrevivente desta vez (é tudo que vou dizer). The Oath precisa melhorar em alguns quesitos e acrescentar personagens com maior profundidade, e por favor, deem mais tempo de tela para Katrina Law.
Apesar dos erros, os acertos fazem com que a criação de Joe Halpin mereça a atenção do telespectador. A narrativa conta com um plot twist que nem eu, treinada nos CSIs da vida, vi chegando.