Crítica | This is Us 3×3 – Katie Girls: O contraste entre o futuro e o passado da família Pearson

Uma das coisas que This is Us tem nos ensinado desde sua primeira temporada é que para cada presente, há sempre um passado que o sustenta. Aquela antiga máxima de saber e reconhecer suas origens, compreendendo que elas possuem uma íntima ligação com o hoje, ganha proporções emocionais na produção da Fox. Aqui, a cada semana a narrativa se constrói nas adversidades e circunstâncias da vida, tornando seus personagens protagonistas tão reais, ao ponto de nos transformar naquele público sortudo capaz de testemunhar um quase Show de Truman, mas genuíno, sensível e natural. O terceiro capítulo da nova temporada consolida essa premissa cada vez mais, colocando o futuro e o passado da família Pearson em um simbólico contraste.

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As linhas temporais de This is Us naturalmente se cruzam. Muitas vezes, hiatos aleatórios interrompem o presente com informações imprecisas, rostos incomuns e fragmentos perdidos de uma história que ainda não conhecemos. E como uma quebra-cabeça gigantesco, esses pontos vão se conectando gradativamente a cada descoberta. Em “Katie Girls”, o misterioso homem que entrega o buquê de flores para Rebecca ganha nome, background e família. Supondo que talvez ele surgisse apenas mais para frente, este ponto de interrogação é eliminado logo no começo do ciclo, nos ajudando também a compor o início do (até então para os personagens) inesperado romance entre ela e Jack. E à medida que o caráter do futuro pai vai se destrinchando, novos pedaços da evitada história da Guerra do Vietnã ganham força, preenchendo as primeiras lacunas da trajetória do protagonista e de seus traumas.

E assim como o passado sempre pede licença para explicar as motivações de seus personagens, a narrativa do presente segue seu curso, com Katie tomando para si a maior parte do episódio. Em uma epifania mental em que suas diversas fases da vida digladiam entre si sobre seu futuro, alguns dos conflitos da alma da protagonista saltam para fora de seu inconsciente. Aqueles atributos emocionais que acompanham os irmãos Pearson desde a morte do pai e que em tantas vezes permaneceram restritos à linguagem corporal e expressividade, se corporificam em posturas, em cenas práticas e objetivas. É como se sensações e sentimentos indescritíveis encontrassem a forma ideal de se verbalizarem.

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E como uma audiência privilegiada, que consegue reviver o passado que nem ao menos os filhos conseguem, observamos um paralelo surgindo. Conforme Kevin busca as respostas que seu pai jamais lhe deu sobre seu período na guerra, o arco de Jack começa a se revelar para o público de forma inerente, preenchendo aquela fatia do quebra-cabeça que sempre foi a mais difícil, tanto para o público, como para os personagens. E mantendo este contraste como um artifício impecável na construção de uma narrativa que consegue driblar os furos de roteiro e as incoerências, This is Us vai se tornando cada vez mais aquela série que tanto amamos, despertando a sensibilidade no mais duro dos corações e se firmando como uma das joias mais valiosas da TV da atualidade.

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