domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | The Society – história interessante prejudicada pela má construção de personagens

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As séries caracterizadas para o público teen estão cada vez mais em alta no mercado das produções audiovisuais. O canal The CW é um dos maiores neste quesito e é claro que a Netflix não ficaria para trás e também investiria nos seus próprios produtos para estes espectadores. Uma das mais recentes lançadas é The Society, criada por Christopher Keyser (Tyrant), que conta a história de um grupo de adolescentes da cidade de West Ham que saem numa excursão, mas devido a alguns problemas na estrada retornam para descobrir que o local onde residem se encontra completamente deserto, todos os pais desapareceram. A partir disso, eles precisam construir sua própria sociedade para sobreviver.

A dramaturgia não esconde suas raízes teen e traz um roteiro que aborda diversas problemáticas típicas de jovens adolescentes, sem contar os grupinhos daqueles mais conscientizados, dos rebeldes, dos ricos, dos menos providos de dinheiro, dos mais quietos aos mais falantes, e por aí vai. O ponto é que o roteiro, a princípio, é intrigante e de fato desperta a curiosidade para descobrir os reais motivos dos desaparecimentos dos pais. Algumas questões surgem como: estariam todos eles mortos e esse é o purgatório? Universos paralelos? Realidades alternativas? Entre outras.



Inclusive, alguns dos personagens se fazem as mesmas questões do público e tentam buscar soluções para essas perguntas. Contudo, apesar de provocar interesse no início, The Society se encaminha numa trilha turbulenta devido a trama escrita relativamente bem, a personagens nada carismáticos e o fato de deixar alguns furos no script que poderiam ser facilmente corrigidos (e ainda podem na segunda temporada). Já quanto aos personagens, é uma outra história.

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E por falar neles, é importante ressaltar que aquela que o espectador acredita ser a protagonista, na verdade não é. Cassandra Pressman (Rachel Keller) é a mais intrigante do grupo apesar da sua participação ser bem curta. Já a verdadeira estrela do show, sua irmã Allie (Kathryn Newton), dá nos nervos a cada cena em que aparece. E para deixar a situação ainda melhor, Will LeClair (Jacques Colimon), seu par romântico, é chato ao nível hard, e as cenas em que ambos aparecem dá vontade de passar no modo rápido de reprodução.

Apesar das fracas atuações de Alex Fitzalan, que dá vida a Harry, Alex MacNicoll, Spencer House e Emilio Garcia-Sanchez, respectivamente, Luke, Clark e Jason, o trio de jogares de futebol americano, Gideon Adlon como Becca Gelb, e mais alguns que ficarão fora dessa lista, parte deles ainda conseguem se salvar. E deste outro lado, na parte de boas interpretações, fica um número pequeno como é o caso de Sam Eliot (Sean Berdy), personagem este que traz debates importantes para a série, especialmente quando começa a desenvolver uma amizade com Grizz (Jack Mulhern), um dos que mais possuem camadas dentro da produção.

Outras duas que valem a pena serem mencionadas são Helena (Natasha Liu Bordizzo), a jovem cristã que possui diálogos marcantes, e Kelly Aldrich (Kristine Froseth), a residente de West Ham que mais cresce e evolui ao longo dos capítulos. Contudo, o prêmio de atuação 100% fica para Toby Wallace, o antagonista Campbell Eliot. O ator realmente consegue transmitir a essência de Campbell e despertar no telespectador os sentimentos requeridos pelo roteiro. Se tem alguém que realmente salva a produção da Netflix em atuação é ele.

Na parte técnica a série não inova em nada quando o assunto é direção e apenas entrega alguns ângulos diferenciados – mas não tanto assim – em algumas poucas cenas. A trilha sonora é a típica jovial do momento e não acrescenta em nada na dramaturgia. A arte faz o que é preciso com o roteiro apresentado. Ou seja, não espere nada de surpreendente por aqui.

No geral, The Society é uma produção que serve como um passatempo para aquele dia em que você já não tem mais nada para assistir, só é preciso se preparar para passar um pouco de raiva conforme os episódios forem avançando. E sim, é uma raiva negativa.

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Crítica | The Society – história interessante prejudicada pela má construção de personagens

As séries caracterizadas para o público teen estão cada vez mais em alta no mercado das produções audiovisuais. O canal The CW é um dos maiores neste quesito e é claro que a Netflix não ficaria para trás e também investiria nos seus próprios produtos para estes espectadores. Uma das mais recentes lançadas é The Society, criada por Christopher Keyser (Tyrant), que conta a história de um grupo de adolescentes da cidade de West Ham que saem numa excursão, mas devido a alguns problemas na estrada retornam para descobrir que o local onde residem se encontra completamente deserto, todos os pais desapareceram. A partir disso, eles precisam construir sua própria sociedade para sobreviver.

A dramaturgia não esconde suas raízes teen e traz um roteiro que aborda diversas problemáticas típicas de jovens adolescentes, sem contar os grupinhos daqueles mais conscientizados, dos rebeldes, dos ricos, dos menos providos de dinheiro, dos mais quietos aos mais falantes, e por aí vai. O ponto é que o roteiro, a princípio, é intrigante e de fato desperta a curiosidade para descobrir os reais motivos dos desaparecimentos dos pais. Algumas questões surgem como: estariam todos eles mortos e esse é o purgatório? Universos paralelos? Realidades alternativas? Entre outras.

Inclusive, alguns dos personagens se fazem as mesmas questões do público e tentam buscar soluções para essas perguntas. Contudo, apesar de provocar interesse no início, The Society se encaminha numa trilha turbulenta devido a trama escrita relativamente bem, a personagens nada carismáticos e o fato de deixar alguns furos no script que poderiam ser facilmente corrigidos (e ainda podem na segunda temporada). Já quanto aos personagens, é uma outra história.

E por falar neles, é importante ressaltar que aquela que o espectador acredita ser a protagonista, na verdade não é. Cassandra Pressman (Rachel Keller) é a mais intrigante do grupo apesar da sua participação ser bem curta. Já a verdadeira estrela do show, sua irmã Allie (Kathryn Newton), dá nos nervos a cada cena em que aparece. E para deixar a situação ainda melhor, Will LeClair (Jacques Colimon), seu par romântico, é chato ao nível hard, e as cenas em que ambos aparecem dá vontade de passar no modo rápido de reprodução.

Apesar das fracas atuações de Alex Fitzalan, que dá vida a Harry, Alex MacNicoll, Spencer House e Emilio Garcia-Sanchez, respectivamente, Luke, Clark e Jason, o trio de jogares de futebol americano, Gideon Adlon como Becca Gelb, e mais alguns que ficarão fora dessa lista, parte deles ainda conseguem se salvar. E deste outro lado, na parte de boas interpretações, fica um número pequeno como é o caso de Sam Eliot (Sean Berdy), personagem este que traz debates importantes para a série, especialmente quando começa a desenvolver uma amizade com Grizz (Jack Mulhern), um dos que mais possuem camadas dentro da produção.

Outras duas que valem a pena serem mencionadas são Helena (Natasha Liu Bordizzo), a jovem cristã que possui diálogos marcantes, e Kelly Aldrich (Kristine Froseth), a residente de West Ham que mais cresce e evolui ao longo dos capítulos. Contudo, o prêmio de atuação 100% fica para Toby Wallace, o antagonista Campbell Eliot. O ator realmente consegue transmitir a essência de Campbell e despertar no telespectador os sentimentos requeridos pelo roteiro. Se tem alguém que realmente salva a produção da Netflix em atuação é ele.

Na parte técnica a série não inova em nada quando o assunto é direção e apenas entrega alguns ângulos diferenciados – mas não tanto assim – em algumas poucas cenas. A trilha sonora é a típica jovial do momento e não acrescenta em nada na dramaturgia. A arte faz o que é preciso com o roteiro apresentado. Ou seja, não espere nada de surpreendente por aqui.

No geral, The Society é uma produção que serve como um passatempo para aquele dia em que você já não tem mais nada para assistir, só é preciso se preparar para passar um pouco de raiva conforme os episódios forem avançando. E sim, é uma raiva negativa.

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