quarta-feira , 18 dezembro , 2024

Crítica | The Walking Dead – Despedida de Rick e surgimento dos Sussuradores marcam boa 9ª temporada

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Quando foi anunciado, em 2018, que a nona temporada de The Walking Dead marcaria a despedida de Andrew Lincoln da série, muita gente apostou que a produção estaria com os dias contatos. Já sem alcançar os números de audiência dos primeiros anos, TWD via seus fãs perderem a paciência com os acontecimentos e com o ritmo da trama. A série que surgiu como fenômeno foi a cada dia se tornando menos relevante e a saída de Rick Grimes poderia ser o último prego no caixão.

Curiosamente, não foi o que aconteceu. Pelo contrário. O que vimos foi, pela primeira vez em anos, uma temporada de The Walking Dead que podemos classificar como acima da média. Em algum ponto entre as temporadas quatro e oito, assistir à série se tornou quase um sacrifício. Os fãs tinham dois ou três episódios relevantes por ano, alguns momentos chocantes e nada mais. Felizmente, isso mudou.



Uma das principais críticas dos fãs era que os realizadores e roteiristas alongavam os acontecimentos ao máximo, gerando temporadas com ritmo muito lento. O maior exemplo disso é a gravidez de Maggie, que chegou a um ponto que virou piada dentre os espectadores por ter durado quase três temporadas. O nono ano vem para mudar isso radicalmente. Não só conta com dois grandes saltos temporais, como deixa claro que alguns episódios se passam ao longo de vários dias, talvez semanas.

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A temporada inicia prometendo um novo começo, pouco mais de um ano após o fim da guerra e a prisão de Negan. Rick segue tentando possibilitar o novo mundo pensado por Carl, mas a decisão de manter o vilão vivo ainda pesa, principalmente com Maggie.

Apostando numa trama mais intimista, a série dá tempo aos personagens para viverem seus sentimentos, sem soar verborrágica ou desinteressante. Rick defende suas ideias sempre com muita clareza. Mas os lados de Maggie e Daryl também são bem explorados na primeira metade da temporada.

Mesmo a decisão de não matar Rick – e anunciar três filmes com Andrew Lincoln na pele do personagem -, que há alguns anos poderia ser vista como mais uma tentativa da série em fazer o espectador de bobo, aqui foi bem encaixada e desenvolvida. O desaparecimento do personagem tem um impacto maior para a trama do que sua eventual morte. A falta de respostas é uma nuvem que paira sobre o grupo, especialmente Michonne.

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Ao longo dos anos, o fãs de TWD ficaram acostumados com uma certa fórmula. A temporada geralmente começava seguindo o cliffhanger do ano anterior e ia enrolando até criar um mega conflito na midseason finale, aquele episódio antes do intervalo. Depois, voltava com o ritmo lento até criar um novo momento de impacto no penúltimo ou último capítulo da temporada. Eis que quase tudo foi diferente no ano nove da série. Começamos com um salto temporal e temos outro antes mesmo da metade da temporada. A despedida de Rick, que obviamente foi o ponto mais marcante, aconteceu no episódio de número cinco. Na semana seguinte, os fãs já estavam anos à frente, num cenário de isolamento entre as comunidades e com a revelação de que Rick e Michonne tiveram um filho.

Pela primeira vez em anos, The Walking Dead assume que tinha muito o que corrigir e investe em diferente abordagens, sem perder a essência. Na verdade, acaba abraçando de vez o cenário apocalíptico, soando por vezes como um faroeste contemplativo. Neste sentido, há de se valorizar bastante o trabalho dos roteiristas e designers de produção. Acabou aquela história de gasolina e munição infinitas. Na nona temporada, vemos os personagens lidando com a falta de itens como estes. Há uma volta ao básico, e isso é marcado pelo episódio em que os personagens visitam um museu para obter materiais de cultivo e que possam ajudar na vida em sociedade.

O visual dos humanos e dos zumbis também está diferente. Com o passar dos anos, há um estado maior de degradação dos mortos e o time de maquiagem faz um belo trabalho neste sentido. A série também investe em novos cenários para surpreender o público, com direito à chegada de um forte inverno no último episódio. Ver o grupo tendo que lidar com um cenário de neve e quase congelamento foi algo que não havíamos visto antes. O que é muito para uma produção que estava com problemas para apresentar novidades nos últimos tempos.

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Se a despedida de Rick funciona, a de Maggie serve apenas para deixar uma interrogação na cabeça dos espectadores. Como se sabe, a atriz Lauren Cohan teve problemas na negociação de seu contrato e acabou fechando com uma outra série (Whiskey Cavalier). Mas há uma abertura grande para o retorno da personagem.

Como não poderia deixar de ser, a saída de Maggie deixa uma lacuna em Hiltop, e os líderes seguintes da comunidade (Jesus e Tara) não tiveram destino melhor, pelo contrário. Neste sentido, é interessante notar como o elemento político das comunidades foi valorizado na temporada, tanto no que diz respeito à necessidade de se aproximarem, quanto com relação aos traumas vividos e a vontade de se isolar do mundo.

Rick, Maggie, Jesus, Tara, Enid, Henry… estes foram alguns dos personagens que se despediram da série ao longo do ano, boa parte de forma definitiva. Mas há de se destacar também a chegada de novas pessoas e ameaças. Enquanto o time dos “heróis” ganha reforços, há o aguardado surgimento dos Sussuradores, grupo liderado pela temida Alpha (Samantha Morton). O fato do grupo usar máscaras de pele humana e andar ao meio de zumbis dá toda uma nova dinâmica à série. A dúvida e a ameaça diante de qualquer walker impacta os personagens e os fãs.

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Se o tom político funciona bem, o mesmo não dá pra falar dos relacionamentos. Se a dinâmica familiar de Michonne cativa, seja no início com Rick e Judith, seja no final com Judith e RJ, o oposto ocorre com a relação entre Carol e o rei Ezequiel, que surge como algo já consolidado, com direito a um filho bem chatinho. Mas pior mesmo é a insistência de se criar um par romântico para o padre Gabriel. Primeiro o padre aparece ao lado de Jadis. Quando esta deixa a série, ele passa a fazer parte de um quadrado romântico com Rosita, Eugene e Siddiq. Todos os momentos entre tais personagens são descartáveis e desinteressantes.

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Os últimos anos de The Walking Dead eram marcados por cenas impactantes, mas sem a profundidade sentimental de antes (exceção para a morte do Carl). A nona temporada, no entanto, trouxe picos emocionais como nos episódios do sequestro das crianças e da mensagem (bem gráfica) dos Sussuradores, e a despedida de Rick, é claro.

Como dito anteriormente, pela primeira vez em muito tempo a série se manteve acima da média. Ainda é pouco para uma produção que surgiu de forma tão impactante e prometia revolucionar as séries de TV, mas não deixa de ser um alívio e uma promessa de que as coisas podem continuar a melhorar. Assim esperamos.

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Quando foi anunciado, em 2018, que a nona temporada de The Walking Dead marcaria a despedida de Andrew Lincoln da série, muita gente apostou que a produção estaria com os dias contatos. Já sem alcançar os números de audiência dos primeiros anos, TWD via seus fãs perderem a paciência com os acontecimentos e com o ritmo da trama. A série que surgiu como fenômeno foi a cada dia se tornando menos relevante e a saída de Rick Grimes poderia ser o último prego no caixão.

Curiosamente, não foi o que aconteceu. Pelo contrário. O que vimos foi, pela primeira vez em anos, uma temporada de The Walking Dead que podemos classificar como acima da média. Em algum ponto entre as temporadas quatro e oito, assistir à série se tornou quase um sacrifício. Os fãs tinham dois ou três episódios relevantes por ano, alguns momentos chocantes e nada mais. Felizmente, isso mudou.

Uma das principais críticas dos fãs era que os realizadores e roteiristas alongavam os acontecimentos ao máximo, gerando temporadas com ritmo muito lento. O maior exemplo disso é a gravidez de Maggie, que chegou a um ponto que virou piada dentre os espectadores por ter durado quase três temporadas. O nono ano vem para mudar isso radicalmente. Não só conta com dois grandes saltos temporais, como deixa claro que alguns episódios se passam ao longo de vários dias, talvez semanas.

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A temporada inicia prometendo um novo começo, pouco mais de um ano após o fim da guerra e a prisão de Negan. Rick segue tentando possibilitar o novo mundo pensado por Carl, mas a decisão de manter o vilão vivo ainda pesa, principalmente com Maggie.

Apostando numa trama mais intimista, a série dá tempo aos personagens para viverem seus sentimentos, sem soar verborrágica ou desinteressante. Rick defende suas ideias sempre com muita clareza. Mas os lados de Maggie e Daryl também são bem explorados na primeira metade da temporada.

Mesmo a decisão de não matar Rick – e anunciar três filmes com Andrew Lincoln na pele do personagem -, que há alguns anos poderia ser vista como mais uma tentativa da série em fazer o espectador de bobo, aqui foi bem encaixada e desenvolvida. O desaparecimento do personagem tem um impacto maior para a trama do que sua eventual morte. A falta de respostas é uma nuvem que paira sobre o grupo, especialmente Michonne.

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Ao longo dos anos, o fãs de TWD ficaram acostumados com uma certa fórmula. A temporada geralmente começava seguindo o cliffhanger do ano anterior e ia enrolando até criar um mega conflito na midseason finale, aquele episódio antes do intervalo. Depois, voltava com o ritmo lento até criar um novo momento de impacto no penúltimo ou último capítulo da temporada. Eis que quase tudo foi diferente no ano nove da série. Começamos com um salto temporal e temos outro antes mesmo da metade da temporada. A despedida de Rick, que obviamente foi o ponto mais marcante, aconteceu no episódio de número cinco. Na semana seguinte, os fãs já estavam anos à frente, num cenário de isolamento entre as comunidades e com a revelação de que Rick e Michonne tiveram um filho.

Pela primeira vez em anos, The Walking Dead assume que tinha muito o que corrigir e investe em diferente abordagens, sem perder a essência. Na verdade, acaba abraçando de vez o cenário apocalíptico, soando por vezes como um faroeste contemplativo. Neste sentido, há de se valorizar bastante o trabalho dos roteiristas e designers de produção. Acabou aquela história de gasolina e munição infinitas. Na nona temporada, vemos os personagens lidando com a falta de itens como estes. Há uma volta ao básico, e isso é marcado pelo episódio em que os personagens visitam um museu para obter materiais de cultivo e que possam ajudar na vida em sociedade.

O visual dos humanos e dos zumbis também está diferente. Com o passar dos anos, há um estado maior de degradação dos mortos e o time de maquiagem faz um belo trabalho neste sentido. A série também investe em novos cenários para surpreender o público, com direito à chegada de um forte inverno no último episódio. Ver o grupo tendo que lidar com um cenário de neve e quase congelamento foi algo que não havíamos visto antes. O que é muito para uma produção que estava com problemas para apresentar novidades nos últimos tempos.

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Se a despedida de Rick funciona, a de Maggie serve apenas para deixar uma interrogação na cabeça dos espectadores. Como se sabe, a atriz Lauren Cohan teve problemas na negociação de seu contrato e acabou fechando com uma outra série (Whiskey Cavalier). Mas há uma abertura grande para o retorno da personagem.

Como não poderia deixar de ser, a saída de Maggie deixa uma lacuna em Hiltop, e os líderes seguintes da comunidade (Jesus e Tara) não tiveram destino melhor, pelo contrário. Neste sentido, é interessante notar como o elemento político das comunidades foi valorizado na temporada, tanto no que diz respeito à necessidade de se aproximarem, quanto com relação aos traumas vividos e a vontade de se isolar do mundo.

Rick, Maggie, Jesus, Tara, Enid, Henry… estes foram alguns dos personagens que se despediram da série ao longo do ano, boa parte de forma definitiva. Mas há de se destacar também a chegada de novas pessoas e ameaças. Enquanto o time dos “heróis” ganha reforços, há o aguardado surgimento dos Sussuradores, grupo liderado pela temida Alpha (Samantha Morton). O fato do grupo usar máscaras de pele humana e andar ao meio de zumbis dá toda uma nova dinâmica à série. A dúvida e a ameaça diante de qualquer walker impacta os personagens e os fãs.

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Se o tom político funciona bem, o mesmo não dá pra falar dos relacionamentos. Se a dinâmica familiar de Michonne cativa, seja no início com Rick e Judith, seja no final com Judith e RJ, o oposto ocorre com a relação entre Carol e o rei Ezequiel, que surge como algo já consolidado, com direito a um filho bem chatinho. Mas pior mesmo é a insistência de se criar um par romântico para o padre Gabriel. Primeiro o padre aparece ao lado de Jadis. Quando esta deixa a série, ele passa a fazer parte de um quadrado romântico com Rosita, Eugene e Siddiq. Todos os momentos entre tais personagens são descartáveis e desinteressantes.

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Os últimos anos de The Walking Dead eram marcados por cenas impactantes, mas sem a profundidade sentimental de antes (exceção para a morte do Carl). A nona temporada, no entanto, trouxe picos emocionais como nos episódios do sequestro das crianças e da mensagem (bem gráfica) dos Sussuradores, e a despedida de Rick, é claro.

Como dito anteriormente, pela primeira vez em muito tempo a série se manteve acima da média. Ainda é pouco para uma produção que surgiu de forma tão impactante e prometia revolucionar as séries de TV, mas não deixa de ser um alívio e uma promessa de que as coisas podem continuar a melhorar. Assim esperamos.

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