domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | This is Us 3×5 – Toby: Depressão e busca por respostas marcam episódio com múltiplos arcos

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O hiato de This is Us na semana anterior colocou em espera tanto o futuro, bem como o presente. E agora encostando o empoeirado livro de memórias do Vietnã que Jack tanto tenta esquecer, a produção retoma para os protagonistas contemporâneos, em um episódio que vai além da primeira aparição do nosso sidekick favorito, Toby. Interpretado por Christian Sullivan, o personagem foi aquela agradável surpresa, que acrescentava a leveza de um humor desleixado e criativo para o cerne de uma profunda carga dramática. Na nova temporada, as decisões de assumir a fertilização in vitro como a alternativa para gravidez interrompem a constância que essa caricata figura estabeleceu no segundo ciclo, fazendo uma lenta pausa para o que aparenta ser um longo inverno.



O capítulo intitulado “Toby” é um tanto dispersivo. Sabemos que seu foco é o personagem homônimo, mas para onde a narrativa pretende caminhar é um tanto incerto. Com múltiplos arcos quase que simultâneos, o episódio mescla o passado com o presente emocional do esposo de Katie, à medida que acompanhamos a evolução de Kevin na busca daquela trilha de fragmentos que prometem unir os pontos e pontas soltas que “Vietnã” nos deixou. E enquanto as primeiras respostas e novas perguntas começam a emergir, Randall patina na busca de sua identidade social. Tentando encontrar o clã ao qual pertence, ele é surrado pelas frustrações circunstanciais de uma campanha política que, ainda que tenha boas motivações coletivas, continua centrada em si mesmo e naquela dolorosa busca pelo pertencimento.

Nessa variação de histórias, o passado da família Pearson não deixa de marcar a linha temporal da produção, indo em momentos anteriores para encontrar aqueles pedaços que fecham as lacunas das frágeis almas dos personagens. E entre a tentativa de conexão com a música – por parte de Katie – e o sentimento de impotência de Kevin, ao ver seu irmão ser rejeitado por ser negro, Randall e Toby surgem como duas colchas de retalhos, formadas por traumas de infância, como a rejeição de um desconhecido e a frustração do abandono dos pais. Tentando entender seus respectivos valores, a incompreensão alheia é apropriada pelas versões jovens de dois homens que viriam a se tornar os mais admiráveis e também sensíveis de toda a série (ao lado de Jack, claro!).

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Protegendo muito bem algumas futuras revelações, This is Us vai caminhando no ritmo de seus personagens – ora mais rapidamente, ora mais lentamente -, a fim de construir a tensão exata para despertar em nós as enxurradas de lágrimas que algumas descobertas trarão. Administrando os segredos e revelando fragmentos com muita efemeridade, a terceira temporada prova que ainda está mesmo só no começo, conforme prepara o solo para nos conduzir a momentos de maior intensidade e exaustão. “Toby” pode não ter sido o melhor dos episódios, mas introduziu algumas peças singulares desse gigante e complexo quebra-cabeça que é a vida humana.

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O hiato de This is Us na semana anterior colocou em espera tanto o futuro, bem como o presente. E agora encostando o empoeirado livro de memórias do Vietnã que Jack tanto tenta esquecer, a produção retoma para os protagonistas contemporâneos, em um episódio que vai além da primeira aparição do nosso sidekick favorito, Toby. Interpretado por Christian Sullivan, o personagem foi aquela agradável surpresa, que acrescentava a leveza de um humor desleixado e criativo para o cerne de uma profunda carga dramática. Na nova temporada, as decisões de assumir a fertilização in vitro como a alternativa para gravidez interrompem a constância que essa caricata figura estabeleceu no segundo ciclo, fazendo uma lenta pausa para o que aparenta ser um longo inverno.

O capítulo intitulado “Toby” é um tanto dispersivo. Sabemos que seu foco é o personagem homônimo, mas para onde a narrativa pretende caminhar é um tanto incerto. Com múltiplos arcos quase que simultâneos, o episódio mescla o passado com o presente emocional do esposo de Katie, à medida que acompanhamos a evolução de Kevin na busca daquela trilha de fragmentos que prometem unir os pontos e pontas soltas que “Vietnã” nos deixou. E enquanto as primeiras respostas e novas perguntas começam a emergir, Randall patina na busca de sua identidade social. Tentando encontrar o clã ao qual pertence, ele é surrado pelas frustrações circunstanciais de uma campanha política que, ainda que tenha boas motivações coletivas, continua centrada em si mesmo e naquela dolorosa busca pelo pertencimento.

Nessa variação de histórias, o passado da família Pearson não deixa de marcar a linha temporal da produção, indo em momentos anteriores para encontrar aqueles pedaços que fecham as lacunas das frágeis almas dos personagens. E entre a tentativa de conexão com a música – por parte de Katie – e o sentimento de impotência de Kevin, ao ver seu irmão ser rejeitado por ser negro, Randall e Toby surgem como duas colchas de retalhos, formadas por traumas de infância, como a rejeição de um desconhecido e a frustração do abandono dos pais. Tentando entender seus respectivos valores, a incompreensão alheia é apropriada pelas versões jovens de dois homens que viriam a se tornar os mais admiráveis e também sensíveis de toda a série (ao lado de Jack, claro!).

Protegendo muito bem algumas futuras revelações, This is Us vai caminhando no ritmo de seus personagens – ora mais rapidamente, ora mais lentamente -, a fim de construir a tensão exata para despertar em nós as enxurradas de lágrimas que algumas descobertas trarão. Administrando os segredos e revelando fragmentos com muita efemeridade, a terceira temporada prova que ainda está mesmo só no começo, conforme prepara o solo para nos conduzir a momentos de maior intensidade e exaustão. “Toby” pode não ter sido o melhor dos episódios, mas introduziu algumas peças singulares desse gigante e complexo quebra-cabeça que é a vida humana.

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